I – 1985, JULHO
Após longa e complexa negociação
(que durou pelo menos um ano), Zico retorna ao Flamengo, sendo recebido com
festa pela saudosa torcida rubro-negra. Na reestreia (amistoso festivo contra
uma seleção de craques, Fla 3-1) marca um belo gol de falta. Repete o feito
dois dias depois, em seu primeiro jogo oficial (3-0 no Bahia, Maracanã). Mas o
Flamengo não se classifica para as finais do Brasileiro. Zico participa de uma
excursão pelo Brasil (jogando em Blumenau, Rio do Sul, Aracaju, Maceió, Natal,
Mossoró), e atua com destaque na estreia da Taça Guanabara (5-0 Bonsucesso),
marcando dois gols.
II – 1985, AGOSTO
Em uma gelada noite de
quinta-feira, o Flamengo de Zico enfrenta, no Maracanã, o Bangu, vice-campeão
brasileiro, diante de 23 mil espectadores. A partida é equilibrada, truncada e
violenta, e terminará 0-0. Aos 19 minutos do segundo tempo, Zico avança com a
bola, livra-se de um marcador e tromba com outro, distanciando-se um pouco da
bola, que fica podre. É o tempo para que o defensor Márcio Nunes o acerte com
uma voadora violentíssima, atingindo as duas pernas. Urrando de dor, Zico é
removido do gramado. Sua perna esquerda está dormente. Zico sofre cinco lesões:
Entorse no tornozelo esquerdo, escoriações profundas na canela direita (varando
as fibras musculares), inflamação na cabeça do perônio da perna esquerda (que
por pouco não sofre fratura), entorse no joelho direito e torção no joelho
esquerdo, cuja gravidade ainda será avaliada.
III – 1985, SETEMBRO
A suspeita de fratura logo é
afastada, assim como o temor de que os meniscos tenham sido afetados. Zico faz
recuperação clínica, à base de medicamentos, gelo e fisioterapia. O joelho desincha
e o jogador é liberado para disputar o Fla-Flu (que deveria marcar a estreia de
Sócrates, não tivesse o Doutor se contundido). Mas, diante de 113 mil pagantes
(maior público do ano), Zico realiza talvez a pior atuação de sua carreira,
arrastando-se em campo sem a menor condição de jogo. Ao final da partida, a
imprensa indaga: “repetiremos Garrincha?”
IV – 1985, OUTUBRO
Após o Fla-Flu, o joelho incha
assustadoramente (“não tem nada a ver com a outra lesão”, chega-se a apregoar).
O tratamento clínico dá mostras de não apresentar resultados. Começa-se a
desconfiar de que a lesão é mais séria do que aparenta. Zico viaja aos EUA,
pois sua presença, jogando ou não, é obrigatória nos amistosos do Flamengo pelo
país. Aproveitando a viagem, a diretoria determina que o jogador seja examinado
por um especialista, num jogo de ordens e contra-ordens que acende uma pesada
crise no clube. O exame indica provável lesão nos ligamentos ou meniscos e a
urgente necessidade de uma artroscopia, único procedimento capaz de trazer as
respostas necessárias. O episódio culmina na demissão do médico titular, que
sai atirando: “Estão forçando Zico a atuar sem condições de jogo”
V – 1985, OUTUBRO
53 dias após a entrada de Márcio
Nunes, Zico é submetido a uma artroscopia e, na mesma sessão, a uma intervenção
cirúrgica, realizada no Rio de Janeiro. Constata-se três contusões no joelho
esquerdo do jogador: lesão no tendão rotuliano, condromacia (amolecimento
ocasionado por trauma) da rótula e, o mais grave, ruptura parcial no ligamento
cruzado anterior. Cerca de 30% das fibras do ligamento, que estão esgarçadas,
são removidas, reduzindo drasticamente a estabilidade do joelho. Mas, diante do
quadro, é a única medida possível capaz de manter Zico em atividade. Ao menos
os meniscos estão intactos. Estima-se que o jogador poderá voltar a atuar em
janeiro.
