E o Flamengo conseguiu perder do Confiança. Pasmem. Nosso time milionário, onde meio salário do Sheik paga a folha do elenco do Confiança, perdemos. E com o requinte de crueldade deles jogarem com um a menos desde os 15 minutos do primeiro tempo.
O Confiança começou o jogo elétrico. Seus jogadores distribuindo bordoadas a torto e a direito. Numa delas o nervoso lateral direito desferiu um chute no rosto do Ederson. Vermelho, claro. Mas o nervosinho saiu pilhado de campo. Parecia querer matar um. Talvez completar o serviço no Ederson ou no juiz, não sei. Mas, de qualquer maneira, isto não foi a senha para maneirar. Pelo contrário, Confiança continuou com seu jogo agressivo todo o tempo. Congestionando a frente da zaga, jogando por uma bola, o Confiança parecia o Vasco encarnado. Um time ruim, menor, mas jogando com afinco e dedicação como se daquela partida dependesse a vida. Flamengo não. Meio blasé, rodando a bola daqui para ali, tentando escapar da marcação violenta, Flamengo teve bons momentos no primeiro tempo quando Confiança ainda não tinha conseguido recompor direito sua defesa com a saída do lateral direito. Perdendo uma, duas oportunidades, e com Sheik tirando a bola do Ederson e chutando para fora, Flamengo saiu do primeiro tempo com 0 x 0. E os deuses do futebol não perdoam a insolência do desperdício de gols. Ao contrário dos deuses que deveriam proteger o povo brasileiro de políticos corruptos e macabros, os do futebol castigam os pecadores. Sugiro uma alternância entre eles. Enfim...
Entra o segundo tempo. O time azul do Confiança mais fechado, mais bordoada e, para culminar, com o reforço do bandeirinha que de forma consciente ou não, "estranhamente" marcava impedimento em todo e qualquer lance do Flamengo. Numa defesa fechada, várias jogadas são pelas pontas, de ultrapassagem, no limiar da linha de impedimento. Com arbitragem eficiente ou honesta, como deveria ser hábito no futebol brasileiro e não é, Flamengo conseguiria diversos lances de perigo. Não conseguiu. Mas o lento Bandeirinha foi rápido em achar uma unica garrafa vazia de água lançada no campo. Deveria ter esta profissão de catador, bandeirar não é com ele. Mas numa única bola na Autobahn Jorge, Confiança lançou a bola para área e um carinha deles acertou um belo chute sem que o Velociraptor manco de goleiro conseguisse alcançar. Como de hábito.
Flamengo partiu tosco pro ataque. Muricy não substituindo Sheik de forma alguma. Deve ter algum pacto de lealdade, de sangue, não sei. Bizarro. Gabriel entrou e nada fez. Vizeu, com 5 minutos para algo, deu uma bela cabeçada no fim. Quase. E o Flamengo saiu derrotado decepcionando a incrível torcida de Sergipe que recepcionou os jogadores com bela festa.
E em um dia histórico e ao mesmo tempo triste para alguns e esperançoso para outros, na história política do Brasil, o Flamengo amarga uma derrota. Sinalizando a imensa falta do Mancuello para armação de jogadas.