E o Flamengo de Muricy Ramalho foi eliminado pelo Atlético PR perante a vibrante torcida que compareceu para prestigiar e torcer pelo time na simpática cidade de Juiz de Fora. Resultado, infelizmente, esperado dada a fragilidade que o time apresenta pós-contusão de Mancuello e as opções táticas de Muricy cada vez mais difíceis de suportar dada a total inoperâncias das mesmas.
Mas com time dito misto, o Flamengo começou bem. Com Gabriel e Everton pelas extremas, e sem o Sheik, o ataque do Flamengo fluía com facilidade e garantia uma melhor marcação pelas laterais. O que não ocorre quando Cirino e Sheik estão no time. Flamengo controlava o jogo embora não criasse muitas chances. Vizeu em noite apagadíssima não dava opções. Foi um primeiro tempo até interessante de se ver, mas o melhor espetáculo foi acompanhar a torcida do estádio. O Flamengo tem isto. A torcida faz tudo valer a pena. O time pode estar ruim, deprê, mas a torcida é tudo, é o coração, é a alma da essência de ser Flamengo. Por isto deveria ser sempre homenageada, reconhecida e cumprimentada pelos fugazes jogadores que entram em campo.
Mas chegou o segundo tempo. Everton, para variar se machucou e não retorna em campo. Como se machuca este rapaz. E eis que Sheik, o titular do Muricy, entra em seu lugar. E tal como botão de catástrofe, foi ele entrar e o botão ser acionado. Tudo desandou. Em seu estilo "peladeiro pseudo-craque dono do time", ele se move por vários setores do campo, mas pouco passa a bola e a retém sempre tempo suficiente para os adversários tomarem a bola. Gosta de fazer isto, por algum motivo satânico, justamente no círculo central de meio de campo, dando claro, maiores opções de jogadas ao adversário que fica com a posse de bola. E o problema do Sheik não é só este. Ele abandona a marcação de lado de campo. Flamengo fica totalmente desequilibrado. O meio se perde, o ataque fica desguarnecido, enfim, Sheik é um apocalipse. Ficou 45 minutos em campo. Perdeu a bola (claro no círculo central) que deu origem, ao final das contas, ao gol do Atletico PR em uma aparente falha do Paulo Vitor, que costuma pular sempre lento para finalizações em seu lado esquerdo. Contudo Sheik deu bom passe pro Vizeu na única vez que ele despertou do sono e se colocou em condições de finalização. E acabou. Resto do jogo, correndo, correndo e nada. Assim como Cirino, que entrou no lugar do Alan patrick, que sumiu no segundo tempo. Cirino nada acrescentou. Fez uma excelente jogada de velocidade, driblando um, dois para uma conclusão absurda, melancólica e frustrante para cima do gol, como se fosse um peladeiro daqueles de "um jogo por ano". Seu senso de marcação ridículo possibilitou o avanço do Atletico PR pelas pontas, que através de vários contra-ataques teve muitas outras chances de perigo.
Ederson entrou neste milk-shake que o Muricy coloca em campo. Ele e Sheik. Dois caras que costumam ficar mais ou menos no mesmo setor de campo. Obriga Ederson a ficar adivinhando sempre onde o peladeiro irá estar em determinados momentos do jogo. Não que eu seja contra um jogador ter liberdade de fluência na partida. Mas para isto o jogador tem que ser craque e decisivo. Como Seedorf foi no Botafogo e Neymar, em alguns jogos do Santos. E Sheik é no máximo esforçado. E só. Não tem técnica apurada nem muita visão de jogo. É correria e força. Passa mal e protege a bola como o governo protege a Petrobras. Em suma, não dá.
Marcio Araujo também jogou. Seu célebre jogo de passes para trás, nenhuma marcação de entrada da área e sequer sonhar em dividida. É outro que não sei o que faz no Flamengo e porque não dão oportunidades a Canteros, por exemplo. Ou mesmo Ronaldo. Inexplicável.
Flamengo saiu derrotado. Na opção moral de não jogar com a "força máxima" de saída, embora, na minha opinião, a força máxima é tão..."boa" quanto a formação inicial deste jogo. E na saída de jogo o Marcio Araujo falar a reportagem que "ainda bem que foi eliminado", se referindo ao fato que "viajará e jogará menos" que é o mantra repetido por Muricy, PV e demais jogadores para se justificarem dos péssimos jogos que fazem.
Com a palavra o Departamento de Futebol.