quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Alfarrábios do Melo

1980.

Uma constelação.

É difícil conter o entusiasmo e a euforia quando se pousa os olhos no elenco que o Flamengo está montando para o segundo semestre, já tendo em vista o planejamento para o ano seguinte.

O plantel campeão brasileiro é mantido. A única baixa é o lateral-direito Toninho, negociado com o futebol árabe, cuja reposição, o elogiado Carlos Alberto, já está no rubro-negro. Nunes, que viera emprestado do México, tem seu passe comprado. Também chegam algumas apostas (o goleiro Gelson e o ponta-esquerda Sivaldo, do Vitória e o meia Lico, do Joinville. Também é tentado o meia Peu, do CSA, mas a negociação emperra e demorará mais um pouco). Mas o que realmente empolga é a chegada dos reforços que suprirão as duas grandes lacunas do time: a ponta-direita e a zaga. Fumanchu, jogador veloz, forte e goleador, é trazido do América-MEX. E, naquela que é a grande contratação da temporada, Luís Pereira, tido como o melhor zagueiro do país, retorna ao Brasil após vitoriosa passagem pelo Atlético Madrid. O Flamengo vence a disputa com Internacional, Grêmio e Palmeiras, e confirma o jogador, que não esconde sua empolgação ao atuar ao lado de Zico, Júnior e Carpegiani, entre outros “cobras”.

A rigor, o ceticismo parece proibido na Gávea. Após o Tri Estadual e o Brasileiro, o Flamengo conquista de forma invicta a Taça Guanabara (que este ano é disputada em forma enxuta, desmembrada do Estadual por falta de datas), e depois realiza uma relativamente vitoriosa excursão à Europa (sai aplaudido de pé em Frankfurt após colocar o time local na roda, conquista o Ramón de Carranza e o Torneo de Santander). O caminho para o Tetra parece primorosamente pavimentado.

O otimismo aumenta quando se percebe que os rivais, em sua maioria, estão enfraquecidos. Botafogo e América começam a padecer com problemas financeiros e perdem jogadores importantes das fortes equipes recentes. O Vasco já apresenta desgastes em seu time-base, que parece envelhecido. Apenas o Fluminense chama a atenção em alguns amistosos com uma equipe que mescla jovens de uma base talentosa (Edinho, Delei, Gilberto, Robertinho) com alguns jogadores mais experientes (dentre os quais, destaca-se Cláudio Adão, ex-Flamengo).

Vai ser dada a largada.

O Flamengo estreia numa tarde de sábado, praticamente emendando com o desembarque do Galeão, após volta da excursão. O resultado é previsível, 2-0 numa exibição burocrática, que não empolga. Mas na partida seguinte o time, mais descansado, engrena e enfia 7-1 na AD Niterói, numa grande atuação de Zico, que crava quatro gols (ironicamente, antes do jogo o treinador da equipe niteroiense prometia grande atuação e um resultado totalmente distinto dos 7-1 sofridos no ano anterior).

Na próxima rodada, Fla-Flu. Será a estreia de Luís Pereira.

A Gávea lota para o primeiro treino do consagrado zagueiro. Há um clima de festa, de empolgação. Todos querem ver de perto a categoria e o talento do jogador. (“Agora temos um beque de Seleção”). Começa o coletivo. O time reserva troca passes. Alguém lança o jovem Anselmo. Luís Pereira parte para dar combate. Anselmo mata a bola no peito e, num belo giro, dá um desconcertante chapéu no premiado zagueiro, que senta no chão. Constrangimento. Silêncio. Os torcedores se entreolham. Mais tarde, Anselmo, encolhido e quase pedindo desculpas, explica “foi no reflexo, no instinto. E ele veio macio, devagar, por isso levei vantagem. Num jogo à vera eu não passaria”. Pode ser. Mas o torcedor sai do treino algo ressabiado.

