terça-feira, 31 de janeiro de 2017

2017, Aí Vamos Nós!


 Boa Tarde Buteco, Feliz Ano Novo! É... volto de férias neste momento, mas e o Flamengo? Quando começa o ano de verdade? Não adianta tentar convencer a ninguém, penso que esta sensação é muito pessoal. Influenciável, obviamente, mas pessoal. Muita coisa acontece, aconteceu já neste ano e isso pesa, mais fora de campo do que dentro dele como pudemos perceber por este 2017 aceleradíssimo! Todos esperamos que seja um bom ano é só o time poderá confirmar.

Para boa parte da torcida, 2017 se iniciou nos amistosos, que são meros testes e onde pelos resultados o time não foi bem, mas não importa, a bola rolou é o Flamengo tem que vencer! Que seja sempre assim! Mesmo que seja necessária certa paciência por conta do nível de concentração, nível do adversário, do objetivo a ser atingido para cada jogo de início de temporada, treino. Saindo do muro, os amistosos não foram nada além de meros treinamentos.

O campeonato estadual também é um mero treinamento e assim deve ser pensado, como preparação para o restante da temporada. Vencendo, melhor. Temos obrigação de lutar até o fim de qualquer competição, futebol é imprevisivelmente maravilhoso por isso, nem sempre o mais forte sai de campo vencedor. O Carioqueta é um treino de luxo, uma pré-temporada estendida. Não serve pra nada, só pra desgastar ou comemorar algo que se esquece em dois dias.

Não significa que não tenha ficado feliz ao ouvir “Flamengo 4x1 Boavista”, como já disse, vencer é ótimo. O mais importante foi ouvir dos amigos que temos mais opções de jogadas, de elenco, que o treinador consegue enxergar em mudanças estratégicas dentro das partidas com as peças existentes no elenco. A entrada de Rodinei na segunda linha, em revezamento com Pará só foi possível pela visão do treinador (que não se enganem, não é bobo) e pela limitação de opções no banco no estadual (sete jogadores, na Libertadores também será assim), ao contrário do Brasileiro que permite 11 atletas no banco de reservas.

Teremos mais uma partida amanhã e o primeiro jogo da temporada para mim será contra o Grêmio dia 08/02. Clássico, duas equipes que jogam a Libertadores, que vão se testar. Depois dessa partida tem Flamengo e Botafogo, na mesma situação (dia 11/02). Hora de rodar o elenco, preparar pra toda uma temporada que se prevê desgastante, principalmente nos meses de Agosto, Setembro, Outubro e Novembro, os meses finais, onde partidas decisivas em sequência podem afetar o desempenho em competições paralelas. Não pensem que não afetará, pois afetará decisivamente.

Num segundo semestre com Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil e a Primeira Liga o elenco será posto a prova, testado todo o planejamento, se foi correto ou não. Não será no Carioca que isso acontecerá, mesmo jogando clássicos, que são importantes parâmetros de evolução da equipe. E ninguém gosta de perder clássico. Estou no aguardo do desempenho e do que mostrará o Flamengo nesses jogos pontuais, os clássicos e a Libertadores no 1o semestre e no Brasileiro, que é o campeonato mais importante.


O campeonato mais importante é aquele onde há previsibilidade e com 38 rodadas, o Brasileiro deve ser o foco em 2017. Os outros são bônus, não obrigação, mesmo que joguemos para vencer e vamos torcer por isso! As tais contratações pontuais vieram e destas 3 foram sem despesas de contratação. Vejamos se será o suficiente. Particularmente creio que falte um lateral esquerdo e outro atacante, talvez mais um zagueiro (ou outro zagueiro). Enxergo o elenco qualificado e veremos como se dará a preparação pra este ano. De toda forma, na torcida, como sempre, Vamos, Flamengo!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Enquanto a Libertadores Não Chega

Salve, Buteco! Sábado tivemos a abertura da temporada oficial do Mais Querido em 2017 com uma satisfatória goleada sobre o Boavista em Natal/RN, para alegria da Nação e em especial nossos "compatriotas" potiguares. O primeiro jogo oficial e o adversário, evidentemente, não permitem conclusões definitivas, mas desde logo foi bom ver o time não deixar cair o ritmo de jogo durante os 90 (noventa) minutos. Como bem esmiuçou o nosso amigo Ricardo Mattana no pós-jogo de ontem (ao qual lhes remeto para leitura), a defesa deu alguns sustos e muitos jogadores pareceram ainda não estar em ritmo de jogo. O mais importante foi o time demonstrar evolução em relação às "trágicas" apresentações nos amistosos e o Zé Ricardo estar testando novas escalações e formações táticas.

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Ontem o bom site Mundo Rubro-Negro publicou um interessante texto explicando regras para utilizar os estrangeiros nas quatro competições que o Flamengo disputará no primeiro semestre. Em suma, enquanto na Libertadores, competição promovida pela CONMEBOL, não há limites para relação ou escalação de estrangeiros por partida, nas demais competições oficiais (Brasileiro, Copa do Brasil e Estadual) há limite de 5 (cinco) estrangeiros a serem relacionados por partida, embora não exista limite para inscrição, o que acaba tornando o limite de estrangeiros por partida uma limitação indireta para a inscrição de estrangeiros ou do contrário não haveria atletas suficientes no elenco para colocar uma equipe em campo. A grande restrição da Libertadores reside no número de atletas permitido no banco de reservas - apenas 7 (sete). No Estadual também há a restrição de apenas 7 (sete) jogadores no banco de reservas, o que não ocorre no Brasileiro e Copa do Brasil, nos quais é possível ter 12 (doze) jogadores no banco, conforme normativo da FIFA em vigor desde 2012 e artigo 26, § 2º do Regulamento Geral de  Competições da CBF/2016.

Em paralelo há a Primeira Liga, que, por ainda não ser um torneio incluído no calendário oficial de competições da CBF, tem o status de torneio amistoso. No regulamento da Primeira Liga não há menção a limite de inscrição de estrangeiros.

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Outro ponto que gera expectativa na torcida rubro-negra é o aproveitamento da base. O Estadual estabelece o limite para inscrição no torneio de 5 (cinco) atletas abaixo de 20 (vinte) anos de idade, que inexiste nas competições promovidas pela CBF e na Libertadores, que apenas restringe a 30 (trinta) inscritos por fase. Já a Primeira Liga não estabelece restrições do gênero.

A diferença entre as regras cria uma situação paradoxal, passando a impressão que a FFERJ criou a limitação de 5 (cinco) inscritos para "proteger" a competição da "concorrência" das demais, o que acaba por abrir espaço para a utilização da base apenas em competições mais difíceis. Além disso, analisando o Calendário de Competições Oficiais em 2017, em termos práticos é inevitável concluir que, até a estreia do Mais Querido na Libertadores, a base só poderá ser utilizada com maior frequência na Primeira Liga, pelos seguintes motivos: a) entre os 5 (cinco) inscritos para o Estadual, três (Felipe Vizeu, Lucas Paquetá e Matheus Sávio), por estarem a disposição da CBF para disputa de torneio da base, só se reintegrarão ao elenco de profissionais em março; b) o Campeonato Brasileiro só se iniciará em maio e c) a participação do Flamengo na Copa do Brasil só começará em agosto (oitavas-de-final).

