1980.
Uma
constelação.
É
difícil conter o entusiasmo e a euforia quando se pousa os olhos no
elenco que o Flamengo está montando para o segundo semestre, já
tendo em vista o planejamento para o ano seguinte.
O plantel
campeão brasileiro é mantido. A única baixa é o lateral-direito
Toninho, negociado com o futebol árabe, cuja reposição, o elogiado
Carlos Alberto, já está no rubro-negro. Nunes, que viera emprestado
do México, tem seu passe comprado. Também chegam algumas apostas (o
goleiro Gelson e o ponta-esquerda Sivaldo, do Vitória e o meia Lico,
do Joinville. Também é tentado o meia Peu, do CSA, mas a negociação
emperra e demorará mais um pouco). Mas o que realmente empolga é a
chegada dos reforços que suprirão as duas grandes lacunas do time:
a ponta-direita e a zaga. Fumanchu, jogador veloz, forte e goleador,
é trazido do América-MEX. E, naquela que é a grande contratação
da temporada, Luís Pereira, tido como o melhor zagueiro do país,
retorna ao Brasil após vitoriosa passagem pelo Atlético Madrid. O
Flamengo vence a disputa com Internacional, Grêmio e Palmeiras, e
confirma o jogador, que não esconde sua empolgação ao atuar ao
lado de Zico, Júnior e Carpegiani, entre outros “cobras”.
A rigor,
o ceticismo parece proibido na Gávea. Após o Tri Estadual e o
Brasileiro, o Flamengo conquista de forma invicta a Taça Guanabara
(que este ano é disputada em forma enxuta, desmembrada do Estadual
por falta de datas), e depois realiza uma relativamente vitoriosa
excursão à Europa (sai aplaudido de pé em Frankfurt após colocar
o time local na roda, conquista o Ramón de Carranza e o Torneo de
Santander). O caminho para o Tetra parece primorosamente pavimentado.
O
otimismo aumenta quando se percebe que os rivais, em sua maioria,
estão enfraquecidos. Botafogo e América começam a padecer com
problemas financeiros e perdem jogadores importantes das fortes
equipes recentes. O Vasco já apresenta desgastes em seu time-base,
que parece envelhecido. Apenas o Fluminense chama a atenção em
alguns amistosos com uma equipe que mescla jovens de uma base
talentosa (Edinho, Delei, Gilberto, Robertinho) com alguns jogadores
mais experientes (dentre os quais, destaca-se Cláudio Adão,
ex-Flamengo).
Vai ser
dada a largada.
O
Flamengo estreia numa tarde de sábado, praticamente emendando com o
desembarque do Galeão, após volta da excursão. O resultado é
previsível, 2-0 numa exibição burocrática, que não empolga. Mas
na partida seguinte o time, mais descansado, engrena e enfia 7-1 na
AD Niterói, numa grande atuação de Zico, que crava quatro gols
(ironicamente, antes do jogo o treinador da equipe niteroiense
prometia grande atuação e um resultado totalmente distinto dos 7-1
sofridos no ano anterior).
Na
próxima rodada, Fla-Flu. Será a estreia de Luís Pereira.
A Gávea
lota para o primeiro treino do consagrado zagueiro. Há um clima de
festa, de empolgação. Todos querem ver de perto a categoria e o
talento do jogador. (“Agora temos um beque de Seleção”). Começa
o coletivo. O time reserva troca passes. Alguém lança o jovem
Anselmo. Luís Pereira parte para dar combate. Anselmo mata a bola no
peito e, num belo giro, dá um desconcertante chapéu no premiado
zagueiro, que senta no chão. Constrangimento. Silêncio. Os
torcedores se entreolham. Mais tarde, Anselmo, encolhido e quase
pedindo desculpas, explica “foi no reflexo, no instinto. E ele veio
macio, devagar, por isso levei vantagem. Num jogo à vera eu não
passaria”. Pode ser. Mas o torcedor sai do treino algo ressabiado.
