quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Alfarrábios do Melo









Nesse momento de profunda consternação, recolho-me ao respeitoso silêncio, um silêncio de reverência e solidariedade aos familiares dos profissionais que pereceram no voo que levaria a Chapecoense à partida mais importante de sua curta mas vitoriosa história.

Respeito a MÁRIO SÉRGIO PONTES DE PAIVA, LUIZ CARLOS SAROLI (Caio Júnior), CLÉBER SANTANA LOUREIRO, ARTHUR BRASILIANO MAIA e MARCELO AUGUSTO MATHIAS DA SILVA, profissionais que defenderam com dedicação e dignidade o Manto Flamengo em algum momento de suas carreiras, e aos demais passageiros e tripulantes presentes na fatídica viagem.

Que descansem em paz. E que aqueles que, de alguma forma, terão suas vidas indelevelmente marcadas por esse terrível acontecimento encontrem forças para seguir em frente.

FORÇA, CHAPE!





terça-feira, 29 de novembro de 2016

Luto


Luto.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Pensando em 2017

Salve, Buteco! Felizmente o Mais Querido proporcionou à Nação Rubro-Negra e em especial à torcida que compareceu ao Maracanã uma atuação digna do Manto Sagrado, vencendo o ótimo time do Santos por 2x0. A vitória foi sobretudo de alma e superação. Basta ver as estatísticas do jogo e o percentual de posse de bola da equipe santista, que demonstram o reconhecimento da superioridade tática do adversário, que vinha em momento muito melhor no campeonato, e por isso forçou a implementação de uma estratégia ao final bem sucedida de pressão na saída de bola adversária e contra-ataques. Guerrero, autor do primeiro gol, desperdiçou outras chances e o placar poderia até ter sido mais elástico. Outras peças funcionaram bem, caso dos meias-pontas Gabriel e Everton, assim como o volante Willian Arão e Diego, que marcou um golaço e comemorou emocionado com a torcida, demonstrando toda a sua satisfação em jogar pelo Flamengo.

Restando uma última rodada e com a vaga na fase de grupos da Libertadores da América/2017 garantida, confesso que pouco me importa a segunda ou a terceira colocação e sim jogar na Arena da Baixada sem pressão e quem sabe quebrar o incômodo tabu em campeonatos brasileiros. Outro ponto importante é não permitir que a empolgação e a felicidade com a vitória e a atuação de ontem impeçam uma análise racional dos desempenhos do elenco e da comissão técnica em 2016.

***

É inevitável levar em consideração a crise econômica mundial e o câmbio desfavorável em relação à moeda brasileira (real), o que pode dificultar as investidas no mercado sobre atletas de melhor nível. Ainda assim penso que o Flamengo não deveria se apegar a alguns jogadores, renovando seus contratos, apenas porque são "adaptados" ou "conhecem" o clube se o mercado oferece melhores opções. Menciono como exemplos imediatos Emerson Sheik (cuja permanência é improvável, mas especulada em poucos setores da imprensa) e Márcio Araújo (pretensão de renovação por dois anos anunciada pelo presidente EBM).

Zé Ricardo não teve participação alguma na montagem do elenco de 2016, mas certamente terá influência importante na formação do elenco de 2017. Particularmente, não acho que esse fato justifique a fragilidade tática da equipe na reta final do campeonato atual, já conquistado pelo Palmeiras, mas a partir da temporada de 2017 definitivamente não servirá mais como argumento. 

É bom lembrar, nesse ponto, que nas últimas edições as equipes brasileiras, em nível tático, vêm sendo superadas de forma cabal por equipes dos mais diversos níveis de investimento e países da América do Sul. O Corinthians de Tite e o Grêmio de Roger, por exemplo, que o digam. As decisões a respeito de dispensas e renovações determinarão com o que o jovem e ainda inexperiente treinador contará na implacável Libertadores da América, cujo histórico do Flamengo no Século XXI provoca na torcida o anseio por no mínimo uma campanha digna, diferente das anteriores.

***

A questão da "adaptação" ao Flamengo e de "conhecer o clube" também influi seguidamente na escolha de treinadores. Alguém se recorda de quando um treinador "de fora", ou seja, "não prata-da-casa" conquistou um título importante no Flamengo? Recentemente, lembro-me apenas de Waldemar Lemos/Ney Franco na Copa do Brasil em 2006. Antes disso, Jair Pereira (Copa do Brasil/1990) e Cláudio Coutinho (Brasileiro/1980). É curioso observar que mesmo as melhores campanhas em campeonatos brasileiros costumam ter à frente treinadores que, se não são "pratas-da-casa", "conhecem o clube", tendo com ele alguma afinidade. São os casos de Vanderlei Luxemburgo (2011, vaga na Libertadores) e Joel Santana (2007, vaga na Libertadores).

As conquistas mais recentes (Brasileiro/2009 e Copa do Brasil/2006) têm em comum o fato de haverem partido de fulminantes arrancadas após um treinador "prata-da-casa" haver assumido a equipe logo em seguida à saída de um treinador "de fora" (Cuca em 2009 e Mano Menezes em 2013). Conquanto o time tenha sido bastante mudado por Andrade em 2009, não creio em soluções mágicas ou em "geração espontânea" no futebol, e acho que uma base de treinamento de Cuca, que dirigiu o time por praticamente 7 (sete) meses, foi aproveitada (a execução do trabalho era minada pelo próprio treinador e seu relacionamento conturbado com o elenco), assim como o trabalho de Mano Menezes em 2013. Basta ver aonde cada um desses treinadores, prata-da-casa ou não, está hoje e o que cada um conquistou.

