Há alguma tecla trocada. As últimas estreias do Flamengo no Campeonato Carioca foram ruins de doer os olhos e as almas dos rubro-negros, não passando de um cartão de visitas para o desmoralizado e decadente Estadual, antigamente rotulado pela mídia esportiva como "o mais charmoso do país";
Em 2014, saudoso do time que sagrara-se Tricampeão da Copa do Brasil há dois meses, feliz da vida como pinto no lixo fui para o Maracanã num sábado de janeiro e voltei amuado para casa com o placar de 2 a 2 nas costas, resultado da partida contra o Duque de Caxias, levando um gol olímpico do adversário marcado pelo lateral-esquerdo Rodrigues em cima do desatento Paulo Victor, que conversava com a zaga no momento da cobrança do escanteio;
Já no ano passado, 2015, a estreia foi maculada pelo tumulto provocado por uma torcida organizada, que invadiu o vestiário do Macaé no Moarcizão e, supostamente, agrediu o goleiro Ricardo Berna, tendo o mesmo Paulo Victor sido substituído aos 27´do 2o tempo após um choque com um adversário, numa contusão que resultou em nove pontos na testa e na ida do centro-avante Alecassandro para o gol, já que o treinador Luxemburgo havia feito as três substituições permitidas. O placar também foi pífio, um magro empate de 1 a 1;
Agora, em 2016, todos têm bem vivas na memória as cenas da malemolência do time em Édson Passos, nas quais os jogadores rubro-negros transmitiam tacitamente a mensagem de que "vamos ganhar quando quisermos". Porém, embora fosse um jogo de ataque contra defesa, houve uma escapulida pela direita do ataque do Boavista com a bola sendo cruzada na linha da pequena área, por cima do Wallace, que inocentemente a marcava em vez de colar no Leandrão, como fazem os bons zaqueiros, e o atacante simplesmente tocou de cabeça para os fundos das redes do Paulo Victor, paradão e um dos pivôs dessas três esculhambadas estreias;
É certo que o estadual precisa passar por uma racionalização em quantidade de clubes participantes e número de datas, mas os jogadores do Flamengo ao entrarem em campo, não importam onde e adversário (é preciso repetir sempre a mesma coisa) têm a inafastável obrigação de representar bem a sua torcida, pois são regiamente pagos e em dia justamente para tal, dispondo de todas as coberturas necessárias ao pleno exercício da profissão;
Pelo seu perfil, creio que o suave discurso do Muricy Ramalho para o público externo tenha sido completamente diferente daquele que foi feito no contato com o elenco no vestiário depois da partida e na reapresentação. Jogador fora de forma ou sem ritmo de jogo é um fator bem distinto do que entrar em campo desinteressado com o destino do time.
A conferir hoje à noite, novamente, em Macaé.
SRN!