VI – 1986, JANEIRO
Após dolorido processo de
recuperação, Zico volta a treinar com bola e está confirmado na excursão do
Flamengo ao Oriente Médio. Atua de forma discreta no primeiro jogo (3-1 contra
o West Riffa, do Bahrein), mas é o melhor em campo nos 2-0 contra o Iraque, em
Bagdá (marca um dos gols). No entanto, sente certo incômodo no joelho operado,
que se normaliza após alguns dias.
VII – 1986, FEVEREIRO
Zico estreia na Taça Guanabara
diante do Fluminense, realizando uma das maiores atuações de sua carreira. Zico
não erra sequer um lance e marca três gols na goleada do Flamengo por 4-1,
calando os gritos de “bichado”. A atuação de Zico é tão devastadora que se cria
um halo de otimismo para a Copa do Mundo. “Com Zico, brigaremos pelo tetra”,
clamam os jornais. No vestiário, emocionado, Zico desaba em lágrimas.
VIII – 1986, MARÇO
Zico, junto com seus
companheiros, apresenta-se à Seleção na Toca da Raposa para iniciar a
preparação à Copa do Mundo. Em um dos primeiros coletivos, o Galinho recebe um
lançamento e vai tocar na saída de Paulo Victor, mas o pé esquerdo prende no
chão e Zico torce violentamente o joelho esquerdo. Está fora da excursão da
Seleção à Europa (contra Alemanha e Hungria) e da maioria dos amistosos pelo
Brasil. Telê avisa que aguardará o tempo que for necessário, mas já há quem
diga que a participação do jogador na Copa do Mundo está ameaçada.
IX – 1986, ABRIL
Zico se recupera e retorna aos
treinamentos. Consegue reunir condições de jogo para os dois últimos amistosos
no Brasil, justamente os que definirão quem viajará ao México. O Galinho, em
mais uma exibição de gala, marca três gols contra a Iugoslávia em Recife (4-2),
sendo um de calcanhar e outro driblando zagueiros e goleiro. A Seleção, com
Zico em campo, melhora exponencialmente seu rendimento, passando a praticar um
futebol consideravelmente superior.
X – 1986, MAIO
Sete dias após o espetáculo do
Recife, Zico atua diante do Chile no esburacado gramado do Pinheirão, em
Curitiba. Com 13 minutos de jogo, vem com a bola e gira o corpo para driblar um
zagueiro, mas o pé prende no chão, e o Galinho sofre nova torção no joelho
esquerdo, dessa vez mais leve que a da Toca da Raposa. No entanto, o lance traz
a convicção definitiva de que há algo errado com o joelho do craque. Zico viaja
ao México diante de forte incerteza quanto a sua participação no Mundial. O
prazo para a recuperação agora é bastante curto.
XI – 1986, MAIO
É o médico da Seleção quem
explica o caso. Com a remoção de 30% dos ligamentos, o joelho se tornou frágil
e instável, sem resistência a movimentos de rotação. Apenas um pesado trabalho
muscular torna a estrutura capaz de funcionar precariamente. Zico, enquanto
atuar profissionalmente, terá que conviver com o problema, a menos que recorra
a alternativas mais arriscadas. Enquanto isso, Zico realiza quatro horas
diárias de musculação (07 às 11), antes de descer para os treinamentos com o
restante do elenco. O Galinho, cansado, coloca a vaga à disposição, quer
retornar ao Brasil, mas os dirigentes pressionam a comissão técnica a mantê-lo
no grupo.
XII – 1986, MAIO
A dois dias da inscrição para a
Copa, Zico ainda não treinou com bola. Dois outros jogadores, Cerezo e Dirceu,
vivem drama parecido, às voltas com outras lesões. O corte é considerado
iminente. Telê chega a dar entrevista, resignado, indicando que não conta mais
com Zico para o Mundial.
XIII – 1986, JUNHO
No dia do prazo final para a
definição dos cortes, a Seleção realiza um coletivo. De forma inacreditável,
Zico voa em campo, sendo o melhor jogador, marcando gol, dando assistência e
criando várias jogadas de efeito. O Galinho, assim, é confirmado entre os 22.
Cerezo e Dirceu, como esperado, estão fora.