O time-base de Coutinho é Raul, Carlos Alberto, Rondinelli, Luís Pereira e Júnior; Andrade, Carpegiani e Zico; Tita, Nunes e Adílio. Mas Carpegiani se lesiona e está fora do clássico. Entra Júlio César. E justamente o “Uri Geller” abre o placar com um belíssimo gol, mas o Flamengo perde ritmo na segunda etapa e não resiste à pressão do adversário que, empata e recua, satisfeito com o 1-1, que permanece até o final. O Flamengo não atua bem, e deixa a sensação de que, se o Fluminense tivesse mais coragem, poderia ter vencido. A zaga mostra desentrosamento, mas não compromete. Tita se contunde e é mais um problema para Coutinho.

O Flamengo, nas partidas seguintes, segue mostrando sérios problemas para fazer seu time funcionar. Empata com o perigoso Americano, vice da Taça Guanabara (2-2, num jogo em que a defesa falha muito), e depois vence com extrema dificuldade, fora de casa, Volta Redonda e Goytacaz, ambos por 1-0 em lances isolados (bola parada em um, falha do goleiro em outro). Na partida de Campos, o destaque é o jovem Ronaldo Marques, goleador dos juniores, que é lançado no lugar de Nunes (suspenso) e mostra oportunismo ao marcar o gol da vitória.

Na partida seguinte, contra o América, já com Fumanchu na equipe (entra na vaga de Tita, ainda machucado), o time apresenta um lampejo de bom futebol e vence por 2-0. Depois, contra o Olaria do jovem treinador Antonio Lopes, faz 2-0 e chega à liderança do turno, após um tropeço do Vasco contra o Volta Redonda. “Seremos campeões, vão nos deixar chegar de novo”, “não sei nem se haverá final”. O otimismo atinge níveis incontroláveis, que beiram a empáfia.

Mas o futebol apresentado em campo está longe de suscitar tamanha confiança. O time perde a fluidez e a velocidade agressiva do Brasileiro. Torna-se previsível, estático, dado a trocar passes laterais a esmo, sem objetividade. O meio-campo não cria e não agride na marcação (há uma melhora quando o jovem Vítor é lançado). Os pontas afunilam pelo meio, tornando o ataque presa fácil para a marcação adversária. O lateral Carlos Alberto vira-se bem na defesa, mas não consegue apoiar com eficiência. Júlio César, que seria opção para abrir retrancas, tem irritado com um futebol individualista e pouco produtivo. Fumanchu, após razoável início, segue sem ritmo e embolando com os demais atacantes. Nunes, que sempre se caracterizou pela movimentação intensa, vive estático, trombando com zagueiros. A rigor, a jogada mais perigosa do Flamengo tem sido os passes longos de Zico ao próprio Nunes, ou momentos de brilho individual do Galinho e de Júnior. Pouco, muito pouco, para um treinador que trouxera conceitos como “overlapping” e “ponto futuro” para o futebol brasileiro. Na prática, o Flamengo joga um 4.2.4 com linhas preocupantemente espaçadas.

E ainda há a zaga. Luís Pereira está lento, pesado e, atuando pelo lado esquerdo, não consegue cobrir os avanços de Júnior. O lado esquerdo da defesa rubro-negra recebe a pouco altaneira denominação de “Avenida Flamengo”. Para piorar, Luís Pereira é dado a avanços tresloucados ao ataque, travestindo-se de centroavante ou mesmo ponta, o que tem incomodado seus companheiros, que muitas vezes se desdobram para fechar o rombo deixado pelo zagueiro.

Mas não é hora de pensar nessas “questões chatas” na reta final do turno. O Flamengo vai a Moça Bonita enfrentar o Bangu. Jogo perigoso, bastante aberto, os dois times trocando chances de gol. A partida segue em um teimoso 0-0 e vai chegando ao final. O time, esquecendo-se que o empate é um resultado interessante, abre-se de forma suicida para buscar a vitória. E vem o castigo, a três minutos do fim. Numa falha dos dois zagueiros, o Bangu chega ao 1-0 que tira o rubro-negro da liderança. Quem “paga o pato” é o árbitro Arnaldo Cezar Coelho, que anula dois gols do Flamengo e vai para a “geladeira”, vetado. “Há um complô contra o tetra”, bradam os dirigentes.