Entre os atletas da base que forem utilizados até março certamente não estarão os três que, hoje, têm em princípio mais condições de se firmar no profissional, justamente os que se encontram servindo a seleção sub-20, e que, quando retornarem, encontrarão a Taça Guanabara em sua fase final e a fase de grupos da Primeira Liga já encerrada, valendo lembrar que as quartas-de-final do novo torneio só se iniciam em agosto. Acredito que, aos olhos da Comissão Técnica, vencer a Taça Guanabara facilite a utilização desses jogadores durante a Taça Rio (a exceção é Felipe Vizeu, que na temporada de 2016 já se firmou no elenco profissional).

Por outro lado, diante desse panorama, encararia o confronto contra o Grêmio como jogo preparatório para a Libertadores, considerando tratar-se do atual campeão da Copa do Brasil, classificado para a Fase de Grupos da Libertadores e adversário histórico, e nos jogos contra América/MG (16/2) e Ceará (23/2) daria oportunidades para a base, que disputaria as quartas-de-final em diante do torneio em eventual caso de classificação, evitando o desgaste do time principal em fases avançadas da Libertadores, Copa do Brasil e no próprio Brasileiro.

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Acho que a solução do Mancuello pela direita deveria ser temporária, já que, com a chegada de Berrío e a volta de Matheus Sávio, havendo ainda Gabriel no elenco, e como o argentino pareceu mais a vontade pela esquerda, em princípio faria mais sentido que disputasse posição com Everton e Adryan. Acho que o time para a estreia na Libertadores/2017 está se formando naturalmente e em princípio seria Muralha; Pará, Réver, Vaz e Trauco; Rômulo, Arão e Diego; Berrío, Guerrero e Everton (Mancuello).

Como sempre, a palavra está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Estreia com pé direito (e cabeça afiada)



Depois de uma semana conturbada, nada como uma boa vitória para trazer um pouco de paz ao grupo e principalmente ao Zé Ricardo. Se os tropeços na pré-temporada não significavam que tudo estava perdido, a goleada de ontem na estreia do estadual também não pode ser motivo de muita empolgação.

Mais do que comemorar a gorda vitória sobre o modesto Boavista do papai Joel, foi importante ver alguns de nossos novos reforços em ação, além de alguns testes necessários como a entrada forçada do Adryan (Everton foi desfalque de última hora devido a um piriri) e a utilização do Rodinei mais avançado.

Romulo, apesar de estar nitidamente abaixo fisicamente dos demais, não comprometeu e com o tempo deverá ter melhor entrosamento com o Arão. Diferente da dupla com o MA, onde o inominável joga mais recuado, achei que o Romulo e o Arão jogaram praticamente na mesma linha, revezando nas subidas ao ataque.

Trauco fez uma excelente estreia e logo no primeiro jogo apresentou o seu cartão de visitas. Um gol e duas assistências. Acredito que fará uma boa dupla com o Everton, já que o brasileiro preenche bem a lateral e pode cobrir os avanços do peruano, que não é tão bom defensivamente. Inclusive em alguns momentos da partida o Everton pode trocar de posição com o Trauco e confundir a marcação adversária.

Outro ponto positivo é o entrosamento com o Guerrero. O lateral peruano procura o nosso camisa 9 constantemente, fazendo inclusive com que o futebol do Guerrero suba de produção. Belos gols de cabeça do general na partida de ontem!



Adryan foi outro que não comprometeu e demonstrou estar a fim de jogo. Arriscou alguns chutes e tentou tabelar com o Trauco e Diego enquanto esteve em campo. Rodinei entrou muito bem e além de uma bela assistência, contribuiu muito pelo lado direito, fazendo o papel que esperávamos do Cirino e imaginamos que seja desempenhado pelo Berrío.

Gosto dos dois testes e vejo Adryan e Rodinei mais “prontos” do que Matheus Sávio, Cafu e Paquetá, principalmente se formos pensar em Libertadores.

O Mancuello ainda está tentando se adaptar a posição e em alguns momentos ainda fica perdido dentro de campo. Fora isso, é um jogador muito interessante, que possui boa bola parada, arrisca chutes de fora da área e ajuda a povoar a área em alguns momentos.

Aliás, tanto o Mancu quanto o Diego, são meias que gostam de entrar na área e podem ajudar o Guerrero a não ficar muito isolado, principalmente fazendo volume na grande área adversária nos cruzamentos do Trauco e Pará.

O ponto fraco da equipe foi o Arão e a dupla de zaga. O volante aparenta estar muito disperso e desligado do jogo. Errou alguns passes bobos, não foi bem na marcação e está longe de ser o Arão, que fez com que ele fosse eleito um dos melhores jogadores do Brasileirão do ano passado.

Já a zaga cometeu alguns erros infantis na marcação e teve dificuldades na saída de bola, principalmente o Rever. Aparentemente o Vaz saiu machucado e já é dúvida para o próximo jogo.

Para quem acha o Zé Ricardo sem criatividade e “monoesquema”, vi o time começando o jogo em um 4-2-3-1 clássico e em alguns momentos da segunda etapa jogando praticamente em um 4-4-2 com Diego e Guerrero na frente e Mancu e Rodinei dos lados.

Foi o primeiro passo de uma temporada que promete. Mesmo com todos os defeitos que podemos encontrar, vejo o Flamengo forte para a temporada. Temos tempo suficiente para deixar esse time pronto para a nossa estreia na Libertadores em Março.

Que o Carioca continue servindo para darmos ritmo de jogo ao time principal, realizarmos alguns testes como as utilizações hoje de Adryan e Rodinei, além de algumas variações táticas que devem ser testadas.

Um bom domingo a todos e que seja o primeiro passo de uma temporada bem vitoriosa.


SRN e grande abraço!

sábado, 28 de janeiro de 2017

Flamengo x Boavista

 


Taça Guanabara 2017 - 1ª Rodada - Grupo B

FLAMENGO: Muralha; Pará, Réver, Rafael Vaz e Trauco; Rômulo, Willian Arão e Diego; Mancuello, GuerrerAdryan. Técnico: Zé Ricardo.

Boavista - Felipe; Maicon, Renato Silva, Antonio Carlos e Pedro Botelho; Douglas Pedroso, Júlio César, Eric Flores e Fellype Gabriel; Mateus Paraná e Thiago Amaral. Técnico: Joel Santana.

Data, Local e Horário: Sábado, 28 de Janeiro de 2017, as 19:30h (USA/ET 16:30h), no Estádio Arena das Dunas, em Natal/RN.

Arbitragem - Leonardo Garcia Cavaleiro, auxiliado por Jackson Lourenço Massara dos Santos e Diego Luiz Couto Barcelos.

 

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Turbilhão







Irmãos rubro-negros,


Derrota em jogo-treino para time semi-amador; renovação do contrato de transmissão do Campeonato Carioca com a Globo em condições bem diferentes das bases estabelecidas pela diretoria; Vice-presidente de futebol preso em processo movido contra a corrupção; venda dos direitos econômicos, em valor bastante inferior ao previsto contratualmente, de um dos mais promissores jogadores do elenco (desmentida pelo presidente ao longo do dia, mas convenientemente anunciada de modo oficial pelo clube na madrugada); retrocesso na saída do Cirino; inúmeras especulações sobre vários atletas (Renê, Carlinhos, Geromel, Vargas); reunião fervilhante do Code para aprovar o contrato com a Globo; viagens esdrúxulas e desgastantes no meio da preparação física, técnica e tática; anúncio (não oficial) da contratação do Berrío; apresentação da Carabao.

Que semana, amigos, que semana.

Só que no meio dessa loucura, há um fato a passar desapercebido: o Flamengo estreia amanhã no Campeonato Carioca.