O
time-base de Coutinho é Raul, Carlos Alberto, Rondinelli, Luís
Pereira e Júnior; Andrade, Carpegiani e Zico; Tita, Nunes e Adílio.
Mas Carpegiani se lesiona e está fora do clássico. Entra Júlio
César. E justamente o “Uri Geller” abre o placar com um
belíssimo gol, mas o Flamengo perde ritmo na segunda etapa e não
resiste à pressão do adversário que, empata e recua, satisfeito com o 1-1, que permanece até o final. O Flamengo não atua bem, e deixa a
sensação de que, se o Fluminense tivesse mais coragem, poderia ter
vencido. A zaga mostra desentrosamento, mas não compromete. Tita se
contunde e é mais um problema para Coutinho.
O
Flamengo, nas partidas seguintes, segue mostrando sérios problemas
para fazer seu time funcionar. Empata com o perigoso Americano, vice
da Taça Guanabara (2-2, num jogo em que a defesa falha muito), e
depois vence com extrema dificuldade, fora de casa, Volta Redonda e
Goytacaz, ambos por 1-0 em lances isolados (bola parada em um, falha
do goleiro em outro). Na partida de Campos, o destaque é o jovem
Ronaldo Marques, goleador dos juniores, que é lançado no lugar de
Nunes (suspenso) e mostra oportunismo ao marcar o gol da vitória.
Na
partida seguinte, contra o América, já com Fumanchu na equipe
(entra na vaga de Tita, ainda machucado), o time apresenta um lampejo
de bom futebol e vence por 2-0. Depois, contra o Olaria do jovem
treinador Antonio Lopes, faz 2-0 e chega à liderança do turno, após
um tropeço do Vasco contra o Volta Redonda. “Seremos campeões,
vão nos deixar chegar de novo”, “não sei nem se haverá final”.
O otimismo atinge níveis incontroláveis, que beiram a empáfia.
Mas o
futebol apresentado em campo está longe de suscitar tamanha
confiança. O time perde a fluidez e a velocidade agressiva do
Brasileiro. Torna-se previsível, estático, dado a trocar passes
laterais a esmo, sem objetividade. O meio-campo não cria e não
agride na marcação (há uma melhora quando o jovem Vítor é
lançado). Os pontas afunilam pelo meio, tornando o ataque presa
fácil para a marcação adversária. O lateral Carlos Alberto
vira-se bem na defesa, mas não consegue apoiar com eficiência.
Júlio César, que seria opção para abrir retrancas, tem irritado
com um futebol individualista e pouco produtivo. Fumanchu, após
razoável início, segue sem ritmo e embolando com os demais
atacantes. Nunes, que sempre se caracterizou pela movimentação
intensa, vive estático, trombando com zagueiros. A rigor, a jogada
mais perigosa do Flamengo tem sido os passes longos de Zico ao
próprio Nunes, ou momentos de brilho individual do Galinho e de
Júnior. Pouco, muito pouco, para um treinador que trouxera conceitos
como “overlapping” e “ponto futuro” para o futebol
brasileiro. Na prática, o Flamengo joga um 4.2.4 com linhas
preocupantemente espaçadas.
E ainda
há a zaga. Luís Pereira está lento, pesado e, atuando pelo lado
esquerdo, não consegue cobrir os avanços de Júnior. O lado
esquerdo da defesa rubro-negra recebe a pouco altaneira denominação
de “Avenida Flamengo”. Para piorar, Luís Pereira é dado a
avanços tresloucados ao ataque, travestindo-se de centroavante ou
mesmo ponta, o que tem incomodado seus companheiros, que muitas vezes
se desdobram para fechar o rombo deixado pelo zagueiro.
Mas não
é hora de pensar nessas “questões chatas” na reta final do
turno. O Flamengo vai a Moça Bonita enfrentar o Bangu. Jogo
perigoso, bastante aberto, os dois times trocando chances de gol. A
partida segue em um teimoso 0-0 e vai chegando ao final. O time,
esquecendo-se que o empate é um resultado interessante, abre-se de
forma suicida para buscar a vitória. E vem o castigo, a três
minutos do fim. Numa falha dos dois zagueiros, o Bangu chega ao 1-0
que tira o rubro-negro da liderança. Quem “paga o pato” é o
árbitro Arnaldo Cezar Coelho, que anula dois gols do Flamengo e vai
para a “geladeira”, vetado. “Há um complô contra o tetra”,
bradam os dirigentes.
