Rever, o nome do jogo - (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo) |
Mas o Flamengo começou com uma defesa nova. Rever estreando e Rafael Vaz. E foi uma defesa muito boa. Consistente, decisiva, bons passes, ótima na bola aérea, que culminou com o gol de cabeça do Rever em sua estréia. Em que pese o Rafael Vaz ser um tanto afobado, que em um jogo aqui ou ali, pode culminar em pênalti desnecessário. Mas é um bom jogador, ao menos até aqui. As duas contratações tão criticadas por muitos (Rever "bichado" e Rafael Vaz, "jogador de Série B") ao menos neste jogo foram o ponto alto. Junto com Arão, o qual melhorou demais de qualidade à partir do momento que Zé Ricardo assumiu como técnico interino, o fazendo ficar mais atrás e avançar com consciência e não com a inconsciência da era Muricy. Ele como capitão dá conta do recado se mostrando uma ótima contratação do tão criticado Departamento de Futebol e seu Centro de Inteligência.
Vizeu teve poucas chances, duas ótimas, em que perdeu o gol. Mas estava lá no lugar certo na hora, nas poucas oportunidades de gol criadas. O goleiro do Cruzeiro durante o jogo inteiro só fez uma ótima defesa. Muralha, seguro, abafou bem os lances e transmite algo que Paulo Vitor passava longe, segurança. Não é cabível que ele saia mais para dar lugar ao Paulo Vitor. É o titular absoluto. Merece os louros e a loira, fabulosa mulher dele. Com todo respeito.
Mas entrando com este time mal escaldo no primeiro tempo mesmo assim o Flamengo saiu vencendo no intervalo. 1 a 0, conseguido, talvez, mais pela precariedade extrema do Cruzeiro que por grandes méritos do Flamengo. Não foi um jogo bom, muito concentrado em passes errados pelos meios e jogadas tristes pelas pontas. Como o Flamengo só tem Arão e Alan Patrick para saída mais qualificada de bola, é fácil de ser marcado, o que faz os zagueiros derem chutões. E assim a bola toda hora vai pro adversário. Talvez fosse a proposta de jogo. Entregar a bola e armar contra-ataque. Quem sabe? E mesmo assim em mais uma cobrança de bola parada do Alan Patrick, o Cirino fez um gol legítimo ao emendar de cabeça na área, que foi mal anulado pelo bandeirinha, pessimamente colocado. Estava na diagonal do lance. Ou seja, era pro Flamengo estar ganhando de 2 a 0 mesmo jogando mal. E seria justo.
Mas no segundo tempo o Cruzeiro veio para cima. Com Riascos se movimentando muito, tentando chutes, o Cruzeiro fez sua jogada predileta em jogos contra o Flamengo. Cavar pênaltis. Só que desta vez o juiz não foi na onda e passaram em branco nesta jogada. Assustado, nervoso talvez, Zé Ricardo resolveu turbinar os erros que começaram na escalação. Colocou Cuellar no lugar do Alan Patrick e Fernandinho no lugar do Everton. Embora Cuellar sobre neste time, ele joga mais atrás e isto atraiu o time inteiro do Cruzeiro rondando nossa área. Só no fim de jogo que Cuellar se soltou mais e mostrou que joga muito também como segundo volante dando ótimos passes. Fernandinho entrou no lugar do Everton e mostrou um ótimo posicionamento defensivo na lateral esquerda, substituindo Jorge neste setor. Anulando então várias jogadas do Cruzeiro por ali. Mas a cereja em cima do bolo foi a substituição do Vizeu pelo...Pará? Embora não seja da turma que odeia o Pará, pois gosto de sua postura sempre séria e regular nos jogos, sinceramente não entendi o porque. Reforçar o setor direito? Liberar Rodinei? O próprio Pará? Sei que ajudou a congestionar o setor defensivo do Flamengo, que estava sendo bem pressionado pelas pontas.
Enfim, Flamengo ganhou e mais que sentir alegria, respirei foi de alívio.
Mas o time está longe, muito longe de ter um padrão de jogo consistente que dê para sonhar mais alto. Esta escalação a la Jayme de Zé Ricardo também não ajuda. É medíocre e não aproveita todo o potencial do time do Flamengo. Contra times melhores nem dá para saída. Facilmente anulável.
Flamengo precisa de um bom treinador de fato. Moderno, experiente, eficiente e de alta qualidade. E este, claro, não é o Abel.