E o Flamengo foi lá no Chile, na primeira partida internacional do Zé Ricardo, enquanto treinador de futebol profissional, e conseguiu uma magra vitória de 1 x 0 contra o Palestino. Um time de orçamento talvez de Série D no Brasil.
Foi uma partida marcado pelo início incrivelmente confuso do esquema tático armado pelo Zé Ricardo. Cuellar travestido de Arão, ficou bisonhamente perdido pela direita enquanto Rodinei pouco avançava. Marcio Araujo, em seu estilo mariposa esvoaçante, se escondia na saída de bola, e nunca estava de frente na hora do combate, permitindo assim sempre a aproximação do Palestino pelo meio. Mancuello estranhamente jogando mais atrás, compunha uma marcação ao lado do Marcio Araujo (quando este aparecia). Alan Patrick, flutuando entre os setores, tentava reter a bola sem grande sucesso. O lado bom do primeiro tempo foram as jogadas de Jorge e Fernandinho pela esquerda, que originaram a maior parte dos ataques. Guerrero mal recebendo a bola, recuou para ter o prazer de tocar nela, por vezes, fazendo então bons passes para avanço do Fernandinho, destaque então do primeiro tempo. Palestino marcava bem, rodava a bola mas não atacava com grande perigo, dando ocasionais bons chutes aqui e ali.
Veio o segundo tempo, o futebol apresentado era igual ao primeiro tempo. Partida se encaminhava a um sonolento, porém justo, 0 a 0. Até que Alan Patrick fez as vezes de auxiliar técnico e simplesmente disse o óbvio ao treinador, com dificuldades para enxergá-lo nesta partida: "Professor, Cuellar está mais perdido que cebola em salada de fruta ali pela direita, faz o seguinte, coloca o Fernandinho por lá, e eu, ao invés de flanar pelo campo como um drone defeituoso, fico ali mais para esquerda,ok?" Diante de sábias palavras iluminadas, Zé Ricardo aquiesceu e o Flamengo melhorou. Passou a jogar como um time com algum esquema tático equilibrado. Fernandinho teve que sair, problema na panturrilha. Entrou Cirino, que tentou algumas jogadas de velocidade pela direita. Logo depois Zé Ricardo substituiu Mancuello pelo Sheik e o fez jogar próximo do Guerrero. Òtima substituição. Guerrero finalmente tinha alguém ali para o tirar da solidão. Então, jogada pela direita, bola bate em Guerrero, sobra para Sheik, e gol do Flamengo. Comemorada muito pelo time. Sheik no final até deu um depoimento emocionante sobre o momento difícil que está. 3 meses fora do time principal, emagrecendo 7kg para entrar em forma, e encarando este jogo como grande oportunidade para se reerguer no elenco.
Pois bem, Palestino então, acordou. E descobriu que o caminho para o cabo da Boa esperança era ali pelo lado direito da defesa do Flamengo. Rodinei e Cirino marcavam pessimamente todos os lances por ali. O que originou vários cruzamentos e lances de perigo. Palestino então começou a atacar por todos os lados, centro, direita, por cima, por baixo, e a defesa rebatia ou Muralha fazia belas defesas merecendo elogios a sua atuação e convocação para ser reserva da seleção brasileira.
No final, Flamengo 1 x 0 Palestino. Uma vitória em que o Flamengo poderia ter dado mais, se viesse melhor preparado taticamente e os jogadores não tão confusos em campo.