Carpegiani
e Tita, recuperados, retornam, mas não são capazes de recuperar o
futebol da equipe. O Flamengo, com a defesa falhando muito, vence com
dificuldade o Serrano (4-2) de virada, no Maracanã (marca gols em
bolas alçadas na área) e sai muito vaiado. Depois, não supera o
gramado enlameado, a chuva torrencial e o ferrolho do Botafogo e
empata (1-1), num jogo em que perde Zico, expulso após trocar
sopapos com Perivaldo.
Sem Zico,
o Flamengo precisa desesperadamente da vitória contra o Campo
Grande, no Maracanã. Mas não há motivação. O time chega em
silêncio ao estádio, desce ao vestiário e inicia o aquecimento.
Somente após 15 minutos alguém percebe a ausência de um jogador.
Veio dormindo e ninguém o acordara. Ainda está no ônibus. Com esse
nível de sonolência, não surpreende a péssima atuação. Debaixo
de pesadas e densas vaias, o time não sai do 0-0 contra o bem armado
adversário. Os veteranos Edu Antunes e Caio Cambalhota fazem o que
querem com a zaga flamenga e por pouco não agravam a crise. O ônibus
dos jogadores, ao final da partida, é cercado por uma torcida que
atira moedas e xingamentos.
Virtualmente
fora da disputa pelo turno, o Flamengo entra para o último jogo,
contra o Vasco, com uma formação mais ofensiva, com a entrada de
Júlio César. O time melhora um pouco, mas de forma insuficiente
para evitar o 0-0, que decreta a eliminação. Pela primeira vez
desde 1977 o Flamengo está fora da disputa de um turno (que vai para
um jogo-extra, onde o Fluminense derrota o Vasco, nos pênaltis).
Enquanto
isso, a diretoria se dedica a esmerilhar um factoide, inflando na
imprensa a pretensão de contratar o craque holandês Cruyff, já em
fim de carreira. Viria para suprir a ausência de Zico, muitas vezes
convocado para a Seleção. Tão rapidamente como surge, a história
se desvanece.
Para o
segundo turno, quatro equipes são eliminadas (Bonsucesso, AD
Niterói, Goytacaz e Olaria), o que significa que o tiro será mais
curto e qualquer tropeço, fatal. Nunes se contunde e desfalca o
Flamengo no perigoso confronto com o Campo Grande, agora no Ítalo
del Cima. Sem o goleador, o ataque funciona bem, o jovem Ronaldo
marca mais um gol e o time, dessa vez atuando fechado e no
contragolpe, vence bem por 3-1. Coutinho não irá se esquecer dessa
atuação. Já tem algo em mente.
“Como
assim, Carlos Alberto e Rondinelli barrados?”. Coutinho assombra a
crônica ao anunciar que trocará seu lateral titular, dando uma
oportunidade ao jovem Leandro, que iniciara o ano como a QUINTA opção
no elenco para a posição (chegara a ser emprestado ao
Internacional, que o devolveu após reprová-lo nos exames médicos).
Rondinelli, que vinha lesionado, recupera-se, mas perde a vaga no
time para Marinho. Rebela-se, ameaça não ocupar o banco, mas volta
atrás, após esfriar a cabeça. Toda essa confusão antes de um
Fla-Flu. Um clássico disputado, marcado por erros de arbitragem, que
termina com um justo empate em 2-2. Leandro, o melhor em campo,
apresenta um futebol tão exuberante que conquista de vez a posição.
Enquanto isso, após uma falha grosseira de Luís Pereira, a torcida
não perdoa e engrossa o coro: “Rondinelli, Rondinelli...”
