Vivemos dias loucos, dias em que nem conseguimos entender o que vem
acontecendo diante da velocidade dos fatos. Venho tentando me
estressar o mínimo possível (mas o Flamengo não deixa), tenho lido
mais (não sobre o time), ainda que sobre assuntos do futebol, visto
menos coisas, assistido a menos partidas. Fazendo uma rápida
retrospectiva, assisti ao primeiro tempo do Fla x Flu, aos primeiros
25 minutos de Flamengo x Atlético-PR e aos últimos 30 minutos do
mesmo jogo. Não assisti ao jogo de sábado (contra o Volta redonda,
na cidade de mesmo nome), e acho que fiz bem.
Depois de 3 anos e 2 meses desta gestão, que apoio publicamente,
ocorreu algo que imaginei nunca mais assistir. Integrantes de
torcida, torcedores, indivíduos, adentrarem no local de trabalho dos
jogadores para fazer cobranças. Por mais justas que sejam as
cobranças, não aceito a atitude. De nenhuma das partes. Se entrou
na boa é péssimo pela relação que se cria, pelo precedente, se
foi “na marra” pior, pois é caso de polícia. Inacreditável!
Não dá pra generalizar, falar de TOs, mas a relação delas com os
clubes de futebol não se dá em termos “amistosos”, por diversos
fatores, mas as mesmas representam parcela importante da torcida e do
que esta parte sente.
O CT estruturado não é pra torcida se orgulhar, é para os
trabalhadores do clube, se trata de investimento nos atletas. Como
funcionários do clube devem parar de mimimi e executar o lhes é
pedido. Não pode um atleta já contestado pela torcida “comemorar”
eliminação para “descansar” de viagem. Nunca! Mais
inacreditável ainda são as derrotas no campo, num elenco que está
com os salários em dia, obrigação do empregador, que ganhou
condições de trabalho e atenção do mesmo empregador, fazer o que
faz dentro de campo.
Não pode o treinador arrumar muleta para uma temporada que será
longa e desgastante, aliás muletas. Seu Muricy reclama de viagem,
reclama de estádio, reclama, reclama, reclama insubordinadamente na
imprensa das decisões de seu empregador e no primeiro jogo
eliminatório do ano faz tudo errado e “poupa” os principais
atletas. Poupando atletas no jogo decisivo e NÃO promovendo
substituições durante as partidas, além de rodar muito mal o
elenco (ou não rodar), é inacreditável que Muricy reclame. Sim. Em
todas as vezes que a diretoria tinha uma questão a decidir, o
treinador foi contrário às brigas que o clube se envolveu
politicamente.
Outra coisa inacreditável é a teimosia com certos atletas. Estaria
Muricy se escorando/blindando no elenco ou dando corda pra rapaziada
se enforcar? Só o tempo nos dirá. Falta alinhamento entre
diretoria, departamento de futebol e o treinador, sem falar no elenco
que não compra briga de ninguém. Nem do torcedor, nem do treinador,
muito menos da diretoria. Não compram brigas nem deles... veremos a
partida de quarta, contra o Vasco, onde pela primeira vez em anos
entraremos em situação de inferioridade clara e manifesta em um
clássico contra as bigodudas.
Agora, inacreditável mesmo é uma notícia excepcional se
transformar em algo melancólico. O Flamengo consegue fazer dinheiro
como ninguém no futebol do Brasil. Conseguiu ter um lucro líquido
maior do que o do Barcelona em 2015. Quando teremos desempenho
compatível? Gostaria muito de respostas, de quem quer que seja. Do
presidente Bandeira (não por notas oficiais), do VP de futebol
Flávio Godinho, do diretor executivo Rodrigo Caetano. Alguma coisa
está fora da ordem e inacreditavelmente (nós torcedores) não
sabemos do que se trata. Quem sabe?
Continuarei na torcida, sempre. Digo para quem está disposto a me
ouvir, que me tornei associado do Flamengo quando o clube era o
lanterna no Brasileiro de 2014. A situação se tornou insustentável.
Não será agora que abandonarei. Mas quero respostas no campo, um
futebol eficiente, ataques que se traduzam em gols. Organização. Em
campo e fora dele. Não quero um Flamengo “Inacreditável FC”,
perdendo oportunidades aos montes. Quero um Flamengo forte. Quem
sabe, um Barcelona ou melhor. O ano será longo... Vamos, Flamengo!