Zé Ricardo, da mesma forma, sucedeu Muricy Ramalho em 2016 e conseguiu aprimorar o trabalho que vinha sendo feito, elevando o padrão de atuações do time, comandando a melhor campanha do Flamengo em campeonatos brasileiros em muitos anos. Contudo, em linhas gerais, não conseguiu escapar do que havia sido taticamente arquitetado por seu antecessor, além de ter passado a impressão de ter se perdido na reta final.

Nesses três últimos casos, vejo em comum o fato dos jogadores haverem se unido em torno do treinador. Nos dois primeiros, o tempo mostrou que a solução não tinha fôlego e ambos os trabalhos se encerraram prematuramente. Resta saber o que ocorrerá com o treinador atual, no qual, em comparação com os demais, enxergo maiores qualidade e conhecimento tático, inobstante suas juventude e inexperiência. Portanto, ainda há um sopro de esperança.

***

A chamada "solução caseira" tem sólida tradição na Gávea, tendo como melhores exemplos Carlinhos e Paulo César Carpegiani. Penso, contudo, que não pode ser um "freio cultural" (by Flávio H. Souza) e se tornar uma solução obrigatória, impedindo o Flamengo de se renovar e abrir suas portas e mente para o que há de melhor e mais moderno no mundo do futebol.

Com a permanência de Zé Ricardo decidida, resta torcer para que as decisões dele e da Diretoria sejam sábias e não contaminadas por "freios culturais" distantes do que é melhor em nível de qualidade para o clube.

Bom dia e SRN a tod@s.

domingo, 27 de novembro de 2016

Flamengo x Santos

 


Campeonato Brasileiro 2016 - Série A - 37ª Rodada

FLAMENGO: Muralha; Pará, Réver, Rafael Vaz e Jorge; MárciAraújo, Willian Arão e Diego; Everton, GuerrerGabriel. Técnico: Zé Ricardo.

Santos: Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz, Yuri e Zeca; Thiago Maia, Renato e Lucas Lima; Victor Bueno, Ricardo Oliveira e Copete. Técnico: Dorival Júnior.

Data, Local e Horário: Domingo, 27 de Novembro de 2016, as 17:00h (USA/ET 14:00h), no Estádio Mário Filho ou "Maracanã", no Rio de Janeiro/RJ.

Arbitragem - Eduardo Tomaz de Aquino Valadão (ASP/FIFA/GO), auxiliado por Alessandro A de Rocha Matos (FIFA/BA) e Bruno Raphael Pires (FIFA/GO). Quarto Árbitro: Cléber Vaz da Silva (GO).

Pendurados: Muralha, Diego, Alan Patrick, Mancuello, Marcelo Cirino, Everton, Léo Duarte e Ederson.


 

sábado, 26 de novembro de 2016

Prioridades

Não, não vou falar sobre o inominável...



Na última quarta-feira, comemoramos os 35 anos da conquista do Flamengo da Copa Libertadores da América. Aquela foi a primeira de onze participações rubro-negras e, desde então, não passamos de coadjuvantes na maior competição continental. Isso para ser bonzinho. Conseguimos a proeza de sermos eliminados quatro vezes na primeira fase do torneio, recorde negativo entre clubes brasileiros. Algo a se pensar, visto que disputaremos a Libertadores no ano que vem.

1981 - final (campeão)
1982 - semifinal
1983 - 1ª fase
1984 - semifinal
1991 - 4ª de final
1993 - 4 de final
2002 - 1ª fase
2007 - 8ª de final
2008 - 8ª de final
2010 - 4ª de final
2012 - 1ª fase
2014 - 1ª fase
Participações do Flamengo na Copa Libertadores

A maioria dessas eliminações, principalmente as mais recentes, pode ser creditada a falhas no planejamento. Muitas vezes os comandantes do futebol escolheram dar prioridade ao campeonato estadual, vulgo Carioqueta, uma conquista sempre mais fácil para dar algo aos milhões de torcedores. Sempre tem uma final de turno entre duas rodadas sul-americanas ou uma despedida de um treinador. Depois de 81, vimos um São Paulo tricampeão, Grêmio e Inter com duas conquistas e até o Corinthians, tão gozado por ter sido campeão mundial sem vencer o torneio continental, ergueu o troféu em 2012.

Meu entendimento é: precisamos aprender a disputar esse tipo de competição. Adversários de escolas diversas, viagens, estádios com torcidas hostis, tudo isso é diferente. Isso não se dará de uma hora para a outra. Pode até ser que façamos uma boa campanha no ano que vem. Podemos até chegar ao título. O fundamental, no entanto, é levar a sério e priorizar.


Antes disso, temos uma "quase decisão" amanhã contra o Santos no Maracanã. Vencendo, passamos o peixe na tabela e garantimos a posição no G-3 e evitamos a pré-Libertadores. Infelizmente, podemos ter, além dos onze adversários em campo, mais uma dificuldade com uma possível perseguição ao Márcio Araújo vinda das arquibancadas.