"Não ligo, não gosto, não tô nem aí".

Tudo bem, mas convenhamos, se em jogo-treino e amistoso, o rubro-negro já fica revoltado quando o time não joga bem, em competição oficial a cobrança é muito maior, ainda que seja o desprestigiado Estadual.

Bem, o Flamengo é assim. E é muito bom ser Flamengo. Vivemos esse clube como se fosse a nossa própria vida.

Só fica o aviso para a diretoria, já de todos conhecido, que este ano a cobrança será em outro patamar. Nosso apoio será total, mas nossa cobrança será por títulos e vitórias consagradoras, assim como reza a genuína tradição rubro-negra. Tenham certeza disso.

Não acho que viajar pelo país no início do ano seja algo que vá contribuir para os grandes objetivos que o clube almeja.

Neste ponto, e aqui se trata de mera reflexão minha, talvez o Zé Ricardo, sem entrar no mérito da sua competência, seja um técnico mais conveniente para o momento, que exige a conciliação entre as necessidades de arrecadação e de desempenho esportivo.

Por ser jovem e egresso das divisões de base, ele não enfatiza eventual descontentamento com as viagens e, mesmo que o faça, não tem a força do Muricy, por exemplo.

Uma transigência, entre a planilha e o campo, bastante arriscada por parte da diretoria, sobretudo considerando os objetivos esportivos do clube.

E sobre a renovação do contrato de transmissão do Campeonato Carioca com a Globo, uma sugestão: em boca fechada não entra mosca.

Como diz o vetusto brocardo, quem quer abraçar o mundo, só aperta vento.

O problema não é assinar com a Globo como os demais; o problema é falar demais, prometer demais, impor uma série de exigências, gerando expectativas desnecessárias, e depois disso tudo...
assinar como os demais.

Isso sim é um problema. E já não é a primeira, segunda ou terceira vez que isso acontece.

Ontem mesmo, ao longo do dia, quando maior era a repercussão negativa da venda do Jorge, e tendo à frente uma difícil sessão do Code, o  presidente afirmou que "havia apenas uma proposta, mas que nada estava fechado e que um jogador como o Jorge não poderia sair de qualquer maneira" ((https://mobile.twitter.com/iFlamengoNews/status/824684916831121408?s=08).

Curiosamente, ao fim da noite, início da madrugada, o clube anunciou oficialmente a venda do jogador (https://mobile.twitter.com/Flamengo/status/824798102917935106).

Inexplicável uma atitude como essa.

Já não se acredita mais no que a diretoria afirma. Se há algo de que eles entendem, é manipular a opinião do torcedor rubro-negro. Se precisarem mentir para evitar desgastes, não hesitarão. Postura bastante lamentável.

Dito isso, eu poderia me alongar, tecer laudas e laudas de considerações sobre todos os assuntos que têm permeado o universo flamengo nos últimos dias.

Muito melhor do que o monólogo, porém, é estender a cadeira e a palavra a vocês, meus amigos.

Este é o melhor Buteco do mundo, o Buteco do Flamengo.

E quem faz o Buteco são vocês.

Com tantos temas a comentar, seria muita pretensão abordar, num post, apenas um deles.

Falar de todos, por outro lado, causaria enfado.

Portanto, fiquem à vontade, pois as notícias não escasseiam e toda hora surgem novidades, a exigir atenção e debate de todos nós.

Como diz meu amigo, Gustavo, a palavra está com vocês.

Só uma frase antes de findar esta humilde coluna:

Avante Flamengo!




...


Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.



quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O Contrato



Hoje se votará no Conselho Deliberativo o tal famoso contrato com a Globo referente as transmissões do carioquinha e Primeira Liga. O Flamengo, em uma postura independente em relação aos seus rivais minúsculos, retardou a assinatura do contrato, negociando melhores condições, buscando, principalmente, desvincular sua receita da difamada e asquerosa FERJ.

Aparentemente, segundo reportagens vinculadas, conseguiu em parte. O dinheiro da Globo passaria direto para o Flamengo, sem a intermediação da FERJ e seus arbitrais bizarros e usurpadores do dinheiro alheio. Segundo estas matérias, será um bom dinheiro, embora não à altura que o Flamengo mereça visto a proporção entre seu tamanho e dos demais. Mas a Globo assinou primeiro com os anões. E os anões, parece, têm um gatilho em seus contratos que faria a Globo igualar a maior quantia paga para todos eles. Espertos os anões. Estão juntos nesta pois sabem à altura que têm e o tamanho desproporcional do Flamengo. 

A FERJ, uma Federação não-transparente, que o sistema do futebol brasileiro impõe aos clubes do Rio, embora como instituição seja uma desgraça promovendo campeonatos cada vez piores, se comporta como Produtora e não facilitadora de competição. E como Produtora quer a maior parte do lucro e da renda para si, como se os clubes fossem propriedades dela, em total inversão de valores. Os clubes, endividados, precisam do auxilio econômico da FERJ, e os dirigentes ficam logo amigos e aliados do presidente da Federação. Menos o Flamengo, único clube do Rio que fez o dever de casa e entrou em processo de saneamento econômico e administrativo. Flamengo se paga. E isto logo trouxe a inimizade da Federação, acostumada a limpar a sola do sapato na cara dos dirigentes que a adulam.

Flamengo, portanto, está sozinho. Não tem aliados. A CBF é presidida por um senhor acusado de corrupção extrema e é, por sua vez, vinculada à FIFA, outra instituição reconhecida pela corrupção desenfreada de seus dirigentes.  Enfim, o futebol é um esporte que parasitas trevosos se instalaram em busca de poder e dinheiro através de regulamentos feitos sob medida para assaltarem os clubes.

E nós, torcedores, estamos nesta. Torcendo por nossos clubes em meio a este mar de lama nauseabundo. E por torcer por nossos clubes queremos ele bem. E o que é o Flamengo bem neste momento? Fora da transmissão do campeonato carioca e com isto perdendo visibilidade para seus patrocinadores atuais e potenciais? Perdendo faturamento de PPV?  Perdendo a chance de vincular propaganda de ST´s ou outros programas de arrecadação do Flamengo em meio às transmissões?

Ou o melhor do Flamengo agora é avançando um pouco mais, mesmo nesta luta solitária? Faturando em tese mais que os outros anos e, principalmente, quebrando um paradigma em termos de receita, recebendo-a diretamente da Globo ao mesmo tempo que continua a luta para angariar receitas de placas de publicidade que sem televisão não existiriam de qualquer maneira?

É fácil pensar em termos de quixotismo e a luta contra moinhos de vento. É romântico. Mas o futebol é real. Clubes precisam faturar, precisam se mostrar ao público e oferecer a patrocinadores uma segurança de visibilidade. Ficar solto ao léu, disputando pretensos amistosos sem garantia, faria do Flamengo um clube em que a pré-temporada antes do Brasileiro se tornasse imprevisível. Flamengo irá disputar a Primeira Liga, deve garantir uma boa soma na transmissão também, e junto com a receita do contrato com a Globo, mesmo que não pareça ideal ou satisfatório para o potencial atual do clube, certamente será uma boa soma e atenderá suas necessidades de visibilidade e transmissão. Lembrando que a maioria dos torcedores do Flamengo são de fora do Rio. Um Flamengo cada vez mais forte vai se construindo passo a passo.