Carpegiani e Tita, recuperados, retornam, mas não são capazes de recuperar o futebol da equipe. O Flamengo, com a defesa falhando muito, vence com dificuldade o Serrano (4-2) de virada, no Maracanã (marca gols em bolas alçadas na área) e sai muito vaiado. Depois, não supera o gramado enlameado, a chuva torrencial e o ferrolho do Botafogo e empata (1-1), num jogo em que perde Zico, expulso após trocar sopapos com Perivaldo.

Sem Zico, o Flamengo precisa desesperadamente da vitória contra o Campo Grande, no Maracanã. Mas não há motivação. O time chega em silêncio ao estádio, desce ao vestiário e inicia o aquecimento. Somente após 15 minutos alguém percebe a ausência de um jogador. Veio dormindo e ninguém o acordara. Ainda está no ônibus. Com esse nível de sonolência, não surpreende a péssima atuação. Debaixo de pesadas e densas vaias, o time não sai do 0-0 contra o bem armado adversário. Os veteranos Edu Antunes e Caio Cambalhota fazem o que querem com a zaga flamenga e por pouco não agravam a crise. O ônibus dos jogadores, ao final da partida, é cercado por uma torcida que atira moedas e xingamentos.

Virtualmente fora da disputa pelo turno, o Flamengo entra para o último jogo, contra o Vasco, com uma formação mais ofensiva, com a entrada de Júlio César. O time melhora um pouco, mas de forma insuficiente para evitar o 0-0, que decreta a eliminação. Pela primeira vez desde 1977 o Flamengo está fora da disputa de um turno (que vai para um jogo-extra, onde o Fluminense derrota o Vasco, nos pênaltis).

Enquanto isso, a diretoria se dedica a esmerilhar um factoide, inflando na imprensa a pretensão de contratar o craque holandês Cruyff, já em fim de carreira. Viria para suprir a ausência de Zico, muitas vezes convocado para a Seleção. Tão rapidamente como surge, a história se desvanece.

Para o segundo turno, quatro equipes são eliminadas (Bonsucesso, AD Niterói, Goytacaz e Olaria), o que significa que o tiro será mais curto e qualquer tropeço, fatal. Nunes se contunde e desfalca o Flamengo no perigoso confronto com o Campo Grande, agora no Ítalo del Cima. Sem o goleador, o ataque funciona bem, o jovem Ronaldo marca mais um gol e o time, dessa vez atuando fechado e no contragolpe, vence bem por 3-1. Coutinho não irá se esquecer dessa atuação. Já tem algo em mente.

“Como assim, Carlos Alberto e Rondinelli barrados?”. Coutinho assombra a crônica ao anunciar que trocará seu lateral titular, dando uma oportunidade ao jovem Leandro, que iniciara o ano como a QUINTA opção no elenco para a posição (chegara a ser emprestado ao Internacional, que o devolveu após reprová-lo nos exames médicos). Rondinelli, que vinha lesionado, recupera-se, mas perde a vaga no time para Marinho. Rebela-se, ameaça não ocupar o banco, mas volta atrás, após esfriar a cabeça. Toda essa confusão antes de um Fla-Flu. Um clássico disputado, marcado por erros de arbitragem, que termina com um justo empate em 2-2. Leandro, o melhor em campo, apresenta um futebol tão exuberante que conquista de vez a posição. Enquanto isso, após uma falha grosseira de Luís Pereira, a torcida não perdoa e engrossa o coro: “Rondinelli, Rondinelli...”