XIV – 1986, JUNHO
Zico é poupado para a estreia da
Seleção contra a Espanha, pois o jogo é considerado vital, o adversário é tido
como forte e perigoso, e Telê prefere escalar uma equipe mais inteira
fisicamente. Com a vitória (1-0) e a melhora no clima, Telê anuncia que Zico
irá pro jogo contra a Argélia, provavelmente iniciando como titular. No
entanto, em um recreativo na véspera da partida, Zico está parado dentro do gol
e escora um passe rasteiro de Josimar para as redes. Ao levantar o pé, o joelho
esquerdo cede ao peso do corpo e novamente sofre uma entorse, tirando-o do
jogo. “Zico está perdendo tempo aqui”, advertem os jornais.
XV – 1986, JUNHO
A torção revela-se leve, o joelho
se recupera com rapidez e Zico está em condições de atuar na última partida da
Primeira Fase, contra a Irlanda do Norte. Entra aos 23 minutos do segundo tempo
e, no breve intervalo de tempo que está em campo, transforma uma vitória
burocrática em uma exibição de arte, coroada com um antológico passe de
calcanhar para Careca cravar 3-0 no placar. Poucos dias mais tarde, nas Oitavas
de Final contra a Polônia, a situação se repete, com Zico entrando no decorrer
da segunda etapa e participando ativamente da construção da goleada por 4-0
(quando iria marcar um golaço sofreu um pênalti, cuja cobrança cedeu a Careca).
XVI – 1986, JUNHO
Zico já pode entrar desde o
início, mas Telê decide manter a prática de lançá-lo, descansado, no segundo
tempo, da partida contra a França, pelas Quartas de Final. Assim que entra em
campo, acerta um lançamento primoroso a Branco, que sofre pênalti. Ao contrário
do jogo contra os poloneses, ninguém faz questão de cobrar a penalidade. Zico
pega a bola e bate mal, fraco, no meio do gol, permitindo a defesa de Bats.
Depois, bem vigiado, não consegue ser decisivo, embora faça boa partida. A
disputa termina 1-1 e vai para os pênaltis. Zico cobra e dessa vez converte, o
que não impede a derrota dos brasileiros. Eliminação consumada, logo alguns
jornais o elegem “bode expiatório” ou, no mínimo, “anti-herói”. Jornalistas
esportivos explodem em críticas maciças a Telê e, principalmente, a Zico, em um
verdadeiro bombardeio midiático. Os dedos, nervosos, estão apontados.
Cassandras e vivandeiras decretam o fim de uma Era. E o fim de Zico.
Zico volta ao Brasil massacrado
por perguntas sobre sua aposentadoria e seu jogo-despedida. Irritado, insiste
que seguirá jogando. Apresenta-se ao Flamengo e atua na Taça Rio, contra
Americano e Olaria, nos precários gramados de Campos e da Bariri, onde se
depara com inúmeras faixas de apoio e incentivo preparadas pela torcida
flamenga. Não faz gols mas atua bem, ajudando o time a conquistar pontos
importantes e a se manter na disputa por uma vaga na Final.
XVIII – 1986, JULHO
Zico sente uma fisgada leve na
panturrilha, em um treino antes do Fla-Flu da Taça Rio. Minimiza o problema e
vai a campo com o time. Mas o músculo arrebenta em distensão com apenas 7
minutos de jogo. Irritado e cabisbaixo, Zico sai às pressas em direção ao
vestiário sem dar entrevistas. Está nitidamente perturbado. Está fora do
Estadual, que acabará sendo vencido pelo Flamengo.
XIX – 1986, AGOSTO
Enquanto o Flamengo excursiona
pela Europa, Zico permanece no Rio de Janeiro, em preparação para a estreia no
Brasileiro, contra o Paysandu, no Maracanã. A uma semana do jogo, está
treinando com os juniores. Vai disputar uma bola pelo alto, cai pisando em
falso e sofre mais uma torção no joelho. Está fora da partida, e de quase toda
a Primeira Fase. Começam a surgir rumores mais fortes sobre o encerramento
precoce de sua carreira. O próprio Galinho parece hesitante. Alguns amigos e
parentes já tentam convencê-lo a pendurar as chuteiras com dignidade. É o pior
momento da trajetória profissional do craque.
