terça-feira, 20 de dezembro de 2016

2016 → 2017


 Certamente o ano de 2016 foi um ano desequilibrado para o futebol do Flamengo, onde fomos mal em quatro copas e acima do esperado no Campeonato Brasileiro. Isso, olhando de Janeiro e projetando para o fim, agora em Dezembro, parece e foi acima do imaginado, mesmo com todos os percalços passados e esperados por contas de particularidades, como a falta de um estádio no Rio. Em suma, Brasileiro bom, ano ruim. Vejo um 2017 que se apresenta em condições muito superiores por muitos motivos, dentre os quais a inauguração do CT profissional e um aumento considerável no orçamento para o futebol, principalmente para a folha de pagamentos.

Afirmo aqui com convicção, que não se dá por conta das inúmeras especulações, que penso que o próximo ano será melhor, tão pouco por causa da disputa da Libertadores. Acho que o ambiente será mais leve, no clube e no departamento de Futebol de forma geral. Ambiente leve não significa falta de pressão, sede pelos resultados, títulos. O sarrafo subiu, a exigência é outra e o coro vai comer!

O estádio da Portuguesa será nossa casa nos próximos 6 anos (3+3), foi uma boa jogada nesse xadrez bizarro que jogamos com os entes públicos por conta da Licitação do Maracanã (também da possibilidade de uma construção de estádio próprio, uma guerra). Montaremos essa casa a partir de Janeiro, falta pouco. Fora da ilha, tem bastante água pra rolar debaixo da ponte, inclusive a decisão sobre quem será o novo “dono” do Maracanã. Comparando com alguns aspectos de 2016 fica visível almejar um 2017 melhor:

  • Neste ano tivemos 47 seções de treinamento a menos do que o “normal”. Foram canceladas por conta de traslados ou descanso dos atletas. Treinaremos mais e melhor. Jogaremos no Rio;
  • O time esteve por 115 dias fora da cidade do Rio de Janeiro, o dobro da quilometragem percorrida por Atlético-MG e Fluminense, um terço a mais do que o Palmeiras no ano;
  • Aplicação do CEP (Centro de Excelência em Performance), que resultou em apenas SEIS lesões musculares em todo o ano. Recorde positivo que evoluirá em estrutura física melhor em 2017 em diante;
  • Não trocamos treinador, Muricy saiu por motivo de doença (tenho muitas dúvidas neste aspecto, troca e efetivação de treinador, mas é de certa forma um índice de estabilidade que não tivemos nos últimos anos);
  • Zé Ricardo inicia a temporada, sua primeira enquanto treinador da equipe principal do Flamengo. Não é surpresa pra ninguém que gosto dele como treinador, da personalidade e clareza, só acompanhar as coletivas após os jogos. É um cara super estudioso e as pessoas com quem tenho conversado de dentro e fora do clube, ligadas ao mundo do futebol são só elogios. Vejamos como evolui e como seu time se comportará;
  • Obtivemos o recorde de pontos na História dos pontos corridos. Infelizmente, não foi suficiente e o título não veio. O recorde positivo de gols sofridos em pontos corridos, com 36 em 38 rodadas;
  • Obtivemos a vaga direta para a fase de Grupos da Libertadores via Brasileiro. A última vez foi em 2010;
  • Gostemos ou não de determinadas peças, temos uma base para começar o próximo ano. Contrataremos bem pouco e valorizaremos a base. Ficaram “na estufa” por um ano e jogarão em 2017. Se algo diferente disso acontecer, minha decepção será grande;
  • O Ninho do urubu foi finalmente inaugurado, com 32 anos de atraso e a pré-temporada será em casa. Que orgulho! Mesmo que só nos “iguale” a outros concorrentes do país. Teremos condições de garantir o que há de mais moderno no país. O esforço foi grande e para os atletas, espero que eles também sintam-se orgulhosos e correspondam a esse esforço de diretoria e torcida que encamparam diversas campanhas para que o CT ficasse pronto;

Além de todos estes aspectos, não assinamos os direitos de transmissão do Carioqueta com a Globo. Ainda. Pode ser uma grana importante para entrada no caixa em 2017, com luvas. Desde que algumas das condições impostas pelo Flamengo sejam aceitas pela FERJ. Acho que pelos movimentos do clube e de “zero sinalizações” de Globo e FFERJ, não assinaremos. Mais uma peça a ser mexida neste xadrez. Apoio completamente a ação de “não dar a mínima” para o estadual. Nada disso impede de se costurar um acordo de um ano ou dois ou de se bancar a postura até o fim. A ver.

Existe a promessa de aproveitamento maior das categorias de base, mas não como na Libertadores de 2012, quando entramos pelo cano com Luiz Antônio e Muralha na volância. A base deve fornecer jogadores que sustentem o time principal, não que sejam alçados sem condições de “honrar o manto”. Não é mais o caso. Não passaremos mais vergonhas na base. A forma de transição para o profissional mudou e espero que dê certo. Confio que dê certo. Acredito de verdade que esta seja a melhor fórmula para não queimarmos atletas. Eles devem pedir passagem nos treinos e entrar com tranquilidade.


As categorias de base ficarão com as estruturas hoje utilizadas pelo futebol profissional. Promessa de ganho considerável na lapidação de nossos jovens jogadores. A previsão para o início das obras para o CT definitivo da Base é Abril/17. Sou um otimista incorrigível, vejo um futuro alvissareiro. Pelo esforço dos mais de 500 profissionais que trabalham no departamento de futebol do Flamengo (incluindo atletas), pelos 40 milhões de apaixonados que torcem por eles. O Flamengo virou o jogo, mudou a página. Seremos protagonistas. Mais do que normalmente somos.


 P.S.: Esta é a última coluna de 2016, entro de férias, porém volto como leitor e comentarista do blog. Escrever somente em 2017. Desejo boas festas a todos os queridos Butequeiros! Ótimas festas e que 2017 seja repleto de realizações e títulos na vida de cada um de nós. Fraterno Abraço!