PS1: A destacar as ótimas atuações de Cuellar e Diego no amistoso entre as seleções do Brasil e Colômbia. Cuellar dominou o meio de campo da Colômbia com passes precisos, movimentação e posicionamento, mostrando o enorme desastre que é a manutenção de Marcio Araujo na equipe titular do Flamengo e o quanto é mal compreendido por um iniciante monotemático, limitado e possivelmente paneleiro. Diego, com passes rápidos, liderança, e visão de jogo foi destaque na seleção. Arão teve boa atuação e Jorge, discreto. Enfim, mostrou que o elenco do Flamengo é qualificado e precisa urgente de um treinador de nível equivalente.

PS2: Godinho foi conduzido à prisão na Operação Lava-Jato, pelo período em que trabalhava para o Mister X, o Eike Batista. Terá como se defender e tentar se livrar da prisão. Enquanto isto o Flamengo deve procurar outro VP de Futebol. Não fazia sentido afastar o Godinho antes porque alguém o associava a Lava-Jato, Flamengo não é Judiciário. Mas agora tem uma razão. Valeu Godinho, pela dedicação ao Flamengo neste período. Agora cabe ao Flamengo escolher outro VP de Futebol, que pelo perfil que o noticiário costuma fazer da atuação do Godinho frente ao Departamento, tem que ser um bom negociante.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Alfarrábios do Melo

A temporada está no fim.

Entretanto, ainda restam 28 dias para acabar o ano.

A Gávea já vive um clima de fim de festa. Não adiantou o Flamengo ensaiar uma arrancada na reta final do Brasileiro, vencendo com autoridade seus últimos três jogos (2-0 Cruzeiro, 3-1 Inter-SP, 3-0 São José). Era necessário que ocorresse uma sobrenatural combinação de oito resultados
favoráveis na última rodada para que o milagre da classificação brotasse do solo. Não aconteceu. Foi o preço pago pela priorização da Copa do Brasil, que custou duas derrotas em casa (São Paulo e Grêmio), que se revelaram fatais.

Ao anticlímax decorrente da eliminação do Brasileiro soma-se uma das mais pesadas e virulentas campanhas eleitorais dos últimos anos no Flamengo. As eleições acontecerão no início de dezembro, e duas chapas, adversárias figadais, têm dedicado seu tempo a trocar notas ofensivas e declarações contundentes pelos jornais. O ar do clube anda irrespirável, nada recomendável a crianças e pessoas de coração puro.

Mas é preciso arrecadar. Quitar dívidas. Fazer o time rodar.

Não há outra alternativa. O jeito é girar amistosos.

A dupla de ataque formada pelos amigos Gaúcho e Renato, que foram os destaques do time na competição, consegue “escapar” dos compromissos. Renato recupera-se de séria distensão muscular sofrida ainda na partida contra o Cruzeiro (teria ficado de fora das finais) e Gaúcho, com dores no joelho, será submetido a uma artroscopia. O restante do elenco, sem exceção, está convocado para a série de amistosos. Em tese, seria a oportunidade para a realização de avaliações de continuidade, mas nem isso é garantido, diante do complicado quadro eleitoral por que passa o Flamengo.

A primeira etapa dos amistosos é relativamente tranquila. Um torneio em Varginha-MG, do qual o Flamengo sai campeão, após derrotar o Flamengo-MG (9-8 nos pênaltis, após empate por 2-2 no tempo normal) e o Cruzeiro (1-0, gol de Bobô). Após as partidas na cidade mineira, os jogadores terão alguns dias para descansar. Vão precisar.

Vai começar o “Bye-Bye Brasil”.

RIO NEGRO-AM 2-3 FLAMENGO, 06 DE DEZEMBRO DE 1990
O Flamengo chega à primeira escala da excursão ao Norte-Nordeste. Irá enfrentar o Rio Negro, o “Galo” do Amazonas, numa partida que se promete recheada de atrativos. Além dos próprios jogadores do rubro-negro (Júnior, Bobô, Zé Carlos e Zinho, entre outros), há uma atração “local”. O Rio Negro consegue contratar, especificamente para esse amistoso, o veterano Roberto Dinamite, que anda em litígio com o Vasco. Dinamite, aliás, viajou junto com a própria delegação flamenga, o que assanhou jornalistas mais criativos e dados a especulações de mercado. De qualquer forma, a presença do craque vascaíno irá conferir ao Vivaldo Lima um clima de “Flamengo x Vasco” que tornará o amistoso, no mínimo, interessante.

Mas há problemas. No dia marcado para o jogo, um temporal derrama-se sobre a capital amazonense. Receosos e amparados em previsão contratual, os organizadores adiam a partida para o dia seguinte, não sem protestos da diretoria rubro-negra. O adiamento, em tese prosaico, terá efeitos no decorrer da excursão.

Enfim, no dia seguinte, o tempo melhora e o estádio se engalana, completamente lotado, para receber as equipes. O clima do jogo anima o Flamengo, que logo abre 2-0, gols do jovem Nélio. O Rio Negro, excessivamente “motivado”, recorre à violência, e o volante Paçoca acerta dura entrada no próprio Nélio. Júnior logo dá o troco, um totó que tira Paçoca de campo, tornozelo inchado. O jogo vira guerra. O time local, cheio de brios, chega ao empate com Roberto Dinamite, que justifica o alto investimento e marca duas vezes (cobrando falta e pênalti). Mas Dinamite, como usual em sua carreira, sairá derrotado de mais um encontro com os flamengos. Na parte final, Bobô marca o gol da vitória rubro-negra. Pouco depois, é expulso. O Flamengo vence a “Batalha de Manaus”. E é só o primeiro jogo.

PAYSANDU-PA 3-1 FLAMENGO, 07 DE DEZEMBRO DE 1990
Extenuado por conta do esforço exigido pela partida de Manaus, o Flamengo chega a Belém para dar continuidade à excursão. Irá enfrentar o Paysandu no Alçapão da Curuzu, em outro jogo muito badalado pela imprensa local. Com um detalhe: no dia seguinte ao da Batalha de Manaus.

O “encavalamento” se deve ao adiamento forçado pela partida contra o Rio Negro. Assim, a delegação flamenga chega a Belém de madrugada, acorda pela manhã, almoça e já se concentra para o jogo da noite, que provavelmente nada terá de amistoso. A situação irrita o elenco, que cobra explicações da diretoria, até porque o adiamento da partida de Manaus era algo previsível, por conta do (sempre) instável clima local e, mesmo assim, os dirigentes flamengos agendaram o jogo no Pará levando em conta o risco.

Dentro de campo, o resultado é desastroso. Estropiado e exausto, o Flamengo ainda tenta cadenciar a bola, mas não resiste à velocidade alucinante da equipe paraense, amplamente à vontade em sua panela infernal. O Paysandu abre 2-0 (um gol no início de cada tempo), mas o Flamengo, após cinco alterações (a presença dos titulares era exigida por contrato), equilibra a partida e diminui, com o jovem Djalminha. Contudo, no final do jogo, um contragolpe fulminante redunda no gol da vitória dos paraenses. O Paysandu ainda tenta ensaiar um olé, mas é demovido da ideia após duas entradas duras e um dedo na cara. De qualquer forma, a derrota é contundente e a imagem flamenga acaba arranhada.

