YIN
Evoluir
sempre.
As
perspectivas para o Flamengo em 2017 são as melhores possíveis. A
começar pelo time, que não perdeu nenhum titular e está
contratando reforços para as posições carentes. Contratações
qualificadas, nada desses jogadores de expressão menor que eram, até
pouco tempo atrás, usados para inundar o elenco, com pouco ou nenhum
resultado esportivo.
Com
efeito, estão chegando o Trauco, lateral de seleção, jogador jovem
e em ascensão, eleito o melhor da temporada passada no Peru. Junto a
ele, ninguém menos que Conca, Darío Conca, jogador altamente
capacitado, de técnica indiscutível, capaz de subir, por si só, o
nível de uma equipe. Conca deverá ser importantíssimo para o
Brasileiro e as fases decisivas da Libertadores.
Também
está praticamente fechado o Rômulo, jogador que se destacou no
Vasco em 2011, com passagem pela Seleção e que desenvolveu boas
temporadas no futebol russo. Rômulo, a se confirmarem as
expectativas, deverá formar a dupla de volantes com Willian Arão,
encerrando assim a controversa experiência de Márcio Araújo como
titular. Aliás, Márcio Araújo poderá, enfim, exercer um papel de
reserva útil, minimizando o injusto desgaste em sua tormentosa
relação com a torcida rubro-negra.
Vai ficar
faltando o ataque, para completar as quatro contratações anunciadas
pela Diretoria. Sabendo-se como o Rodrigo Caetano (cujo forte é sua
desenvoltura no mercado de jogadores) trabalha, e tendo em vista o
excesso de “balões de ensaio” jogados ao ar, não se
surpreenderia se o Flamengo inflamasse sua torcida com uma
contratação totalmente inesperada e de alto nível para o setor,
até porque, até aqui, não se gastou um centavo com reforços.
Saíram
Emerson Sheik, Fernandinho, Alan Patrick e Chiquinho. Os dois últimos
já foram repostos. Mesmo rumo deverá tomar o Cirino e talvez o
Adryan. É possível que essas lacunas sejam supridas pelo tal
“quarto reforço” e pela base (ou mesmo pelo próprio
Fernandinho, de quem o Flamengo ainda não desistiu). Sem falar no
Ederson que, estando em forma, também entra pra brigar pela vaga.
Muralha,
Pará, Rever, Vaz, Jorge; Arão, Rômulo, Diego; <atacante>,
Guerrero, Conca.
Tá
ficando bonito.
Há ainda
a questão do estádio, que muito atrapalhou o Flamengo ano passado.
Dessa vez a Diretoria agiu rápido e tomou a Ilha do Botafogo.
Teremos um recanto rubro-negro para atender ao time na maioria dos
jogos da temporada. Além de reduzir as viagens e aumentar o tempo de
treinamento, haverá ganho esportivo, uma vez que o Flamengo disporá
de um caldeirão infernal para aterrorizar seus adversários.
Também
temos um Centro de Treinamento novinho em folha, de alto padrão,
capaz de atender às mais variadas demandas do Departamento de
Futebol. O exuberante trabalho de 2016, que reduziu ao mínimo a
perda de jogadores por lesão, deverá ter continuidade, concedendo
ao treinador a prerrogativa de contar com todos o elenco para
qualquer partida.
Como
gancho, chega-se ao treinador. Não bastasse contarmos com o melhor
elenco dos últimos 20 anos, dispomos de um profissional extremamente
qualificado, apto a moldar um esquema moderno, funcional, flexível e
capaz de aproveitar as peças do plantel, que em 2016, em um trabalho fantástico, logrou recuperar nomes como Gabriel, Rafael Vaz e Everton. Uma vez que o elenco está,
em sua maior parte, mantido, Zé Ricardo não sairá “do zero”,
mas já desfrutará de uma espinha dorsal, uma base, para aprimorar o
esquema que levou o Flamengo à Libertadores e quase redundou no
Hepta Brasileiro. O próprio treinador já admite ter peças
interessantes e subutilizadas à sua disposição, e pensa em
aproveitar mais e melhor os jogadores das divisões de base. Dessa
forma, tudo indica que, com seu esforço e sua capacidade, Zé
Ricardo poderá sofisticar a forma de jogo do Flamengo, montando uma
máquina capaz de enfrentar qualquer equipe, em qualquer solo.
Finalizando,
as divisões de base. Ao contrário do quadro de penúria de uns
quatro, cinco anos atrás, o Flamengo já reúne uma safra de jovens
nos quais se enxerga, de forma indiscutível, talento. É o caso de
Ronaldo, Léo Duarte, Lucas Paquetá, Felipe Vizeu, Matheus Sávio e
Thiago Santos, jogadores que, na pior das hipóteses, podem exercer
um papel útil no complemento do elenco.
Enfim,
todos os elementos estão convergindo para o sucesso. O trabalho está
sendo feito. Com um elenco qualificado, um estádio para uso próprio,
um CT de ponta, um treinador atualizado e jovens da base prontos para
subir. Sem falar, naturalmente, na mística de sua camisa e na força sobrenatural de sua Nação. Não há o que dar errado. O Flamengo de 2017 vem forte e vai
brigar por tudo o que aparecer pela frente. Brasileiro, Copa do
Brasil, Libertadores, Mundial. A ideia é disputar e vencer tudo.
O ano
mágico chegou. Apertem os cintos.
* * *
YANG
Mais do
mesmo.