XX – 1986, SETEMBRO
A Zico são apresentadas duas
alternativas, nenhuma delas animadora: a primeira delas, a convencional, é
seguir com a estafante rotina de trabalho de reforço muscular no joelho, ganhar
condição de jogo e atuar um punhado de partidas até a próxima torção, reiniciando
o ciclo. Isso enquanto o joelho aguentar (a série de entorses, aos poucos, vai
minando os meniscos). A outra opção é viajar aos EUA e se submeter a uma
cirurgia extremamente arriscada, cujo índice estatístico de sucesso entre
atletas é ínfimo. Zico resolve consultar o médico americano, para análise de
seu caso. Quer saber se ao menos vale a pena tentar a cirurgia.
XXI – 1986, SETEMBRO
Zico é examinado nos EUA. O
diagnóstico é preocupante. O que restou do ligamento cruzado não está
suportando a estrutura do joelho, e há risco de ruptura total. Os meniscos,
como se temia, estão lesionados. Após uma conversa séria e extremamente grave,
Zico reluta, mas aceita se submeter à cirurgia. São abertos, com uma furadeira
cirúrgica, três orifícios na cabeça do fêmur, passando-se neles fios de
material sintético (uma espécie de nylon), que reforçarão o ligamento cruzado.
Uma espécie de enxerto artificial. Os meniscos são apenas suturados (costurados
com pontos), pois sua remoção imediata comprometerá o sucesso da recuperação.
Deverão ser retirados no futuro. Zico sai sorrindo do hospital, um sorriso
amarelo de quem se apega ao último sopro de esperança. Aparentemente, a
cirurgia foi bem sucedida (não houve complicações). Agora, vem a pior parte.
Que durará doze meses.
XXII – 1986, SETEMBRO
Começa o processo pós-operatório.
Nos primeiros meses, é instalada na perna esquerda de Zico uma engenhoca que
impede que o jogador flexione o joelho, devendo ser usada ininterruptamente,
mesmo para dormir. A angulação da perna é regulada periodicamente pelos
médicos. A dor é insuportável, e muitas vezes o jogador precisa ser tratado com
morfina. Zico atravessa semanas sem poder sair da cama. O jogador passa a ser
acompanhado individualmente pelo médico do Atlético-MG, que com ele trabalhou na
Seleção. Aos poucos e com uma disciplina desumana, Zico vai se submetendo às
etapas progressivas do tratamento. Quando o equipamento lhe é retirado do
joelho, percebe que sua perna esquerda atrofiou até metade da largura.
Inconsolável, chora.
XXIII – 1987, JUNHO
A evolução clínica de Zico é
excepcional, e Zico consegue voltar aos gramados três meses antes do
inicialmente previsto. Marca-se seu retorno para o Fla-Flu da Taça Rio, um jogo
interessante por ser um clássico, e adequado por já não valer nada para a
disputa do Turno (vencido por antecipação pelo Bangu). Mas vaidades e disputas
comerciais transferem uma partida com ótimo potencial de renda para o acanhado
Caio Martins, em uma prosaica manhã de domingo. Zico retorna com festa, atua os
90 minutos, não sente absolutamente nada e ainda marca, de pênalti, o gol do
Flamengo no empate de 1-1. Exatamente um ano após a partida contra os
franceses, que fez muitos selarem seu fim.
XXIV – 1987, SETEMBRO
Pouco mais de um mês após seu
retorno, Zico já está erguendo taça (Euzébio de Andrade, o Terceiro Turno do
Estadual, após 1-0 no Fluminense). Mas o Flamengo não consegue vencer o confuso
campeonato. Zico, além disso, é duramente atingido no tornozelo por Geovani, na
partida final contra o Vasco. Recupera-se a tempo de atuar na estreia do
Brasileiro, contra o São Paulo. Marca de pênalti o gol da vitória contra o
Vasco (2-1), na segunda rodada. Mas, na semana que antecede o Fla-Flu, sofre
estiramento no adutor da coxa direita. Nervoso e farto da extenuante rotina de
recuperação, Zico mostra-se propenso a encerrar a carreira. Mais calmo, percebe
que seria tolice parar por conta de uma prosaica questão muscular, após
finalmente dispor de um joelho mais estável.