Mas eu prometi que não ia mencionar o inominável...

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Flamengo até o fim!






Irmãos rubro-negros,



pouco há para acrescentar ao que já foi dito pelos amigos que me antecederam esta semana aqui no Buteco.

Três anos sem título; lista extremamente adequada de dispensa; a importância da boa vaia; e a ausência de uma mentalidade verdadeiramente rubro-negra, de raça, brio, luta e entusiasmo pelas conquistas por parte da diretoria.

Eu não gosto muito de especular. Acho que a lista de dispensa é exatamente aquela feita pelo Luiz na terça-feira.

Quem virá para qualificar o elenco, não faço a menor ideia. Conheço nada de mercado. Só vejo, ou melhor, só vivo Flamengo. 

Mas neste momento de indefinição, em que o ano, após os últimos reveses, termina melancolicamente, com mais dúvidas que certezas, eu gostaria muito que o Flamengo obtivesse a sua primeira vitória no Maracanã.

Até agora foram três partidas disputadas: três empates insossos, nove pontos em jogo e somente três alcançados.

A diretoria fez um esforço hercúleo para propiciar condições de jogo ao Maracanã nesta reta final do Campeonato Brasileiro.

A torcida também fez a sua parte, comprando mais de trinta mil ingressos antecipadamente.

Então, a despeito da decepção e do aborrecimento não apenas com este fim de certame, mas também com certas declarações dos dirigentes, o Flamengo merece a vitória no domingo.

E vale lembrar que a vaga para a fase de grupos da Taça Libertadores da América ainda não está garantida.

O objetivo agora é assegurar a vaga e conquistar uma vitória no Maracanã, uma que seja, diante da Nação Rubro-Negra no Rio de Janeiro.

A partir de 2017, a nossa casa será a Ilha do Governador, com a graça de São Judas Tadeu.

Lembremo-nos, irmãos: nos bons ou maus momentos, na vitória ou na derrota, somos acima de tudo rubro-negros.






...


Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.



quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Quarta de decisões. Sem o Flamengo.

Godinho, VP De Futebol, diz que missão foi cumprida para 2016. Flamengo faturou muitos pontos no campeonato brasileiro, bateu recorde. Abraços, brindes e sorrisos no Departamento de Futebol. Meta cumprida. Libertadores quase certa. Basta um empate com o Santos, talvez. Todos animados. Jogadores fizeram seu papel, técnico fez seu papel, auxiliar também. Todo mundo feliz partindo pro amigo-oculto e bônus de fim de ano, para quem é felizardo.

Só que não. Flamengo não é meta de "pontos no campeonato". Flamengo deve ser orientado a TÍTULOS. Decisões. Vitórias que levem ao triunfo. E se não está na decisão a torcida tem que ter a convicção que o time, mesmo que limitado na época da disputa, fez de tudo que podia para participar do momento decisivo.

Mas este Flamengo de 2016 não fez nada disso. Este Flamengo de 2016 perdeu de time fuleiro na Copa do Brasil, ignorando ser uma disputa séria. Este Flamengo de 2016, de forma vil, colocou time misto em partida eliminatória contra o Palestino, no qual acabou eliminado em cruel banho tático de treinador de um time de segunda, em cima de nosso técnico ainda inacabado e com muito a aprender em termos de alterações táticas e visão de jogo.

O Flamengo de 2016 virou um time selfie. Um time sem alma. Sem fome de título, de ser campeão, ou triunfar. Na hora decisiva do campeonato brasileiro, murchou junto com o que faltava de qualidade da armação tática do técnico iniciante.

Mas a diretoria aprovou. A Diretoria aprova que o símbolo deste Flamengo aguado, o jogador Marcio Araujo, odiado por 99 entre 100 torcedores dos clubes pelos quais passou, tenha o contrato renovado e talvez aumentado, para ficar mais 1 ou 2 anos no clube. Um sujeito que abandona a linha defensiva por total falta de consciência tática, sendo diretamente responsável pelo gol que tirou nossa chance matemática de título este ano. Disputar título deve cansar para ele.

Enfim, vejo com enorme preocupação um Flamengo aguado e blasé adentrar de novo em 2017. A torcida espera mais desta gestão, que está entregando sim, uma ótima estrutura de centro de treinamento, um plano de uso de estádio para jogos locais, processos médicos e fisiológicos consolidados. Enfim, faz um belo serviço Administrativo mas péssimo competitivo. A ponto de entregar seu planejamento tático e de elenco a um iniciante ainda em formação, com deficiências sérias em visão de jogo, variação de esquema tático, substituições e escalação, junto a um auxiliar, que, como técnico, foi preterido por todos os demais clubes brasileiros. Me parece uma deficiência grave do Departamento de Futebol e, porque não, dos dirigentes amadores este desprezo pela disputa de títulos pelo Flamengo a ponto de permitir escalações de times mistos e discursos de jogadores comemorando eliminações.

Flamengo hoje é uma mãe para jogador. Paga bem e não cobra empenho e raça.

Tá na hora de mudar. Flamengo é raça. Seu oxigênio é vencer. É disputar na marra o que lhe vem pela frente. Não é a postura acomodada. E isto tem que vir de cima e permear todo o Departamento de Futebol. Acordem. Esta gestão corre o sério risco de "fazer a cama" para outros deitarem.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Alfarrábios do Melo

Começa como uma brisa.