DESPORTIVO TREM-AP 0-9 FLAMENGO, 09 DE DEZEMBRO DE 1990
Dois dias após o desastre de Belém, o Flamengo terá que entrar em campo novamente, dessa vez em Macapá, no pitoresco Estádio Marco Zero, o Zerão, cuja faixa central, que coincide com a Linha do Equador, divide o campo em dois Hemisférios. Mas a delegação vive forte crise. Há um risco de rebelião no elenco, que não se conforma por ter entrado em campo em dois dias consecutivos e se exposto ao papelão sofrido em Belém. Para tentar amenizar o clima ruim, a diretoria concede alguns remanejamentos na programação e instala os jogadores em um hotel mais confortável.

De qualquer forma, a excursão prosseguirá sem Júnior. O Capacete, alegando acerto prévio, deixa a delegação e irá a um casamento, do qual é padrinho. A seguir, cumprirá mais alguns compromissos pessoais e conseguirá, junto à Diretoria na Gávea, liberação do restante da excursão, podendo permanecer no Rio de Janeiro. O Flamengo terá que seguir sem seu mais celebrado jogador.

Como de costume, o Flamengo encontra mais um estádio lotado. Mas dessa vez, mais relaxados e diante de um adversário consideravelmente mais fraco, o rubro-negro não toma conhecimento do campeão amapaense e, mordido e disposto a deixar melhor impressão, aplica impiedosos 9-0. Bobô, com 3 gols, é o destaque.

MOTO CLUB-MA 1-3 FLAMENGO, 11 DE DEZEMBRO DE 1990
A delegação do Flamengo sofre mais um desfalque. Agora é o zagueiro Fernando (o heroi da Copa do Brasil) que alega problemas particulares a serem resolvidos em Portugal e, de forma unilateral, se desliga do elenco. O desfecho não é totalmente imprevisível, uma vez que Fernando vinha sendo, de longe, o mais insatisfeito jogador da excursão, inconformado com alguns problemas logísticos e com o próprio cansaço decorrente dos jogos, mas a indisciplina será determinante para abreviar a trajetória do zagueiro, que não jogará mais pelo Flamengo. No entanto, as perdas de jogadores começam a irritar os empresários organizadores dos amistosos, que reclamam do alegado “anti-profissionalismo” do Flamengo e ameaçam reter as cotas do clube caso não seja estancada a sangria.

O Flamengo está jogando a Cr$ 1,5 milhão por partida. É um dinheiro importante para quitar as dívidas decorrentes de premiações atrasadas (especialmente referentes à conquista da Copa do Brasil). Assim que recebe a cota relativa a cada amistoso que acabou de disputar, a diretoria chama o elenco e sorteia quatro jogadores. Os agraciados têm suas pendências pagas no ato.

A parada seguinte é o Estádio Nhozinho Santos, em São Luís. O Moto Club, clube tradicional da capital maranhense (também rubro-negro), contará com dois reforços ilustres: o goleiro Valdir Peres (titular da Seleção na Copa 82) e novamente Roberto Dinamite. Mas o Flamengo, cujo treinador Jair Pereira exige competitividade e seriedade, faz boa partida e não encontra dificuldades para abrir três gols no placar, marcados pelos jovens Luís Antônio e Djalminha, e por Bobô, que começa a chamar a atenção e a se revelar o grande destaque do Flamengo na excursão. O Moto ainda diminui nos descontos, fechando o placar em 3-1 a favor do rubro-negro carioca.

CONFIANÇA-SE 0-1 FLAMENGO, 13 DE DEZEMBRO DE 1990
Enquanto a delegação pinga-pinga pelo Nordeste (sai de São Luís, faz conexão em Recife e escalas em Fortaleza e Maceió até chegar a Aracaju), a Gávea ferve. São as eleições, enfim realizadas, para alívio de quem não mais suportava as acusações, ilações e ofensas gratuitas que permeavam o clima no clube. O pleito é realizado sob atmosfera notavelmente tensa e mesmo violenta, com os cabos eleitorais das chapas de situação e oposição, não raro, trocando socos, pedradas e pontapés dentro da sede. As hostilidades são tão viscerais que vários sócios, ao chegarem à Gávea para votar, desistem e dão meia-volta, temendo por sua integridade física. Ao fim, elege-se o vencedor, dessa vez, ao contrário de ocasiões anteriores, sem liminares e outras querelas judiciais.

Em Aracaju, por pouco o amistoso programado contra o Confiança não é cancelado. O clube local programava receber as faixas de campeão estadual nessa partida contra o Flamengo. No entanto, alguns resultados inesperados adiaram a confirmação do título azulino. Assim, após o amistoso contra o rubro-negro, o Confiança ainda precisará retornar a campo para um jogo decisivo pelo Estadual Sergipano.

Outro ponto controverso é a concorrência com a Final do Brasileiro, realizada no mesmo horário. Assim que atentaram para a coincidência de horários, os organizadores cogitaram desistir da partida. Mas o Flamengo não abre mão do recebimento da cota milionária. Os ânimos arrefecem quando se descobre que a Bandeirantes, detentora exclusiva dos direitos de transmissão, não possui repetidora na cidade. O jogo, assim, é confirmado.

Para alívio dos jogadores flamengos, a partida é disputada em ritmo lento, quase de treino. O Confiança, temendo perder jogadores para as finais do Estadual, joga como num coletivo, e o rubro-negro “aceita a dança”, tornando a partida monótona e arrastada. Um gol de Nélio define a vitória do Flamengo, que recebe uma Taça oferecida pela Associação dos Cronistas Desportivos do Estado.

SERRANO-BA 1-3 FLAMENGO, 16 DE DEZEMBRO DE 1990
Com a definição da nova diretoria, algumas situações começam a se aclarar. É o caso do treinador Jair Pereira, que é avisado de que não permanecerá no Flamengo para a temporada seguinte (acabará fechando com o Atlético-MG). Bobô, o melhor jogador flamengo da excursão, será devolvido ao São Paulo. A ideia é montar uma equipe barata, com ênfase nos jovens que brilharam no início do ano na Copa São Paulo.

Mas o clima é de alívio. A delegação já projeta as ansiadas e merecidas férias, após enfrentar o momento mais cansativo da excursão (viagem de Aracaju a Salvador e da capital baiana a Vitória da Conquista em ônibus). No último jogo, mais baixas. O preparador físico e o treinador de goleiros alegam problemas pessoais e retornam ao Rio. Bobô também tenta ser liberado, mas é avisado que sua participação é fundamental para o sucesso do amistoso (é o grande ídolo baiano).

Motivados pelo fim da “Caravana Rolidêi”, os jogadores se empenham e jogam o suficiente para derrotar o Serrano local por 3-1, de virada, com gols de Luís Antônio e Bobô, que, com dois tentos, encerra, justamente em terras baianas, sua participação pelo Flamengo. Após a partida, a delegação retorna ao hotel, toma banho, janta numa churrascaria e, à meia-noite, embarca num ônibus para Ilhéus, onde chega às 04:30 da madrugada e, após mais três horas de espera, enfim embarca com destino ao Galeão.

Começam as férias.



segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Relevar ou Não?

Salve, Buteco! Primeiro jogo da temporada 2017, gramado (grande) pesado em razão das fortes chuvas que caíram sobre Goiânia no último sábado, adversário, que ficou no meio da tabela na Série B em 2016, com bem mais ritmo de jogo, por já ter participado de dois amistosos anteriormente, e muito empolgado para obter sua primeira vitória no confronto direto contra o Mais Querido do Brasil, pois o jogo seria televisionado para todo o Brasil (Sportv) e todo mundo (jogadores e treinador) poderia mostrar serviço. Já o Mais Querido entrou em campo para sua primeira partida na temporada em ritmo muito mais lento, beirando a apatia, após mal haver completado onze dias de preparação. Como todo o time titular rubro-negro foi substituído no intervalo, ao contrário do adversário, que levou a sério o confronto, a derrota chegou a realmente surpreender alguém?