Nos jogos seguintes, mais futebol pobre. O Flamengo vence o Bangu com extrema dificuldade (2-1) e empata com o América (1-1), ambos no Maracanã, ambos crivados de pesadas vaias. Os problemas de falta de movimentação, cobertura deficiente, ataque estático, pontas afunilando pelo meio, continuam sem solução. Apesar do discurso sempre arrogante de dirigentes, torcedores e mesmo alguns jogadores (“somos os melhores”), Coutinho se vê diante de uma dura constatação. Ou realiza mudanças profundas, ou ficará pelo caminho. Não há nada que, até aqui, autorize imaginar que o returno caminhará para um desfecho diferente do turno inicial. Isso acontecendo, o Flamengo não estará sequer nas finais de um campeonato tido como favas contadas. É hora de agir. Rápido. Cortar na carne.

Raul, Leandro, Rondinelli, Marinho e Júnior; Vítor, Adílio e Zico; Tita, Anselmo e Edson.

Coutinho avisa que esse será seu time para a partida contra o Americano, em Campos, onde não pode sequer empatar em um estádio onde o adversário raramente perde. Tirando Raul, lesionado e que será substituído por Cantarele, todos os outros jogadores estão confirmados e irão pro jogo. Isso significa que estão barrados Carlos Alberto, Luís Pereira, Andrade, Carpegiani, Fumanchu, Nunes e Júlio César. E o time titular agora conta com mais quatro jogadores egressos da base (além de Leandro, que já entrara, e de Vítor, que também já vinha atuando, são efetivados o robusto Anselmo e o pequenino e arisco ponta Edson).

Luís Pereira reage com resignação e, experiente, não cria muito caso, ainda mais sendo novo na Gávea. Diferente, bem diferente, é a reação de Nunes (que caíra em desgraça após jogar a camisa no chão depois de ser substituído contra o América) e Carpegiani, que não escondem a insatisfação. Mas Carpegiani vem rendendo pouco, joga uma caricatura do futebol elegante que o projetara. Parece desmotivado e frustrado após o fracasso de uma negociação que o faria receber uma fortuna no futebol árabe. Mesmo assim, não aceita a reserva, embora respeite a decisão de Coutinho.

Parece outro time. E é mesmo. Praticando um futebol veloz, dinâmico, agressivo, compacto e objetivo, o Flamengo voa no irregular gramado do Godofredo Cruz e, sem tomar conhecimento do adversário, enfia 4-1, numa atuação de gala. Agora está a dois pontos do Vasco, com quem joga domingo.

Coutinho, exultante com a exibição da equipe, mantém a escalação. E o Flamengo, em sua melhor partida no campeonato, passa por cima do Vasco, vence por 2-0 (gols de Júnior e Adílio) e por pouco não aplica uma goleada histórica no rival. Agora o Flamengo divide a liderança com o próprio Vasco, que parece em queda. É a arrancada. “deixaram a gente chegar, agora aguenta”. Sem esconder a euforia, a diretoria avisa: “já mandamos fazer as faixas do tetra.”

O único problema para o jogo seguinte, contra o Serrano em Petrópolis, é Rondinelli, suspenso após ter sido expulso contra o Vasco. Luís Pereira volta à zaga. Mas dessa vez o time lépido e veloz montado por Coutinho não irá funcionar. O gramado está enlameado e esburacado. O adversário, todo entrincheirado, recorre a bicudas e bate à vontade. Aos 18' de jogo há uma esticada para a ponta-direita do ataque local. Luís Pereira sai da área para a cobertura, mas não consegue cortar o cruzamento. A bola, rasteira, encontra o desconhecido Anapolina, que, exatamente no espaço deixado pelo zagueiro, escora para abrir o placar. O gol desnorteia o time, que não demonstra tranquilidade para reverter a desvantagem. Como se não bastasse, Zico tenta uma jogada individual e sofre uma distensão muscular. Está fora do jogo. Está fora do campeonato. O Flamengo luta, mas não consegue empatar a partida (ao contrário, escapa de sofrer outro gol, perdido de forma inacreditável por Anapolina, após driblar Raul). A derrota, ao contrário do que se tornará senso comum, não elimina, mas complica terrivelmente a situação do Flamengo no returno.