Um sussurro que venta percebido apenas por ouvidos mais sensíveis. Mas que, de modo suave posto que firme, sem pedir licença, vai escoando por todo o estádio, ganhando corpo, forma, espessura. Até rebentar em grossos rolos, num coro de vozes, uma corredeira uivante, que troa, corta, fere e explode, imparável, implacável, inexorável.

A vaia.

Não há meio-termo para a vaia. Não há relativização. Não há “veja bem” para a vaia. A vaia resume-se estritamente à sua essência. A vaia, desde que espontânea, é a manifestação de desagrado. De reprovação. De desassossego. Vaia-se o que não se está gostando. O que tá errado, desconexo. Ponto. Sem entretantos ou todavias.

Por isso a vaia educa. Abre caminhos. Escancara portas entreabertas por análises, racionalismos, reducionismos, ponderações. A vaia manda à vala as dissertações, as discussões. A vaia crava a placa. “Esse não presta”. Assim, cru, seco. Sem tempero.

Houve um tal Júnior. Tratado como joia da base, subiu com esse galardão. Como sabia dominar uma bola, logo ganhou a camisa 8 e a pecha de titular. Atuava com nojo, cara virada, manhas de craque. Pródigo em trivelinhas, passes elaborados, balões e outras piruetas incompatíveis com o jogo coletivo eficiente. Disseram-lhe um dia, “você é craque”. Acreditou. E fazia questão de demonstrar, braços abandonados às cadeiras, esperando que a bola milimetricamente lhe pousasse aos pés. Correr atrás de meia, jamais. Craque não carrega piano. E assim foi seguindo, bem tratado, poupado de palavras mais duras, mesmo nas fases ruins. “O menino é bom, precisa de jogadores melhores pra lhe fazerem companhia”. O conto de fadas ainda duraria um pouco. Até ela aparecer. A vaia. A vaia lhe arrancou as vestes. A vaia descerrou o véu que pairava sobre seu futebol cheio de adornos mas opaco. A vaia apontou-lhe soberana, sábia. “É você!”. Depois da vaia, nunca mais prosperou. Saiu logo, pelos fundos.

Dizem que a vaia atrapalha. Não deixa de ser, por vezes. Há momentos em que a vaia se torna emocional, sanguínea, catártica, o que pode fazer soçobrar mentes mais sensíveis. Com efeito, eventualmente não soa inteligente comer o time na vaia durante o calor da luta, do embate. Ânimos podem se exaltar, nervos irem pro espaço e o resultado jamais ser recuperado. No entanto, é difícil criar regras para a vaia. A vaia não segue um roteiro. Ela apenas surge.

Ocorre que mesmo a vaia coletiva tem lá seus efeitos terapêuticos. Um dia o estrelado Flamengo de Zico, Júnior, Adílio e tal, Campeão Brasileiro, jogava contra o modesto Uberaba, no Maracanã. Joguinho de noite, estádio gelado, cara de vitória preguiçosa. Mas o time exagerou na lassidão. Deixou-se levar 0-2 em meio tempo. Não viu a cor da bola. No intervalo, todos, rigorosamente todos, e quando se fala todos é todos mesmo, foram vaiados. Não sobrou um. Foi coisa de envergonhar o mais cínico dos bêbados. Na volta, mastigando a bola, o Flamengo com 25 minutos já tava 4-2. Aí a vaia virou palma. Sem a vaia, não aconteceria.


A vaia acorda jogadores dormentes, a vaia indica jogadores incapazes, a vaia aponta para jogadores com atitude equivocada. Quando o sujeito recebe a graça e o dom de ser contemplado com uma vaia limpa, novinha, tilintando, só pra ele, seguramente estará enquadrado em um desses três casos. E aí, bem, e aí é melhor procurar o caminho da estrada, e de preferência logo. Porque insistir será insensato. A fissura estará inapelavelmente criada. E virará fosso. E semeará um câncer que se alastrará para todo o time.

Clayton (o Palminha), Jailton, Jônatas, Wellinton, Fernando Brucutu, Chiquinho, Baltazar, Rogério Lourenço, Edu Marangon, Bottinelli, Erazo, Delacir, Elano, Wallace, Paulo Victor, entre outros tantos. Nenhum, absolutamente nenhum desses jogadores, prosperou no Flamengo ou sequer é lembrado com simpatia ou saudades. Todos esses, em algum ou em vários momentos, foram engolfados por um colchão de vaias. A vaia os tirou do Flamengo. A vaia abreviou-lhes a passagem. A vaia revestiu-se de elemento de definição. A vaia dirimiu qualquer dúvida. A vaia tomou a decisão.

Domingo passado houve vaia no Maracanã. Que se tenha a humildade de ouvi-la.

Boa semana a todos.



terça-feira, 22 de novembro de 2016

2016-2017

Imagem relacionada 
Agora que acabou o campeonato (a disputa do título), o papo é reto já projetando 2017. O que vocês fariam com o elenco atual? Onde e como contratar? Pensando com pés no chão e certo nível de realidade, sei que não virão 10 contratações em janeiro. Pode até ser que venha ao longo do ano, nunca se sabe, mas em janeiro não vem. Eu faria o seguinte:

Dispensáveis: Mugni.
Negociáveis: Paulo Victor, César, Adryan e Cirino.
Fim do Contrato: Juan, Chiquinho, Márcio Araújo, Alan Patrick, Emerson, Fernandinho.
Risco de saída: Jorge, Arão, Guerrero.
Renovação: Rever (até 12/2017), avaliar Damião (até 12/2017).

