Irmãos rubro-negros,
o Mengão conquistou uma bela vitória na quarta-feira.
Adversário forte, que vinha de derrota em casa, e o Flamengo venceu de modo convincente.
Eu achei a atuação do time razoavelmente boa.
Criou muitas chances e praticamente não foi incomodado, embora tenha optado por um recuo exagerado no segundo tempo.
É visível que a equipe está mais organizada, compactada e motivada.
E o momento do Flamengo exige vitória. Não adianta jogar bem e não obter o resultado.
Passamos boa parte do ano passado enaltecendo atuações envolventes que invariavelmente redundavam em derrota.
Longe de querer ser um professor pardal ou o último baluarte da ofensividade, o Zé Ricardo tem feito um eficiente arroz com feijão.
Arrumou o setor defensivo, tem dado oportunidade e sequência aos atletas e, muito importante, percebe-se que ele tem um time base e um esquema que, se por um lado sofre críticas de parte da torcida, por outro tem o mérito de ter tornado o time mais equilibrado.
O Zé Ricardo trabalha com premissas táticas distintas das adotadas pelo Muricy Ramalho.
O Zé Ricardo, por exemplo, não compartilha do fetiche que o seu antecessor possuía pela posse de bola.
Mais do que a quantidade, o time do Flamengo hoje preocupa-se com a qualidade, com o que fazer quando tem a bola.
E o melhor de tudo é que os resultados têm aparecido.
O Flamengo insiste, com bravura, a permanecer no grupo que figura nas primeiras posições do Campeonato Brasileiro.
Não é pouca coisa.
O Flamengo precisa de vitórias. O Flamengo precisa vencer. Precisa se acostumar, se afeiçoar, se tornar íntimo da vitória e do êxito.
Porque isso, naturalmente, trará o costume de se desejar sempre e em qualquer ocasião a vitória. Fará com que o clube, paulatinamente, não se resigne com nada que não seja a glória.
Empate fora de casa pode ser bom resultado para os outros, não para o Flamengo.
O Flamengo tem de vencer sempre, vencer todas as disputas. Tem de lutar com raça pela vitória e vender caro, muito caro, os reveses.
O Flamengo é assim, esse espírito faz parte da essência do clube e o acompanha desde o seu nascimento.
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Vale fazer uma menção especial à torcida rubro-negra no Kléber Andrade, que, aliás, é um estádio muito interessante para ser utilizado.
A torcida lotou o estádio, na verdade superlotou, e criou uma atmosfera muito favorável ao Flamengo.
É evidente, ao menos para mim, que o fator casa deve ser sempre encarado como uma oportunidade importantíssima de proporcionar vantagem esportiva ao Flamengo.
O clima no estádio na quarta-feira representou fidedignamente essa almejada vantagem.
O estádio Kléber Andrade, assim como Juiz de Fora, por exemplo, deve ser avaliado, com carinho, como uma alternativa enquanto o Maracanã estiver fechado.
Nada contra Brasília e outras praças. Muito pelo contrário. O sentimento de todo rubro-negro é de gratidão por todos que nos representam e lutam pelo engrandecimento do clube.
E Brasília tem participação especial nesse processo.
O problema é que o Mané Garrincha é um estádio muito grande. São necessários oitenta mil torcedores para lotar o Mané Garrincha.
Não é fácil colocar todo esse povo com ingressos caros e jogos de meio de tabela, sem grande apelo.
O Mané Garrincha deve ser utilizado estrategicamente, pois tem um potencial único no cenário nacional.
Dito isso, eu espero de verdade que a diretoria do Flamengo priorize realmente o aspecto esportivo.
O Flamengo tem de valer-se de todos os fatores que possam contribuir para as vitórias de que necessitamos. E a torcida, o estádio, o fator casa, em suma, é um elemento fundamental para todos que almejam algo relevante.
Mediocridade e Flamengo não combinam e não combinarão nunca.
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Domingo enfrentaremos um time que tem fixação pelo Flamengo.
Eles alimentam uma rivalidade muito maior conosco do que o inverso.
A primeira pergunta que eles fazem a todo jogador ou técnico que chega é a seguinte: o que você acha do Flamengo?
E é natural, irmãos, que assim procedam.
Todos querem se comparar e tentar ombrear com o maior e melhor clube do mundo, o Clube de Regatas do Flamengo, e com a maior e melhor torcida do mundo, a Nação Rubro-Negra.
Mas fica o recado para eles, simples, objetivo e verdadeiro: nunca serão. Nunca.
Do Flamengo espero o seguinte: raça, gana, brio e vitória.
Quero vencer. Nenhum resultado que não seja a vitória será bom.
E espero, se possível, contando com a graça de São Judas Tadeu, que o Guerrero faça um gol com a marca rubro-negra: de luta, denodo e raça.
Gilvan de Souza
E que, sem frescura, comemore com a torcida do Flamengo no estádio e em todo mundo.
Por fim, sugiro à diretoria do Flamengo que vá ao jogo como o faz o torcedor rubro-negro comum.
Quem sabe assim eles compreendam a verdadeira epopeia por que passa o flamengo quando quer empurrar seu amado clube fora de casa.
Vamos à vitória, irmãos!
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Abraços e Saudações Rubro-Negras a todos.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.