Nos jogos
seguintes, mais futebol pobre. O Flamengo vence o Bangu com extrema
dificuldade (2-1) e empata com o América (1-1), ambos no Maracanã,
ambos crivados de pesadas vaias. Os problemas de falta de
movimentação, cobertura deficiente, ataque estático, pontas
afunilando pelo meio, continuam sem solução. Apesar do discurso
sempre arrogante de dirigentes, torcedores e mesmo alguns jogadores
(“somos os melhores”), Coutinho se vê diante de uma dura
constatação. Ou realiza mudanças profundas, ou ficará pelo
caminho. Não há nada que, até aqui, autorize imaginar que o
returno caminhará para um desfecho diferente do turno inicial. Isso
acontecendo, o Flamengo não estará sequer nas finais de um
campeonato tido como favas contadas. É hora de agir. Rápido. Cortar
na carne.
Raul,
Leandro, Rondinelli, Marinho e Júnior; Vítor, Adílio e Zico; Tita,
Anselmo e Edson.
Coutinho
avisa que esse será seu time para a partida contra o Americano, em
Campos, onde não pode sequer empatar em um estádio onde o
adversário raramente perde. Tirando Raul, lesionado e que será
substituído por Cantarele, todos os outros jogadores estão
confirmados e irão pro jogo. Isso significa que estão barrados
Carlos Alberto, Luís Pereira, Andrade, Carpegiani, Fumanchu, Nunes e
Júlio César. E o time titular agora conta com mais quatro jogadores
egressos da base (além de Leandro, que já entrara, e de Vítor, que
também já vinha atuando, são efetivados o robusto Anselmo e o
pequenino e arisco ponta Edson).
Luís
Pereira reage com resignação e, experiente, não cria muito caso,
ainda mais sendo novo na Gávea. Diferente, bem diferente, é a
reação de Nunes (que caíra em desgraça após jogar a camisa no
chão depois de ser substituído contra o América) e Carpegiani, que
não escondem a insatisfação. Mas Carpegiani vem rendendo pouco,
joga uma caricatura do futebol elegante que o projetara. Parece
desmotivado e frustrado após o fracasso de uma negociação que o
faria receber uma fortuna no futebol árabe. Mesmo assim, não aceita
a reserva, embora respeite a decisão de Coutinho.
Parece
outro time. E é mesmo. Praticando um futebol veloz, dinâmico,
agressivo, compacto e objetivo, o Flamengo voa no irregular gramado
do Godofredo Cruz e, sem tomar conhecimento do adversário, enfia
4-1, numa atuação de gala. Agora está a dois pontos do Vasco, com
quem joga domingo.
Coutinho,
exultante com a exibição da equipe, mantém a escalação. E o
Flamengo, em sua melhor partida no campeonato, passa por cima do
Vasco, vence por 2-0 (gols de Júnior e Adílio) e por pouco não
aplica uma goleada histórica no rival. Agora o Flamengo divide a
liderança com o próprio Vasco, que parece em queda. É a arrancada.
“deixaram a gente chegar, agora aguenta”. Sem esconder a euforia,
a diretoria avisa: “já mandamos fazer as faixas do tetra.”
O único
problema para o jogo seguinte, contra o Serrano em Petrópolis, é
Rondinelli, suspenso após ter sido expulso contra o Vasco. Luís
Pereira volta à zaga. Mas dessa vez o time lépido e veloz montado
por Coutinho não irá funcionar. O gramado está enlameado e
esburacado. O adversário, todo entrincheirado, recorre a bicudas e
bate à vontade. Aos 18' de jogo há uma esticada para a
ponta-direita do ataque local. Luís Pereira sai da área para a
cobertura, mas não consegue cortar o cruzamento. A bola, rasteira,
encontra o desconhecido Anapolina, que, exatamente no espaço deixado
pelo zagueiro, escora para abrir o placar. O gol desnorteia o time,
que não demonstra tranquilidade para reverter a desvantagem. Como se
não bastasse, Zico tenta uma jogada individual e sofre uma distensão
muscular. Está fora do jogo. Está fora do campeonato. O Flamengo
luta, mas não consegue empatar a partida (ao contrário, escapa de
sofrer outro gol, perdido de forma inacreditável por Anapolina, após
driblar Raul). A derrota, ao contrário do que se tornará senso
comum, não elimina, mas complica terrivelmente a situação do
Flamengo no returno.