Elenco 2016/2017:
Muralha, Thiago.
Pará, Rodinei, Jorge, Thiago Ennes.
Donatti, Rever, Vaz, Léo Duarte.
Arão, Cuellar, Mancuello, Ronaldo.
Diego, Everton, Ederson, Paquetá, Matheus Sávio.
Guerrero, Viseu, Damião, Gabriel, Thiago Santos.

Carências titular: Volante, Atacantes de lado.
Carências reserva: Goleiro, Lateral Esquerdo.
(24 de 2016, cinco contratações e quatro da Base)

Time 1: Muralha, Rodinei, Rever, Vaz, Jorge; ???, Arão, Diego; ???; Guerrero, ???.
Time 2: ???, Pará, L. Duarte, Donatti, ???; Cuellar, Mancuello, Paquetá; Everton, Viseu, Ederson.
Time 3: Thiago, Thiago Ennes, Base, Base, Base; Ronaldo, Base, Matheus Sávio; Gabriel, Damião, Thiago Santos.

Não farei sugestão de nomes, não por conhecer o mercado (não conheço, mesmo), mas por não saber o que pretende o treinador na hora de formar a equipe, mesmo que coloque Mancuello como volante (não sei se perceberam acima). É só minha visão sobre a função dele para 2017, treinado e adaptado ao país. Para as posições de volante e atacante de lado, talvez sejam necessárias duas contratações, que traria 5 novos atletas para o elenco. Saindo algum dos três nomes sob “risco”, o Flamengo vai ao mercado contratar para a posição de titular.


Não renovando com os jogadores que tem contrato no final, abre-se um espaço importante na folha salarial. Trocaria PV por um bom goleiro, não renovaria com Juan, Chiquinho, Márcio Araújo, Alan Patrick, Emerson, Fernandinho e se pudesse devolveria Leandro Damião. Tentaria negociar Paulo Victor, César, Adryan e Cirino (talvez Gabriel), mandaria Mugni pro olho da rua! Buscaria um volante muito qualificado e dois atacantes de lado pra subir definitivamente o nível da equipe. Daria mais espaço pra base, rodando mais um elenco menor, mais enxuto. Estaria de ótimo tamanho. Ah, meu treinador continua sendo Zé Ricardo. O que vocês fariam?

P.S.: O Leandro Machado enviou, mas eu não vi o texto de hoje, portanto posto como adendo e para mais discussões sobre os números dele. Espero que curtam!
*****
Final do Bloco 6, Rodada 35: a diferença para o líder, que era de 1 ponto ao final da Rodada 30, aumentara para 5, devido aos empates no Maracanã contra Corinthians e Botafogo. Ainda assim, a torcida acreditava na arrancada para o Hepta: o Flamengo ganharia facilmente do Coritiba no Maracanã, suaria sangue para bater o Santos na rodada seguinte e estaríamos todos na Arena da Baixada para trazer o caneco. Não deu. Faltou time, faltaram pernas, faltou técnico.

O empate neste último jogo só deu sequência à péssima campanha do Bloco 6: Flamengo ficou em 11º lugar neste bloco, com apenas 6 pontos. Para que se tenha uma ideia mais concreta do desastre, esta pontuação foi igual à do Inter (que está aí brigando para entrar na Série B) e do América Mineiro!!! Aliás, desses 6 pontos do Inter, 3 foram em cima da gente, no bizarro jogo feito lá no Sul, na Rodada 31.

Gostaria muito de escrever que o Zé Ricardo e os jogadores que seguirão conosco na próxima temporada aprenderão com os erros e nos conduzirão à conquista da Libertadores ou, pelo menos, ao Brasileiro do ano que vem. No entanto, a sensação ainda é a de que, no futebol, são poucos aqueles que aprendem com os erros. Nós, torcedores, somos capazes de lembrar pelo menos umas 10 vezes onde o Flamengo perdeu um caminhão de gols e acabou derrotado. Mas eles talvez nem lembrassem que, no ano passado, vínhamos de uma sequência de 6 vitórias e perdemos exatamente para o Coritiba, num jogo onde todos contavam 3 pontos certos. A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa.


Fizemos um levantamento de pontos conquistados contra os times pequenos/médios do campeonato, em comparação aos pontos conquistados contra os grandes. O quadro abaixo mostra o resultado:
Deixaremos por conta dos leitores as reflexões sobre a tabela apresentada. Pode ser uma boa discussão na seção de comentários. De qualquer forma, é nítido o mau aproveitamento contra as equipes grandes. Jogamos 7 vezes contra os paulistas e não vencemos nenhuma. Terá sido o empate com o Palmeiras lá um bom resultado mesmo? Não teria sido melhor entrar para “matar ou morrer”?


Enfim, faltam 2 pontos para garantir a Libertadores. É o que tem para esse fim de festa.