A mim não. Tampouco a partir dela farei previsões ou análises definitivas. O ponto é outro.

Diante da cessão de quatro titulares (Muralha, Jorge, Willian Arão e Diego) para a seleção brasileira dia 25.1 visando o confronto contra a seleção colombiana, que ainda contará com um reserva do elenco (Cuéllar), será que o amistoso de sábado foi a melhor opção em nível de preparação (pré-temporada) e planejamento? Considerando o Calendário 2017 do Futebol Brasileiro e o tempo disponível para treinamentos, o lucro compensou o desgaste e o tempo gasto com a viagem? Até que ponto os confrontos contra os pequenos no Estadual, competição oficial, poderiam ser encarados como preparação? 

Ao que parece, em 2017 o tempo disponível para pré-temporada é mais escasso e tem mais fatores de descontinuidade do que o desejável. Por isso acho que o Flamengo "saltou" rapidamente para o amistoso, que se aproxima mais de competições oficiais do que treinamentos, antes de se utilizar de jogos-treino, por exemplo, que expõem menos um time sem ritmo de jogo.

Para muitos o assunto pode não passar de filigrana perto de um contexto maior, que é a necessidade do time evoluir taticamente e em posições carentes no elenco para encarar as competições mais difíceis do calendário/2017, ou da simples questão que o Flamengo, G3 na Série A, teria que vencer de qualquer maneira um adversário de meio de tabela da Série B. Outros podem simplesmente pensar que uma derrota no início de temporada não deveria incomodar tanto.

Contudo, a Diretoria sofre críticas (ao meu ver, justas) de que relativiza ou não prioriza o lado competitivo do futebol em um contexto de escassez de títulos e de mau desempenho em confrontos diretos contra grandes adversários regionais e nacionais. Certamente não vai ajudar se começar a também relativizar derrotas em amistosos contra times pequenos.

Na minha opinião, perder não deveria ser motivo de conformismo para o Flamengo. Além disso, situações como a de sábado deveriam ser evitadas em prol de preparação com outro formato visando a Libertadores e a evolução técnica e tática da equipe.

Concordam, discordam? A palavra, como sempre, está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Está tudo errado! Será?!




Dez dias de preparação e um primeiro amistoso. Muitos reclamaram durante a semana, depois de um treinamento fechado, diga-se de passagem, que não teríamos mudanças de um ano para o outro. De acordo com um setorista, com base em informação "confiável", o time havia formado no primeiro coletivo com o mesmo time que encerrou a temporada, com o mesmo esquema e os mesmos jogadores. Inclusive os perseguidos Marcinho e Gabriel. A surpresa, no entanto, ficou com a entrada do Mancuello no lugar do baiano.

Pela direita? Não exatamente. O argentino pode ter formado por ali quando o árbitro deu início à partida, apareceu por ali na primeira chance do Flamengo na partida, mas se movimentou bastante pelo ataque. Não apenas ele. O time inteiro rodou bastante, Diego vem atrás buscar jogo, Arão aparece para concluir jogadas. Muita diferença para o esquema muitas vezes engessado com pontas burros pelos lados. Um velho problema, entretanto, se repete. Falta profundidade, falta efetividade no ataque. Na primeira metade do primeiro tempo, essa movimentação aconteceu mas não há penetração, não há ninguém para ultrapassar as linhas de marcação. Temos o arco mas falta a flecha. Nosso artilheiro do ano passado, Guerrero, não é propriamente um centroavante matador. E aí toma cruzamento na área...

Há outra questão a ser trabalhada: quando o time sobe para atacar, a dupla de zaga não acompanha. Se a bola é perdida e a transição defensiva não é tão veloz, forma-se um buraco entre meio e defesa e o contra-ataque adversário pode ser perigosíssimo. O gol do Vila Nova aconteceu num erro de cobertura. Márcio Araújo saiu para a direita e deixou o espaço na entrada da área onde o Wallyson, sozinho, acertou um remate de plena felicidade no ângulo do Muralha.

Para a segunda etapa, um onze completamente novo. Mais testes. Gabriel fazendo a função do Diego. Pelos lados, um corredor e um armador, com lados trocados em relação ao primeiro tempo. Cirino, quem sabe prestes a sair, pela direita e Adryan na esquerda. Os reservas entraram com muito mais disposição, em especial o Rodinei que pode estar querendo recuperar a posição, e empatamos com o Damião. O gás durou algo em torno de vinte e cinco, trinta minutos. Sofremos o segundo gol, mais uma belíssima finalização do Wallyson e, ato contínuo, Zé Ricardo fez uma substituição para experimentar um novo esquema. Saiu o volante Ronaldo, entrou o meia-atacante Cafu. Não funcionou.

É ruim começar o ano com derrota? É péssimo. Torcedor, que já está com pouca paciência, tem a certeza de que está tudo errado. Eu, particularmente, quero um time pronto no dia 8 de março. Nem faria amistosos assim. Carioqueta, pra mim, é pré-temporada. Mas, claro, "isso é um lixo, joga tudo fora e começa de novo..."

Fotos: Gilvan de Souza

Vila Nova x Flamengo

 


Amistoso (Pré-Temporada 2017)

Vila Nova/GO: Wendell; Maguinho, Brunão, Wesley Matos e Jonathan; PH, Fagner, Marcos Serrato e Hiroshi; Moyses e Wallyson. Treinador: Mazola Junior.

FLAMENGO: Muralha; Pará, Réver, Rafael Vaz e Jorge; MárciAraújo, Willian Arão e Diego; Mancuello, GuerrerEverton. Técnico: Zé Ricardo.

Data, Local e Horário: Sábado, 21 de Janeiro de 2017, as 18:45h (USA/ET 15:45h), no Estádio Governo do Estado de Goiás ou "Serra Dourada", em Goiânia/GO.

Arbitragem - Bruno Rezende (GO), auxiliado por Adailton Fernando (GO) e Cristhian Passos Sorence (GO).

Transmissão: Sportv

 

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Notas Rubro-Negras








Irmãos rubro-negros,



Os conselheiros do Clube de Regatas do Flamengo foram convocados para deliberar sobre a proposta da Globo para a renovação dos direitos de transmissão dos jogos do clube no Campeonato Carioca e na Primeira Liga para os anos de 2017, 2018 e 2019.

Não foram divulgados, ao menos até à publicação desta coluna, os termos da aludida proposta, de modo que não é possível avaliar, neste momento, se as exigências impostas pelo Flamengo foram aceitas ou se se trata de um recuo da diretoria.

Eu espero sinceramente que o Flamengo tenha obtido êxito em seus pleitos, pois a diretoria firmou posição sobre o tema há mais de um ano.

Outra questão: que caiba ao clube, e só ao clube, a decisão de escalar ou não os titulares, apenas e quando nos for conveniente.

Sem maiores informações, nada tenho a acrescentar a respeito.


...





Infelizmente, embora tendo apresentado um futebol reconhecidamente vistoso e competitivo, o time do Flamengo que disputou a Copa São Paulo não conseguiu conquistar o Tetracampeonato da competição.

Vale lembrar que a média de idade dos nossos jogadores é bastante inferior à da maior parte dos adversários.

Mesmo assim, o time mostrou brio e não apenas jogou de igual para igual com equipes mais velhas e fortes fisicamente, como também superou-as e dominou amplamente as partidas, salvo a última, em que a disputa foi mais equilibrada.

