Uma vitória magra e nada empolgante. Jogando com os reservas na penumbra de Macaé para algumas poucas testemunhas presenciais, Flamengo fez um jogo que poderia ser considerado como plenamente esquecível se não fossem as boas atuações de Mancuello e de Felipe Vizeu, além do Juan, nosso zagueiro símbolo, ser finalmente capitão.
O primeiro tempo começou movimentado. Flamengo se deslocava rápido pelas pontas, com Gabriel e Everton, sendo bem municiados por Mancuello que corria o campo todo. Pará tinha uma espécie de corredor livre e avançava bem pela direita, dando início a boas jogadas. Vizeu se posicionava como um poste, sem se mover muito pelo campo, sendo uma referência para cruzamentos. E em um deles, após boa jogada de Mancuello e cruzamento de Pará, o Vizeu fez o único gol da partida em belo cabeceio que não deu chances ao goleiro, que, curiosamente, se machucava a todo momento na partida.
Canteros, talvez pela falta de ritmo de jogo, não acertava o último passe embora procurasse se posicionar mais a frente que o Márcio Araujo, que, pasmem, fez uma bela jogada no fim do primeiro tempo, entrando na área driblando causando perplexidade em todos. Mas como toda jogada que sai deste jogador, acabou em nada. Depois do gol se pensava que o Flamengo deslancharia. Mas perdendo, como de costume, boas chances o time foi pro vestiário com Mancuello, pela movimentação, liderança em campo, sendo o destaque.
No segundo tempo o time entrou em campo no mode 2015. Sem vontade, jogadas não saiam, totalmente espalhado em campo e jogadores se escondendo do passe. Cabofriense recheou mais o meio campo e impediu maiores avanços da dupla Gabriel e Everton, que pecam pela falta de inteligência em suas movimentações. Pará teve seu corredor interditado e pouco avançou. Liberaram o corredor pro Chiquinho, o que não assusta ninguém. Chiquinho fez uma partida sofrível.
A falta de jogadas foi tanta que Vizeu acabou saindo mais da área e recuando para armar. Talvez se continuasse sendo "referência" cairia no sono. Articulou algumas boas jogadas, mas todas que iam para a linha de fundo acabavam em cruzamentos sofríveis, com exceção de um cruzamento de Gabriel pro próprio Vizeu, que em bela cabeçada, proporcionou boa defesa do goleiro do Cabofriense.
Canteros saiu, entrou Arão. Gabriel saiu, entrou Cirino. Mas tudo continuou na mesma. Foi seis por meia dúzia. Cabofriense chegou a fazer boas jogadas rodando a bola em nossa área, mas finalizando sempre mal ou errando o último passe.
No final, Flamengo 1 a 0. 3 pontos. Em um campeonato decadente, em estádio distante e sem torcida presente. Um retrato menor do Brasil que não dá certo. Do Brasil sujeito a politicagens e interesses escusos de dirigentes menores em suas pequenas políticas para manter seus feudos de interesse. E aí mais um jogo que não deveria ocorrer mais no século XXI, caso se pretenda que os grandes clubes brasileiros tenham melhor competitividade e condições econômicas para sustentar seus caros elencos.