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Feliz Aniversário - 3 Anos Sem Título

Salve, Buteco! Próximo sábado, dia 27 de novembro de 2016, o Flamengo completará 3 (três) anos sem levantar uma taça, coroando o 2016 que culminará com uma classificação para a Taça Libertadores da América (resta saber se para a fase pré-classificatória ou já para a fase de grupos). Tudo indica que o time terminará o Brasileiro na segunda ou terceira colocação, o que coroa uma campanha com inegável regularidade em um campeonato de pontos corridos. Porém, é também inegável que o resultado é insosso, especialmente diante da escassez de títulos que já dura um triênio.

O time termina 2016 com mais consistência defensiva do que em anos anteriores, mas ainda assim transmite insegurança para a vindoura campanha em uma competição do nível de uma Libertadores da América. A bola parada aérea voltou a preocupar e custou a vitória ontem contra o Coritiba no Maracanã. Os laterais, especialmente Jorge, têm cedido preocupantes espaços, o que obriga Márcio Araújo a sair de sua posição para fazer cobertura e assim abrir outros espaços pelo meio (já que não tem o dom da ubiquidade). O time perde intensidade ao longo dos jogos e não consegue manter pressão e segurar o resultado quando abre o placar. Zé Ricardo demora a substituir, geralmente agindo quando o contexto se torna adverso, e faz praticamente as mesmas substituições, não conseguindo oferecer alternativas táticas para o time, que segue sobrecarregando Diego na armação das jogadas e dependente de um esquema tático com meias-pontas pouco produtivos.

Pra piorar, o Flamengo voltou ao Maracanã e ao Rio de Janeiro, mas não conseguiu vencer uma partida sequer.

O Flamengo termina 2016 jogando um futebol pobre, pior do que já chegou a produzir ao longo da temporada.

Espaço aberto para que vocês digam o que precisa ser feito para o Flamengo voltar a conquistar títulos em 2017.

Bom dia e SRN a tod@s.

domingo, 20 de novembro de 2016

Flamengo x Coritiba

 


Campeonato Brasileiro 2016 - Série A - 36ª Rodada

FLAMENGO: Muralha; Pará, Réver, Rafael Vaz e Jorge; MárciAraújo, Willian Arão e Diego; Everton, GuerrerFernandinho. Técnico: Zé Ricardo.

Wilson; César Benitez (Wallison Maia), Wallison Maia (Nery Bareiro), Juninho e Carlinhos (César Benitez); Amaral, Yan (Iago) e Raphael Veiga; Leandro, Kazim e Kleber. Técnico: Paulo César Carpegiani.

Data, Local e Horário: Domingo, 20 de Novembro de 2016, as 19:30h (USA/ET 16:30h), no Estádio Mário Filho ou "Maracanã", no Rio de Janeiro/RJ.

Arbitragem - Ricardo Marques Ribeiro (FIFA/MG), auxiliado por Gilherme Dias Camilo (FIFA/MG) e Paulo Almeida da Cosa (ASP/FIFA/MG). Quarto Árbitro: Renato Cardoso da Conceição (MG).

Pendurados: Muralha, Diego, Alan Patrick, Mancuello, Marcelo Cirino, Everton, Léo Duarte e Ederson.


 

sábado, 19 de novembro de 2016

2017 é logo ali!



Após os resultados da última rodada, eis que resta ao Flamengo consolidar sua posição no G3 vencendo amanhã o Coritiba e iniciar sua preparação para a temporada 2017. Pelo que venho acompanhando na mídia e redes sociais, não devemos ter uma mudança significativa no elenco e nem acho que isso deva ocorrer. 

Jogadores como Chiquinho, Juan, Sheik e Alan Patrick não devem renovar o seu contrato e alguns nomes como PV, Cirino e Adryan devem ser utilizados como moeda de troca. Acredito em uma maior utilização de jovens da base, principalmente em competições menos importantes como o estadual e a Primeira Liga.

A “espinha dorsal” formada por Muralha, Réver, Diego e Guerrero é bem aceitável tratando-se de Libertadores e acredito que o Flamengo deva trazer pelo menos dois jogadores capazes de serem titulares, além de alguns reforços para compor o elenco e suprir a saída dos jogadores já citados. 

Gostaria de ver um maior aproveitamento de jogadores com potencial como Mancuello, Cuellar e Ederson e que o Flamengo tentasse negociar de alguma forma nomes como Cirino, PV e Gabriel. 

Não entro nessa pilha de que nosso elenco é fraco, muito pelo contrário, acredito que seja um dos melhores (ou menos piores) do Brasil e merecidamente terminaremos entre os três primeiros no Brasileirão deste ano. 

Evidente que os pontas do elenco precisam ser trocados e tenho uma preocupação com os volantes. Se o Arão continuar regredindo, tentaria utilizar o Cuellar na posição e torço para a diretoria contratar alguém que possa mandar o Marcio Araújo pelo menos para o banco.

Fora de campo deveremos ter o reforço do novo CT e uma estrutura digna da grandeza do mais querido. A maior preocupação fica por conta do estádio em que jogaremos a Libertadores no próximo ano, o imbróglio envolvendo o Maracanã não deve terminar tão cedo e não vejo boas perspectivas em um futuro próximo.

Neste ano vi uma evolução nítida no departamento médico do clube e finalmente o Marketing e a área de comunicação aprenderam a dialogar com o futebol. O Diego tem um mega potencial para se tornar ídolo tanto dentro quanto fora de campo, me parece ser tudo que a diretoria imaginava alcançar com o Guerrero.