Considerando que a finalidade primordial da base é preparar e formar atletas para vestirem o Manto Sagrado, pode-se dizer que essa geração Sub-16 tem tudo para tornar-se emblemática de uma nova era no trabalho de base do Mengão.

Que eles tenham a consciência da responsabilidade de jogar pelo mais amado clube do mundo, porque talento não há dúvida de que possuem.







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Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.



quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Iniciando os trabalhos


Em reportagem no Globo.com, o jornalista Raphael Zarko escreve  matéria http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2017/01/ze-ricardo-comanda-treino-tatico-em-duas-horas-de-treino-fechado-no-fla.html em que informa que o time base titular treinado pelo atual treinador Zé Ricardo foi: Alex Muralha, Pará, Réver, Rafael Vaz e Jorge; Márcio Araújo, Willian Arão e Diego; Gabriel, Everton e Guerrero. Não houve filmagens ou presença de reportagens no momento de treinamento, que durou cerca de 2 horas, mas o jornalista informou no twitter que esta escalação lhe foi concedida através de uma fonte interna e confiável.

Considerando que seja esta a formação inicial, Zé Ricardo propõe começar o ano com o mesmo esquema e mesmos jogadores, ainda, aparentemente, sem convicções de que possui elementos no elenco capazes de mudar o jogo de forma a aprimorá-lo. O que, em tese, deixaria desconfortáveis jogadores como Cuellar, Mancuello e o próprio Donatti, adquiridos a um custo caro pelo Flamengo.


Talvez a mudança no esquema venha com o Romulo apto a jogar, o que certamente imporia uma mudança para 4-4-2, tirando um dos atacantes, ou a manutenção do mesmo esquema com a substituição de Arão ou Marcio Araujo, o insuperável 'protegée' do treinador. E esta mudança ficaria, aparentemente, mais evidente com Conca, obrigando a uma real alteração tática que pode ser perigosa dada a pouca experiência do treinador e a aparente incapacidade em propor alternativas táticas substanciais. A torcida demonstra não ter mais paciência de "anos virgens" em títulos. E, lamento, o Flamengo escolheu um técnico que não parece apresentar esta gana, esta "fúria" em ser campeão. Parece ser mais um burocrata de G5, G10, do futebol brasileiro.


Enfim, esta matéria apresenta o risco do Flamengo começar "mais do mesmo". E isto me parece muito preocupante para um ano em que os torcedores esperam passos largos e firmes para acabar com este jejum patético de títulos.


Mas, ao menos, temos hoje uma partida eliminatória da Copinha. O promissor projeto a craque Vinicius Jr. estará em campo contra o Corinthians, uma equipe forte da competição. De qualquer maneira os garotos apresentaram um bom futebol até aqui, estão de parabéns. O intuito do sub20 é formar jogadores para os profissionais e estes torneios são muito bons para incutir o espírito competitivo e saber lidar com vitórias e derrotas. O Flamengo pode vencer hoje. Tem futebol para isto. Torcemos.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Alfarrábios do Melo

Enfim, fazendo o certo.

Ao menos esse é o julgamento da crônica e de parte da torcida, ao avaliar a política de contratações do Flamengo para a temporada. Após um ano em que o treinador Paulo Autuori “tirou leite de pedra”, extraindo de um conjunto limitado um desempenho capaz de fazê-lo ombrear com os melhores times do país, enfim o rubro-negro aporta com reforços capazes de dar ao qualificado comandante opções para a montagem de uma grande equipe.

No entanto, ao invés de contratações festivas, midiáticas e pouco produtivas, dessa vez a diretoria acerta ao reforçar posições carentes e, com isso, construir um conjunto, um “onze” homogêneo como um todo, ao invés de um time onde coabitam jogadores estelares e medíocres.

A primeira transação é vultosa. O Flamengo, enfim, cede ao assédio do futebol europeu e negocia seu principal jogador, Sávio, para o Real Madrid. No negócio, o clube espanhol repassa, por empréstimo, o meia/lateral Zé Roberto e o atacante Rodrigo Fabbri. Rodrigo, aliás, vem de um excepcional Campeonato Brasileiro e vive grande fase. Além do empréstimo dos jogadores, os madrilenhos pagam US$ 4.5 milhões, parte dos quais é utilizada para repatriar o velho ídolo Romário que, por US$ 1.5 milhão, é contratado em definitivo junto ao Valencia-ESP.

Dessa forma, com a venda de Sávio, o Flamengo traz Zé Roberto, Rodrigo e a estrela Romário, três jogadores da Seleção Brasileira de Zagallo (dois deles titulares).

Não para aí. O rubro-negro traz o meia Palhinha (ex-São Paulo e Cruzeiro) e o volante/meia Cleisson, destaque no Cruzeiro Campeão da Copa do Brasil/96 e da Libertadores/97. Além disso, busca no Atlético-PR o lateral-direito Alberto, tido como um dos mais promissores do país.

Os reforços se juntam a um elenco com boas peças. O zagueiro Júnior Baiano, um dos melhores do Brasileiro que acaba de terminar, é titular absoluto da Seleção Brasileira e vive, talvez, o auge de sua carreira. O talentoso lateral-esquerdo Athirson, após início conturbado em que conviveu com uma estranha lesão, parece enfim ter se firmado. No gol está Clemer, um dos melhores arqueiros do país. Na quarta-zaga, dois jovens irão brigar pela posição, os elogiados Luís Alberto e Juan.

E há os reservas. O irrequieto atacante Lúcio, o habilidoso meia Iranildo (que disputou bom Brasileiro), o aplicado lateral Fábio Baiano, os raçudos volantes Maurinho e Jorginho e ainda o veterano Renato Gaúcho, que, embora não reúna condições de atuar em todos os jogos, ainda é capaz de qualificar o ataque em momentos esporádicos.

Enfim, o Flamengo de 1998 acena com um perfil completamente distinto da equipe aguerrida mas inexperiente que viveu do “quase” na temporada anterior, um time de garotos que viveu bons momentos, encarnou muitas vezes o espírito rubro-negro, mas esbarrou nas suas próprias limitações técnicas e psicológicas.

Agora há, no mínimo, um bom jogador para cada posição. Paulo Autuori dispõe, talvez, do mais qualificado elenco de sua carreira. Se foi capaz de colocar um grupo coalhado de garotos (Lê, Chaveirinho, Bruno Quadros etc) nas Semifinais do Brasileiro, certamente agora, com jogadores consagrados em mãos (três titulares da Seleção), logrará montar uma máquina. A Sele-Fla.

Clemer, Fábio Baiano (Alberto), Júnior Baiano, Luís Alberto (Juan), Athirson; Jamir; Cleisson, Zé Roberto; Palhinha, Romário e Rodrigo. Este é o time-base com que Autuori inicia a temporada, montado numa espécie de 4.1.2.3, com Jamir à frente da primeira linha da defesa e Palhinha e Rodrigo atuando pelos lados do campo, mais adiantados (mas com funções defensivas), para acionar Romário. É um esquema ousado, que exigirá bastante aplicação tática dos jogadores.

