Salve, Buteco. Como debatíamos ontem após o jogo, a principal característica que o time de Muricy Ramalho vem apresentando nesse início de temporada é a marcação adiantada pressionando a saída do adversário, com isso obtendo a posse de bola, além da transição em velocidade da defesa para o ataque. Pois bem, todo mundo viu que ocorreu o contrário em São Januário. Qual seria a explicação? Seria a mera entrada de um segundo volante no Vasco da Gama, o que na prática, dado o nível técnico do atleta (Marcelo Mattos), tornou o meio de campo e o esquema tático do adversário muito mais anacrônico e em tese menos apto a ter a posse de bola? Faz algum sentido para vocês (Julio dos Santos, Marcelo Mattos e Andrezinho)? O fato é que, após um primeiro tempo razoavelmente equilibrado, com o Vasco da Gama levando um pouco mais de perigo ao gol, tivemos um segundo tempo de superioridade cruzmaltina, acentuada após a substituição de Marcelo Cirino por Éverton (pareceu-me que Cirino continha parcialmente o ímpeto ofensivo adversário), culminando com um gol marcado no final da partida após uma falha de marcação infantil de nossa zaga em um lance de bola parada. Não gosto de falar em justiça no futebol, esporte essencialmente divorciado do conceito, mas o resultado representou fielmente o que ocorreu dentro de campo, ainda que, na minha opinião, o mesmo Cirino tenha sofrido uma penalidade máxima não marcada pelo árbitro anteriormente, o que em absolutamente nada justifica a pífia atuação rubro-negra.
Entre os muitos comentários lançados no Twitter, chamou-me a atenção um do perfil do blog coirmão Ninho da Nação (do nosso amigo André Amaral), o qual lembrou com muita propriedade a semelhança entre todas as recentes derrotas do Flamengo para o Vasco da Gama ocorridas de 2015 para cá. Independentemente de em algumas delas se poder questionar a arbitragem (por exemplo, pênalti não marcado no Pará na semifinal do Estadual/2014 e o pênalti no Cirino na partida de ontem, inversões de faltas, cartões), o fato é que a mesma situação se repete: os jogadores cruzmaltinos parecem se impor dentro de campo apresentando mais raça, garra e vontade de vencer, encarando o clássico com seriedade superior a que apresentam os nossos atletas. E o cenário, que atualmente já pode ser chamado de padrão, continua a se repetir com nada mais, nada menos que quatro treinadores diferentes: Vanderlei Luxemburgo, Cristóvão Borges, Oswaldo de Oliveira e agora Muricy Ramalho. Entre eles, apenas Cristóvão Borges pode ser considerado inexperiente na profissão. Os demais possuem títulos nacionais e internacionais de enorme expressão conquistados durante longas carreiras, porém se mostraram incapazes de enfrentar esse quadro. A repetição com Muricy Ramalho surpreende, dada a qualidade do trabalho mostrado desde o início do ano até o momento.
Será que a tal preparação psicológica feita pelo Vasco da Gama para enfrentar o Flamengo ano passado, anunciada pela imprensa, é o fator que está fazendo a diferença no clássico? O certo é que o Flamengo não tem agido como Flamengo nos recentes confrontos contra o rival. Futebol é competição, rivalidade e emoção a flor da pele. Que Diretoria, Comissão Técnica e elenco se deem conta disso o quanto antes.
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Seria o problema também de natureza tática? Um dos pontos que têm suscitado dúvidas nos debates diários aqui no Buteco é a escalação de três atacantes para jogos contra adversários mais fortes. Tomando por exemplo a partida contra o Atlético/MG, no Mineirão, e especialmente o segundo tempo, a equipe que dominou o adversário era composta basicamente pelo elenco de 2015, mas com os reforços de Rodinei, Juan e Willian Arão. Cirino posteriormente entrou e o time deslanchou, mas será que o rendimento teria sido o mesmo se a formação que terminou a partida houvesse jogado desde o início? Até que ponto foi importante começar com jogadores mais dedicados ao esquema tático e à marcação, como Everton e Gabriel? Lembro a quem tece críticas a Emerson Sheik que, após um primeiro tempo muito ruim naquela partida, na etapa final foi deslocado para uma posição mais centralizada e conseguiu se destacar, tendo sido peça importante na vitória. Inobstante tal fato, remanesce a dúvida acerca da competitividade do time, assim entendida por sua capacidade de marcação, com ele (Sheik) e Cirino jogando como titulares. Seria o caso de optar por um dos dois?
Um aspecto que pode pesar nessa decisão é a condição física/ritmo de jogo de Federico Mancuello, que ontem fez apenas seu segundo jogo pelo time. Logo, ao menos atualmente, o trio junto representa menos três peças na marcação, o que sem dúvida pode diminuir a competitividade da equipe. Por isso pergunto: após Mancuello ganhar ritmo de jogo ideal e com a recuperação de Alan Patrick e Ederson, a escalação desses três atacantes se mostraria taticamente viabilizada ou justificável, ou seria melhor jogar com mais um meia e apenas dois atacantes?
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No final das contas, ao meu ver nada disso explica por que um time tão superior tecnicamente teve tão pouca posse de bola e fugiu de suas principais características, destacadas no início do texto. Por exemplo, que o Márcio Araújo tem uma péssima saída de bola e inclusive se posiciona mal para marcar todo mundo sabe, mas além de termos que contar quantos "Márcios Araújos" existem no elenco do Vasco da Gama, esse fator não impediu o time de se impor contra adversários mais fortes e nem pode justificar uma atuação tão apagada, da mesma forma que não pode explicar como, na iminência do apito final do árbitro, o zagueiro Rafael Vaz estar a vontade, sozinho em nossa grande área, para decidir a partida em mais um lance originado de bola aérea...
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A propósito, não acho que tenha sido frango, mas pergunto a vocês: um goleiro top, de nível internacional, teria defendido o chute de Rafael Vaz?
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Transmissão hostil (em nível sem precedente) da Rede Globo. Seria efeito da disputa com o canal Esporte Interativo ou reação por ter que exigir a escalação dos titulares na competição?
Passo a bola para vocês responderem as perguntas e comentarem tudo sobre o Mais Querido.
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Passo a bola para vocês responderem as perguntas e comentarem tudo sobre o Mais Querido.
Bom dia e SRN a tod@s.