Gostei muito das ações sociais envolvendo o clube e jogadores do elenco ao longo de 2016. Cada vez mais o Flamengo precisa voltar a ser um clube cidadão, exemplo para os demais no esporte e mudar de uma vez a imagem arranhada devido problemas no passado que nem valem a pena lembrar.

A perda do título brasileiro tem um sentimento de frustração, mas no fundo o que sempre exigimos é que o clube pelo menos brigue pelo título nacional e termine o ano com uma das vagas da Libertadores e este objetivo foi conquistado. Briga por rebaixamento NUNCA mais!

Sei que muitos discordam, mas ano após ano vejo sim uma evolução no clube tanto dentro quanto fora de campo. A diretoria ainda comete alguns erros crassos inadmissíveis que precisam servir de aprendizado, mas ao mesmo tempo marcam golaços como a chegada do Diego.

Não vou comentar possíveis reforços por que nessa época do ano as especulações são frenéticas. Qualquer pessoa com meia dúzia de seguidores no Twitter alega ter uma fonte confiável e vai soltando notinhas para inflar o ego e a conta de empresários.

Recomendo a todos que tenham paciência e aguardem pelo menos o início da temporada 2017 para cornetar a formação do elenco. Enquanto isso Marinho, Vitinho, Felipe Melo, entre outros, são apenas nomes jogados ao vento para conquistar views, clicks, revolta e euforia da torcida.


Bom final de semana a todos e que sejamos coroados com mais uma vitória do Mengão.

Obs: Bem vindo de volta véu de noiva!


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A Força da Camisa







Irmãos rubro-negros,


escrevi esta coluna sem saber o resultado da rodada desta quinta-feira.

Resolvi compartilhar com vocês um texto redigido pelo Fernando Calazans, o título também é dele, e publicado em 1992, numa época em que os colunistas ainda se dispunham a falar com alguma poesia.

Vivi intensamente o Campeonato Brasileiro de 1992.

O Flamengo, no início, sequer era apontado como candidato ao título.

Todos os olhos estavam voltados para Botafogo, Vasco e São Paulo.

O Flamengo, nas previsões dos especialistas da época, ainda estava atrás de Cruzeiro, Santos, Corinthians e Grêmio.

Era o patinho feio, o boboca da turma. Falasse alguém sobre possíveis chances do Flamengo e a gargalhada espocava entre os analistas.

Os cobras, os candidatos ao título, eram Botafogo, Vasco e São Paulo.






Não sem razão, é preciso reconhecer.

Tinham os melhores e mais badalados elencos e tinham mais dinheiro também.

O texto do Calazans, embora refira-se a um jogo apenas, vencido pelo Flamengo por 2x0, já na fase final do campeonato, gols de Júnior e Nélio, demonstra a surpresa e a estupefação da crônica esportiva com a gigantesca façanha do Clube de Regatas do Flamengo.






Vamos à crônica:


Poucas vezes a sorte terá sido tão perversa com um time quanto foi com o do Vasco na noite de quarta-feira, em que todas as forças do futebol pareceram conspirar contra ele.

Não que o time tenha jogado tão bem, nem que tenha merecido derrotar o Flamengo. Mas a verdade é que de repente, sem nenhuma explicação ou indício, uma espécie de maldição baixou sobre o gramado do Maracanã, tendo como única vítima o Vasco, que jogava até um pouco melhor do que o adversário, sem contudo – e isso também é verdade – ameaçar seriamente o gol de Gilmar.

Jogava um pouco melhor, repito, até que outro gol incrível de Júnior – desta vez com a colaboração não de Régis, mas de Wink – parece ter desencadeado uma série de acontecimentos que devastaram o Vasco no segundo tempo, com requintes de crueldade: a expulsão de Jorge Luís, a contusão de Cássio no momento em que ia marcar o gol de empate (ou dar o passe para ele), e a contusão logo em seguida de Eduardo, que reduziu o time a nove e às vezes oito homens contra um Flamengo completo.

Um Flamengo mais do que completo até, se isso é possível. Porque, além de todos os infortúnios, houve ainda uma outra força inelutável que se ergueu contra o Vasco, representada pela camisa do Flamengo.






Aí está a aliança diante da qual até o Vasco – indiscutivelmente um dos três melhores times ao longo do campeonato – teve de se curvar: os golpes de azar e a mística da camisa do Flamengo, pairando altaneira nos grandes momentos de decisão.

Porque de outra forma não se explica que tenha sido vencedor um time que, na mesma noite, reunia em campo o futebol limitadíssimo de jogadores como Piá, Paulo Nunes, Gaúcho, Fabinho e Marcelinho. Ainda que esse time tenha contado também, para que não se faça injustiça, com o talento de Júnior e Zinho, muito bem apoiados na atuação segura de Uidemar, Júnior baiano e Gotardo.

Nenhum dele, no entanto, jogou mais do que a camisa vermelha e preta, no campo e na arquibancada. Não era mesmo noite do Vasco. Talvez o time pudesse ter superado todos os obstáculos que lhe foram criados impiedosamente, menos este: o peso da camisa rubro-negra em todo o estádio.



@ Texto de autoria de Fernando Calazans e publicado no jornal “O Globo”, em 03 de julho de 1992.