Início da pré-temporada, na Granja Comary, em Teresópolis. A imprensa, sempre criativa, repercute, “Aqui não está treinando a Seleção de Zagallo, mas há a Seleção de Autuori”. O treinador dá seu primeiro coletivo. Grita, orienta, paralisa a atividade por vários momentos, cobrando o melhor posicionamento dos atletas. Romário é um destaque à parte. Dá passes de letra, de ombro. Em um dado momento, recebe um lançamento e apara de peito para um companheiro. No ato, acena para o amigo Renato Gaúcho, que está na beira do campo realizando atividade física em separado: “hoje eu estou demais, peixe!”. É repreendido por Autuori. “vamos nos concentrar, é hora de seriedade.”

Vários se entreolham. O ano promete.

* * *

Zanata, Vítor Hugo, Fernando, Nelsinho, Bobô e Renato Gaúcho.

Do time campeão da Copa do Brasil, nada menos que SEIS titulares não permanecem para a temporada seguinte. Mais de meio time, entre eles o craque, ídolo e principal jogador. Além disso, a diretoria, que acaba de assumir o Flamengo, avisa que dificilmente conseguirá repor todas as perdas.

O cenário é sombrio.

Outra baixa é o caro e badalado treinador Jair Pereira, que deixa o rubro-negro. Em seu lugar, o Flamengo aposta em Vanderlei Luxemburgo, treinador novato que assombrou o país ao levar o modesto Bragantino ao título de Campeão Paulista e às Quartas-de Final do Brasileiro. Luxemburgo, que é carioca e cria da Gávea (foi jogador do clube), chega disposto a dar um “choque de competitividade” a um ambiente considerado acomodado e pedante.

Não será fácil. É verdade que há uma safra talentosa de jogadores da base, que tem sido utilizada eventualmente nos profissionais desde 1988. Nomes como Júnior Baiano, Rogério, Fabinho, Piá, Nélio, Djalminha, Marcelinho e Paulo Nunes, vários dos quais lograram conquistar, de forma inédita, o titulo da Copa SP. No entanto, a avaliação interna converge para a conclusão de que a conquista em gramados paulistas terá atrapalhado a evolução de alguns jovens, que teriam apresentado sinais de “deslumbramento” e “sapato alto”.

Além da questão dos jovens, há ainda o problema com Júnior. O veterano jogador, apesar de ainda apresentar um futebol de qualidade, parece desmotivado e propenso a encerrar a carreira. Na temporada anterior, Júnior conviveu com uma série de problemas com Jair Pereira, que inclusive chegou a colocá-lo no banco de reservas em um jogo contra o Bahia, pela Copa do Brasil. Atenta, a diretoria chama o jogador e, junto com Luxemburgo, pede que ele seja o “guia”, a referência para a safra de garotos que, inevitavelmente, terá que ser lançada ao longo do ano. Cético e algo desconfiado, Júnior aceita a empreitada. Será o regente, o capitão, o líder do novo Flamengo. Uma espécie de “maestro”.

Mas há as limitações do elenco, que apenas a qualidade de Júnior e o talento dos garotos não será capaz de suprir. Há alguns bons jogadores, como Zé Carlos (que anda gordo e levando frangos), Uidemar, Zinho, Ailton e o surpreendente centroavante Gaúcho (que ignorou a “maldição da 9” e atravessou o ano fazendo gols, recebendo como prêmio a sua contratação em definitivo). Mas é necessário, imperioso, crucial, contratar reforços, até porque o Campeonato Brasileiro está às portas.

Luisinho (volante titular do Botafogo), Carlos Alberto Dias, Nei (zagueiro titular do Bragantino) e inclusive Bebeto (em baixa no Vasco) são especulados. Mas, sem dinheiro, o Flamengo sequer esboça algo concreto para a contratação de jogadores desse nível. A primeira movimentação do clube no mercado acaba por se tornar a mais controversa.

O lateral/meia Leonardo, que estava emprestado ao São Paulo, é negociado em definitivo com o clube paulista. Em troca, além do pagamento de US$ 200 mil, chegam em definitivo o goleiro Gilmar e o zagueiro Adilson. E, emprestado por doze meses, o jovem meia Paulo César. A transação recebe críticas da imprensa e transtorna parte da torcida. Trata-se de trocar Leonardo, titular absoluto e destaque da equipe de Telê Santana, por três de seus RESERVAS, numa operação praticamente sem custos para o tricolor paulista. Começa mal o Flamengo.

Depois, chegam o meia Toninho (Portuguesa), o volante Charles (Guarani) e o decadente lateral-esquerdo Dida (Palmeiras). Nenhum deles é capaz de causar o mínimo entusiasmo. Luxemburgo, preocupado com a péssima repercussão da montagem do elenco, avisa: “teremos trabalho, mas vamos montar um time competitivo.”

Avalia-se que o treinador acerta em cheio na primeira metade da frase. Porque trabalho, muito trabalho, um trabalho insano, será necessário para fazer desse amontoado flamengo um time minimamente digno. Os mais alarmistas receiam inclusive o pior, lembrando-se que o Fluminense, com um elenco tido como superior, por pouco não fora rebaixado em 1990.

Zé Carlos, Ailton, Adilson, Rogério, Piá; Uidemar (Charles), Júnior, Toninho (Paulo César), Marcelinho; Gaúcho, Zinho

Muitos suspiram. O ano promete.

* * *

A temporada de 1998 revelou-se conturbada desde o início. O “supertime homogêneo e equilibrado” de Autuori em nenhum momento deu liga e, após algumas derrotas humilhantes decorrentes de atuações excessivamente apáticas, Autuori acabou demitido para a chegada de Joel Santana, que também não conseguiu acertar a equipe. Com os resultados ruins se acumulando, o Flamengo seguiu em sua ciranda de compra e venda de jogadores (Júnior Baiano, Zé Roberto e Palhinha foram devolvidos/negociados, Athirson foi emprestado, chegaram Beto, Marcos Assunção, Fabão, Ricardo Rocha, Jean, Caio e Pimentel, entre outros menos cotados), mas, imerso em forte crise, só foi encaixar um bom futebol quando o risco de rebaixamento já era real e palpável. A contratação do treinador Evaristo de Macedo deu algum alento e, enfim, o Flamengo conseguiu exibir algumas semanas de um bom jogo, mas já era tarde para almejar a algo no Brasileiro. Com final melancólico, foi um ano para ser esquecido.


Como esperado, o início da temporada de 1991 não foi fácil. O time demorou a dar respostas em campo sofreu goleadas humilhantes (chegou a ser chamado de “pior time da história do Flamengo” nos jornais) e, aos poucos, Luxemburgo percebeu que deveria encostar os reforços e abrir espaço para a base. O Flamengo aproveitou um lítigio entre Gotardo e o Botafogo e conseguiu contratar o zagueiro, que se tornou um dos pilares da nova equipe, juntamente com Gilmar, que barrou Zé Carlos. O volante Charles, agora Guerreiro, caiu nas graças da torcida, exibindo um espírito de luta que passou a se tornar uma das características da equipe. Mesclando uma base talentosa, coadjuvantes de bom nível e alguns líderes respeitados, o Flamengo foi crescendo ao longo da temporada e nem mesmo a conturbada saída de Luxemburgo (envolto em uma polêmica sobre a estrutura do clube) foi capaz de frear essa evolução. Em um final de ano apoteótico, já sob comando de Carlinhos, o Flamengo conquistou, de forma quase invicta (perdeu apenas um jogo), o Estadual, que não ganhava há cinco anos. Em uma das vitórias sobre o Vasco, um cronista estrangeiro chegou a qualificar a atuação rubro-negra como “a mais perfeita exibição tática de 1991”. A base estava montada, e “o pior time da história” conquistaria, no ano seguinte, o Pentacampeonato Brasileiro.”