E o Flamengo do Zé Ricardo/Jayme, a dupla dinâmica do ex-interino inexperiente + técnico que ninguém quis, continua na borda do G4. Quando parece que finalmente vai, não vai. Fica por ali, rodeando, empatando quando não deve, perdendo, ganhando até. Mas na hora de colocar o pé na porta e enfrentar um adversário direto com força e vontade, aí o bicho pega. Se mostra frágil e limitado.
Contra um Santos muito desfalcado na Arena Pantanal diante de uma torcida majoritariamente rubro-negra, Flamengo entrou em campo com o famoso "esquema único" que nos assola há tempos, o famoso 4-3-3 dos pontas abertos e Guerrero isoladão no meio. Santos armou um bloqueio atrás da linha da bola de difícil penetração embora o lado esquerdo da defesa deles estivesse bem fragilizado no primeiro tempo dando espaço para investidas de Cirino e Pará, e depois Fernandinho, quando Cirino se machucou.
O Flamengo em aparente domínio embora não realizasse qualquer lance de maior perigo, tentava jogadas pelo meio e pelos lados, sempre esbarrando na ótima recomposição defensiva do Santos. Com o Flamengo aberto pelos lados, Marcio Araujo, péssimo jogador, se viu com mais liberdade de ir para frente desfilar sua inabilidade para qualquer passe frontal e irritar a todos, menos sua dupla de admiradores que hoje ocupam a comissão técnica. Marcio Araujo não tem passe, não divide, e não se apresenta. Seria uma completa tradução de inutilidade se não fosse sua capacidade de apontar os lances. Papel que executa com maestria e talvez a dupla dinâmica enxergue nisso uma utilidade essencial a ponto de deixar um jogador como Cuellar, melhor em qualquer aspecto físico, técnico e tático, no banco.
Com Guerrero novamente isolado neste esquema, poucos lances de perigo proporcionou. Em alguns contra-ataque Santos chegou com perigo e chutou até uma bola na trave. O primeiro tempo terminou com um zero a zero justo em um primeiro tempo sem sal.
E veio o segundo tempo. As mesmas caras. O mesmo jogo. Flamengo arame liso, cercando e nada. Cruzando a bola a esmo na área. E nada. Santos em eventuais contra-ataques sempre cortados pelo Arão e nossa boa dupla de zaga, Rafael Vaz e Réver, que, para mim, deveriam ser titulares absolutos. Chiquinho fazia uma partida regular dentro do que se considera uma partida regular de Chiquinho e Pará continuou com a boa performance, mas agora sem tanta liberdade pela direita.
O jogo continuou morno até que Zé Ricardo colocou Mancuello e Adryan. Claro que tardiamente. É a escola "Jayme" que Zé Ricardo segue com afinco. Com mais QI no meio de campo as jogadas, que surpresa, começaram a fluir. Bola no travessão de Mancuello, um passe magistral do Adryan, com finalização no limite de Mancuello que o goleiro deles defendeu. Seguido depois de um lance perigoso na área, no final do jogo, com ótima participação do Guerrero (agora com mais companhia), que culminou com a não-marcação de um penalti claro pro Flamengo.
Como sempre, roubados pela arbitragem. É impressionante a "regularidade" destes atos contra o Flamengo.
Enfim, Flamengo poderia ter ganho. Tem jogadores, estrutura e preparação física. Tem elenco. Mas não tem ousadia por parte desta comissão técnica. Continuamos só olhando o G4. Na bordinha.