XXV – 1987, NOVEMBRO
Zico retorna ao time já no
Segundo Turno do Brasileiro, contra o Palmeiras. Tem grande atuação, nos 2-0
que iniciam a arrancada da equipe rumo às Finais. No último jogo, contra o
Santa Cruz, marca, pela última vez na carreira, três gols num mesmo jogo, sendo
ovacionado por um Maracanã lotado. Completamente emocionado e entregue à
emoção, esquece-se da recomendação médica e salta após comemorar seu último
tento (um antológico gol de falta). Na queda, alguns pontos dos meniscos são
rompidos. O joelho incha de forma preocupante.
XXVI – 1987, DEZEMBRO
Zico ainda consegue atuar os 90
minutos da primeira Semifinal contra o Atlético-MG (é seu o passe para o gol da
vitória por 1-0). Mas, no dia seguinte, acorda com o joelho
desproporcionalmente inchado, desfigurado. Desesperado, entra em contato com o
médico, que, numa demonstração de notável ética (o profissional é o responsável
pelo Departamento Médico do Atlético), acompanha o Galinho em jornada extra,
dedicando-se ao máximo para colocar o jogador em condições de jogo. Zico
consegue entrar em campo, atua até meados do segundo tempo, e é fundamental nos
3-2 que colocam o time na Final. Contra o Internacional, Zico, já ciente de que
os meniscos não durarão muito mais, consegue se poupar e participar das duas
partidas, mesmo saindo antes do final.
XXVII – 1987, DEZEMBRO
Zico conquista o Tetracampeonato
Brasileiro pelo Flamengo e recebe prêmios de “Esportista do Ano” e várias loas
e louvores. A ressurreição do jogador é enaltecida por boa parte dos veículos
que, um ano antes, decretaram precocemente sua carreira. A torcida do Flamengo,
que nunca saiu de seu lado, o reverencia com coros ensurdecedores a cada
partida. Zico começa a se tornar, mais do que o ídolo de sempre, uma figura
mitológica. É provocado a proferir discursos polêmicos, mas, com uma
simplicidade desconcertante, limita-se a dizer: “Falar alguma coisa? Eu? Eu sou
tetra, cara. É o que basta, não?”
XXVIII – 1988, JANEIRO
Zico é submetido à cirurgia que
remove parcialmente os meniscos danificados, no dia seguinte à Final do Brasileiro. Todos os
pontos estão abertos e estourados. O Galinho não teria mais condições de atuar
nenhuma partida após o jogo contra o Internacional. Mas a cirurgia é relativamente
simples, e o prazo de recuperação, curto.
E, na terceira rodada da Taça Guanabara, está de volta, na Gávea, participando dos 3-1 contra o Volta Redonda.
E, na terceira rodada da Taça Guanabara, está de volta, na Gávea, participando dos 3-1 contra o Volta Redonda.
XXIX – 1989, DEZEMBRO
Dois anos se passam. Zico os
atravessa de forma atribulada, às voltas com uma série de problemas musculares.
Ironicamente, o jogador não sofre mais com problemas sérios no joelho. Mas a
série de distensões, contraturas e estiramentos com que convive fazem com que
opte encerrar a carreira aos 36 anos, apesar de ainda praticar um futebol de
alto nível técnico. A despedida oficial se dá em dezembro (o Galinho, atendendo
a pedidos da diretoria, estendeu até o final do ano a prorrogação de seu
contrato), contra o Fluminense, em Juiz de Fora, uma partida “amistosa” (os
dois times estão fora do Brasileiro), que termina com assombrosos 5-0. Zico se
despede com um belo gol de falta. Ao final do jogo, não há festa. É a goleada
mais triste da história flamenga.
XXX – 1990, FEVEREIRO
Em uma noite de terça-feira,
quase 100 mil pessoas vão ao Maracanã se despedir de seu ídolo maior. Zico
parte, num belo raio de luz. Agora, pertence à História do Flamengo.