Sábado à tarde, Maracanã gelado, 15 mil pagantes. Um Flamengo apático passeia em campo e se deixa dominar por um Botafogo já em clima de “fim de festa” e desmanche. O alvinegro, em 15 minutos, abre o placar e perde quatro chances na cara de Raul. Mas, no primeiro ataque, o Flamengo empata, com Tita. No fim da primeira etapa, após um pênalti mal marcado, o rubro-negro vira. Com um botafoguense expulso por reclamação, o jogo se torna tranquilo para o Flamengo, que amplia para 3-1 na segunda etapa. Tita, motivado por atuar em sua posição original, e Nunes, com os brios feridos pela reserva (entra e marca um gol), são os melhores.

No dia seguinte, o Vasco empata com o Fluminense e agora está a apenas um ponto, faltando uma rodada. O Flamengo volta a sonhar com o tetra. O discurso, antes auto-suficiente, agora é de fé.

O Flamengo jogará contra o Volta Redonda já sabendo se ainda reúne chances de título. Vasco e Americano atuam um dia antes, em São Januário, e apenas um tropeço vascaíno manterá o rubro-negro na briga. O jogo é nervoso, à flor da pele, pegado e disputado em clima de final. Muito motivado, o bom time do Americano faz jogo duríssimo contra o adversário. O Vasco sai na frente com um gol de Roberto em um pênalti duvidoso. O Americano empata já aos 30 do segundo tempo, Mas tem dois jogadores expulsos. Está com nove. E resistirá até os 46 minutos, quando um outro gol de Roberto sela a sorte da partida e do Flamengo no campeonato. Com a eliminação, a diretoria pede e a Federação transfere a partida contra o Volta Redonda para o Raulino de Oliveira, a fim de evitar um prejuízo maior. E, em clima melancólico de amistoso, o Flamengo vence por 4-3. Destaque para Nunes, que recupera a posição de titular e marca dois gols.

Enquanto uma cabeçada de Edinho define o rumo final do Estadual, com o Fluminense vencendo o vice Vasco por 1-0 e sagrando-se campeão, Coutinho negocia e prepara sua renovação contratual. Entende que alguns jogadores já estão em final de ciclo. Quer renovar o elenco. Prepara uma gorda lista de dispensas. Nela estão Cantarele, Carlos Alberto, Rondinelli, Adílio, Carpegiani, Lico, Fumanchu, Nunes e Júlio César. Escreve os nomes em um papel e entrega o documento à diretoria. No entanto, de alguma forma a lista vaza para a imprensa (o Flamengo, em turbulência, está em plena agitação eleitoral com eleições para presidente), tornando insustentável a manutenção do treinador. A repercussão, péssima, faz com que Coutinho aceite, a contragosto, uma proposta do Los Angeles Aztecs, equipe da Liga Norte-Americana, e encerre uma das mais vitoriosas trajetórias de um treinador na história do CR Flamengo.

A diretoria, imperturbável, reconhece falhas na condução do elenco, mas seu presidente apregoa, sem rodeios:

“Os rivais podem estar vivendo um breve momento de sossego agora. Mas que aproveitem. Ano que vem voltaremos mais fortes.”


“E seremos campeões mundiais.”

* * *

Da lista de Cláudio Coutinho, apenas Júlio César é negociado de início, vendido ao Talleres-ARG. Lico é emprestado ao Joinville, mas retorna no segundo semestre. Fumanchu e Luís Pereira disputam o Brasileiro-81, mas em seguida, são vendidos para Vitória e Palmeiras, respectivamente. Carpegiani encerra a carreira em maio e poucos meses depois assume o posto de treinador do Flamengo, conduzindo a equipe na fase mais vitoriosa de sua história.