As
perspectivas do Flamengo para 2017 são as mais opacas possíveis. A
começar pelo time, que praticamente é o mesmo do ano passado, repleto de jogadores meia-boca.
Com
efeito, as contratações, até aqui, resumem-se a um peruano
desconhecido, provavelmente pereba (lateral peruano faz lembrar o
Jorge Soto, “craque” dos anos 2000) e ao Conca, que vem bichado,
está velho e vai se esbarra com o Diego. Ou seja, nada.
Também é
provável que chegue o Rômulo, que jogou seis meses de bola no Vasco
e depois sumiu na Rússia, exílio clássico de jogador meia-perna.
Para piorar, ainda se machucou. Mesmo já tendo voltado da lesão,
normalmente esses caras nunca vêm jogando a mesma coisa. Não é à
toa que vinha esquentando banco por lá. Vai chegar aqui tocando bola
pro lado e em cinco jogos perde a posição pro Márcio Araújo, o indestrutível.
Dizem que
vem alguém pro ataque. Pra quem tentou luminares como Keno e Marinho
(e nem esses conseguiu trazer), não se espante que os reforços pro
setor sejam Fernandinho (o retorno) e Marcos Guilherme (quem?), uma
espécie de “marcioaraujo” lá do Paraná, que a torcida já
botou no OLX a 1 real. Até porque essa diretoria não gastou nenhum
centavo com reforços, e seguirá sem gastar.
Saíram
Emerson Sheik, Fernandinho (será mesmo?), Alan Patrick e Chiquinho.
Boa barca. Poderiam ir junto o Cirino, o Gabriel, o Márcio Araújo,
o Adryan, o Pará, o Rodinei, o Paulo Victor, o Ederson e o Damião, pra começar a conversa.
Não veio
nenhum reforço indiscutível. Os que saíram vão ser repostos por
garotos ou apostas. Há problemas nas pontas, no meio e provavelmente
na zaga. Porque o Vaz já começou a virar abóbora, o Juan não
aguenta jogar duas partidas fortes seguidas e o Rever vai embora no
meio do ano. Vai sobrar o bonde Donatti, aquele que caiu sentado.
Para piorar, o Muralha vai ser convocado direto e a opção continua
sendo o frangueiro Paulo Victor. O Jorge tá doido pra ir embora e
vai vazar. Ou seja, poderemos ter que escalar esse time aqui, nos dias de jogos de Eliminatórias:
Paulo
Victor, Pará, Donatti, Vaz, Trauco; Arão, Márcio Araújo, Diego;
Gabriel, Damião, Everton.
É com
isso aí que quer passar de fase na Libertadores?
Há o
estádio. Depois de entenderem que ficar brincando de “arena
teatrinho” e querer ficar de “mãozinha dada” com bandido de TO
adversária, finalmente a diretoria entendeu que estádio é praça
de guerra, palco de luta, de combate, e, depois da boa experiência
com Cariacica, resolveu fazer, com um ano de atraso, uma “arena”
própria. Mesmo assim, fazem errado. O campo, além de feio e
pequeno, não tem alambrado. Não tem alambrado! Primeiro resultado
ruim, primeiro passe errado do Márcio Araújo e a torcida vai descer
pra baixar a porrada. Já fez no passado, por que não faria agora?
Desce a madeira, aí o estádio vai ser interditado (não se espere complacência) e retornaremos a 2016, tendo que jogar em outras
praças.
Centro de
Treinamento... Perfumaria. Frescura. Flamengo foi campeão do mundo
treinando na Gávea. Esse papo de tecnologias, penduricalhos é
conversa mole pra desviar o assunto e paparicar jogador mimado. De
fato, as lesões diminuíram, mas o que adianta se um dos jogadores
que ganham mais, o Ederson, tem dois anos que não joga? Que não
desempena nunca?
Não dá
para se esquecer do treinador. Estão encantados com esse Zé
Ricardo, que nada mais fez do que exercer, de forma bastante
competente (reconheça-se), o papel do
auxiliar-que-assume-na-crise-fecha-panela-faz-time-correr-pra-ele.
Limitado, retranqueiro e paneleiro, encostou os gringos, colocou o
Bonde da Stella pra jogar e assim deixou a panela feliz. Jogador
feliz corre mais, e jogador que corre dá resultado. Problema é que
depois não se sustenta, aliás já vimos isso em 2013-14. Não dá
para imaginar que “cinderelas” como Gabriel, Everton e Rafael Vaz
vão jogar por muito mais tempo o futebol que não sabem. E nem se
mencione Márcio Araújo, caneludo pavoroso que parece desfrutar de
imunidade titular com o elenco, a diretoria e o técnico.
Com a
base, não há muito o que se estender. Dos dez que sobem, vão
colocar um nos profissionais, no elenco, e vender a preço de banana.
O resto vai rechear os elencos das luverdenses da vida. E vamos
seguir reclamando que o Flamengo não revela jogador. Assim foi,
assim é e assim será.
Enfim, o
cenário é sombrio. Esse Zé Ricardo vai se embolar e na primeira
sequência ruim, vai querer mexer na panela. Vai perder o grupo e
rodar. A diretoria vai meter os pés pelas mãos, trazer algum “jovem
promissor” pro lugar, vai empilhar derrotas, e aí, no final do
ano, para se livrar do rebaixamento, contratará algum desses
medalhões “salva-vidas”, que ganhará um cacho de jogos e o
emprego pro ano que vem. E todos ficaremos satisfeitos e felizes com
o décimo lugar e cantando que nunca fomos rebaixados.