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Abraços e Saudações Rubro-Negras.

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.



quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Flamengo 1 x 0 América MG - A vitória do insosso



Um jogo marcado pelo tédio. Tão emocionante quanto assistir um festival de filme búlgaro. Sem legenda. O Flamengo, nem digo que jogou o suficiente, venceu o América-MG, que merecidamente foi rebaixado matematicamente com este derrota. Assim como rebaixado ficou meu ânimo e esperança na melhora do time neste arremedo tático e técnico que o time se encontra ao final deste ano e que me deixa sem qualquer esperança para 2017, mantida esta comissão técnica e o fluxo de decisões que permitiram que um iniciante, inexperiente e mediano, junto com um auxiliar técnico arcaico e ruim formassem a comissão técnica de um clube de orçamento de centenas de milhões de reais.

O Flamengo começou o jogo morno. Nem parecia que precisava vencer ou ao menos, queria isto como objetivo. Com atuações ruins dos chamados "Pontas burros" da vez, Everton e Fernandinho, Diego ficava isolado no meio de campo, pois Arão e Marcio Araujo disputavam entre si o trófeu de nulidade máxima. Leandro Damião brigava com a bola, embora mantivesse um certo espírito de luta. A zaga se mostrou bem. Donatti e Juan não comprometeram, aliás, ao longo de toda partida. Jorge e Pará fizeram uma partida razoável nas laterais, com Jorge tendo mais destaque.

Mas o Flamengo tinha imensa dificuldade de atacar. Enquanto isto o America perdeu uma ou duas chances, com até boa defesa do Paulo Vitor, mostrando enfim o reflexo que tinha perdido ao longo de 2015. Mas o América não é um bom time. É muito fraco. E o Flamengo também estava assim e não pode. Tem um elenco caro. Estrutura, torcida, apoio. Não pode depois de mais de uma semana de trabalho "sem viagem", se apresentar tão mal. Tão sem tática, sem mobilidade e com os jogadores parecendo que sequer tinham sido apresentados.

O trabalho da comissão técnica do Flamengo está se degradando. Na minha opinião perderam a mão em algum momento e o Flamengo não se encontrou mais. Venceu porque o América MG é um fantasma da Série B que está neste ano na Série A. E também não jogou bem. Tanto que foi através de um lance fortuito que o Flamengo achou seu gol. Após cruzamento de Jorge, Everton intervém, bola bate em zagueiro adversário, que de forma atabalhoada coloca para dentro de seu próprio gol. Lance fortuito que serviu para despertar um pouco do marasmo.

Mas o marasmo continuou. Flamengo entrou pro segundo tempo conseguindo algo improvável. Jogar ainda pior que no primeiro tempo. E jogou tão mal que passou a ser pressionado por este arremedo de time que se transformou o América MG. Sem saída, ficava rifando a bola, atrás de lances imaginários no meio de campo. Mas com o tempo Everton cansou. E com isto entrou Gabriel, que deu outro fôlego nas jogadas laterais e fez subir o futebol do Pará. Flamengo melhorou algo. Gabriel deu bom chute a gol, que serviu para despertar a parte da torcida que já cochilava no sofá, com o grito do narrador. Fernandinho saiu. Ufa. Jogava bem mal. Entrou Thiago Santos, que depois de um passe absolutamente ruim pro Diego em jogada de ataque, se encontrou e passou a ser a melhor opção de ataque do Flamengo pela esquerda. Incisivo, sem medo, driblava e passava. O que me fez imaginar se a intrépida dupla da comissão técnica tivesse colocado o Vizeu junto com ele, desde o início. 

Diego saiu e entrou Cuellar. E parece que o meio de campo ganhou oxigênio. Fazendo boas jogadas, driblando e com visão de jogo, em 3,5 minutos, Cuellar mostrou o crime que é ser reserva deste time, o qual estaremos condenados a sofrer enquanto tivermos comissões técnicas que escolhem time por um critério de mediocridade e/ou panelismo e não pelo talento e disposição tática. 

O importante são os 3 pontos. E o Flamengo os trouxe. Mas precisava ser de forma tão...pífia?

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

América/MG x Flamengo

 


Campeonato Brasileiro 2016 - Série A - 35ª Rodada

América/MG - João Ricardo; Jonas, Messias, Alison e Ernandes; Leandro Guerreiro, Juninho, Tony e Danilo; Nixon e Michael. Técnico: Enderson Moreira.

FLAMENGO: Paulo Victor; Pará, Donatti, Juan e Jorge; MárciAraújo, Willian Arão e Diego; Gabriel (Fernandinho), Leandro Damião e Everton. Técnico: Zé Ricardo.

Data, Local e Horário: Quarta-Feira, 16 de Novembro de 2016, as 21:45h (USA/ET 19:45h), no Estádio Governador Magalhães Pinto ou "Mineirão", em Belo Horizonte/MG.

Arbitragem - Raphael Claus (FIFA/SP), auxiliado por Rogério Pablo Zanardos (FIFA/SP) e Danilo Ricardo Simões Marins (ASP/FIFA/SP). Quarto Árbitro: Leandro Bizzio Marinho (SP).

Pendurados: Diego, Alan Patrick, Mancuello, Marcelo Cirino, Emerson Sheik, Everton, Léo Duarte e Ederson.