Sábado à
tarde, Maracanã gelado, 15 mil pagantes. Um Flamengo apático
passeia em campo e se deixa dominar por um Botafogo já em clima de
“fim de festa” e desmanche. O alvinegro, em 15 minutos, abre o
placar e perde quatro chances na cara de Raul. Mas, no primeiro
ataque, o Flamengo empata, com Tita. No fim da primeira etapa, após
um pênalti mal marcado, o rubro-negro vira. Com um botafoguense
expulso por reclamação, o jogo se torna tranquilo para o Flamengo,
que amplia para 3-1 na segunda etapa. Tita, motivado por atuar em sua
posição original, e Nunes, com os brios feridos pela reserva (entra
e marca um gol), são os melhores.
No dia
seguinte, o Vasco empata com o Fluminense e agora está a apenas um
ponto, faltando uma rodada. O Flamengo volta a sonhar com o tetra. O
discurso, antes auto-suficiente, agora é de fé.
O
Flamengo jogará contra o Volta Redonda já sabendo se ainda reúne
chances de título. Vasco e Americano atuam um dia antes, em São
Januário, e apenas um tropeço vascaíno manterá o rubro-negro na
briga. O jogo é nervoso, à flor da pele, pegado e disputado em
clima de final. Muito motivado, o bom time do Americano faz jogo
duríssimo contra o adversário. O Vasco sai na frente com um gol de
Roberto em um pênalti duvidoso. O Americano empata já aos 30 do
segundo tempo, Mas tem dois jogadores expulsos. Está com nove. E
resistirá até os 46 minutos, quando um outro gol de Roberto sela a
sorte da partida e do Flamengo no campeonato. Com a eliminação, a
diretoria pede e a Federação transfere a partida contra o Volta
Redonda para o Raulino de Oliveira, a fim de evitar um prejuízo
maior. E, em clima melancólico de amistoso, o Flamengo vence por
4-3. Destaque para Nunes, que recupera a posição de titular e marca
dois gols.
Enquanto
uma cabeçada de Edinho define o rumo final do Estadual, com o
Fluminense vencendo o vice Vasco por 1-0 e sagrando-se campeão,
Coutinho negocia e prepara sua renovação contratual. Entende que
alguns jogadores já estão em final de ciclo. Quer renovar o elenco.
Prepara uma gorda lista de dispensas. Nela estão Cantarele, Carlos
Alberto, Rondinelli, Adílio, Carpegiani, Lico, Fumanchu, Nunes e
Júlio César. Escreve os nomes em um papel e entrega o documento à
diretoria. No entanto, de alguma forma a lista vaza para a imprensa
(o Flamengo, em turbulência, está em plena agitação eleitoral com
eleições para presidente), tornando insustentável a manutenção
do treinador. A repercussão, péssima, faz com que Coutinho aceite,
a contragosto, uma proposta do Los Angeles Aztecs, equipe da Liga
Norte-Americana, e encerre uma das mais vitoriosas trajetórias de um
treinador na história do CR Flamengo.
A diretoria, imperturbável, reconhece falhas na condução do
elenco, mas seu presidente apregoa, sem rodeios:
“Os
rivais podem estar vivendo um breve momento de sossego agora. Mas que
aproveitem. Ano que vem voltaremos mais fortes.”
“E
seremos campeões mundiais.”
* * *
Da lista de Cláudio Coutinho, apenas Júlio César é negociado de início, vendido ao Talleres-ARG. Lico é emprestado ao Joinville, mas retorna no segundo semestre. Fumanchu e Luís Pereira disputam o Brasileiro-81, mas em seguida, são vendidos para Vitória e Palmeiras, respectivamente. Carpegiani encerra a carreira em maio e poucos meses depois assume o posto de treinador do Flamengo, conduzindo a equipe na fase mais vitoriosa de sua história.