segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Aguardando a Força Máxima

Salve, Buteco! Após um início de temporada em circunstâncias desfavoráveis, com o Flamengo precisando começar 2016 oficialmente com o time de 2015 por conta de questões burocráticas relacionadas com a regularização de alguns reforços, aproxima-se a hora do treinador Muricy Ramalho poder contar com a força máxima do elenco. Com as regularizações de Mancuello e Cuéllar, faltará apenas a recuperação física de Ederson para Muricy ter o "problema" que todo o treinador gosta de enfrentar: do meio pra frente, mais jogadores do que posições para escalar. Não me arrisco em dizer que seja o melhor elenco do país no meio campo e ataque, mas não é exagero afirmar que se coloca em pé-de-igualdade com os melhores. A expectativa, então, passa a ser pelo desempenho desses jogadores  e como o treinador utilizará todas essas peças - qual será o time titular, como o elenco será "rodado" e se haverá variações táticas.

Acredito que a maior expectativa se dê em torno de Federico Mancuello, até por seu desempenho em um dos amistosos (Ceará) e o que a imprensa vem relatando a respeito nos treinamentos. Particularmente, estou com expectativas positivas não apenas em relação a "Mancu", mas também por conta do Guerrero, que parece mais alegre, animado e, pelo que diz parte da imprensa, disposto até mesmo a fixar residência no Rio de Janeiro, permanecendo por longo prazo no Flamengo, o que na minha o opinião seria excelente tanto pela qualidade do jogador, que parece crescer em "grandes jogos", como pelo que representa em nível de marketing nos mercados interno e externo. Sua adaptação ao clube, acaso confirmada, pode ser uma das melhores notícias dos últimos tempos.

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Se do meio pra frente o elenco parece ser acima da média nacional, o mesmo ainda não se pode dizer do setor defensivo. Começando pela posição de goleiro, acho que, depois de anos me acostumando com o "padrão" de jogadores do nível de Júlio César e Bruno, e me lembrando do passado com Raul, Fillol, Zé Carlos e Gilmar, tornei-me bastante exigente em relação à posição. Por isso, como torcedor, nunca me senti seguro com Felipe ou Paulo Victor e confesso a vocês que não me empolgo com o recém-contratado Alex Muralha, o qual, pelo pouco que vi no Figueirense, pareceu-me estar no patamar do próprio Paulo Victor (boas defesas alternadas com as mesmas "entregadas" do nosso goleiro titular). Considero nossos atuais primeiro e segundo goleiros um patamar abaixo, por exemplo, de Jefferson (Seleção Brasileira e Botafogo), Fernando Prass (Palmeiras) e Diego Cavallieri (Fluminense), e bastante inferiores aos que considero efetivamente os melhores do país - Cássio (Corinthians) e Victor (Atlético/MG). Portanto, penso que no gol a situação é apenas remediada e provavelmente passaremos o ano testemunhando o rodízio entre as limitações de Paulo Victor e Muralha. Tomara que ambos provem que eu estou errado!

Já nas laterais penso que temos a situação bem equacionada em nível de titularidade, pois Rodinei vem agradando nesse começo de temporada e Jorge continua sendo um talento bastante promissor, e  os reservas são aceitáveis, ainda que se possa questionar a relação custo x benefício do Pará como reserva. A incerteza começa na zaga. Embora seja forçoso reconhecer que Juan trouxe mais categoria, experiência e segurança ao setor, tendo indiscutivelmente elevado o nível técnico, ainda permanece a dúvida de como se comportará em uma sequência prolongada de jogos mais competitivos, por conta da idade, única vantagem que seu antecessor Samir tinha em relação a ele, a despeito de, a exemplo de Juan, ser mais técnico do que os demais zagueiros do elenco.

O problema parece realmente começar com a escolha companheiro do Juan. O conjunto de qualidades e características aponta Wallace como sendo no elenco a opção lógica para jogar na zaga central, porém suas falhas recorrentes e sua postura adolescente ao lidar com as vaias da torcida dão seríssimos motivos para que se questione a sua posição de titular e até mesmo de capitão do time. Embora os substitutos também não animem, talvez seja o caso de se avaliar como o César Martins se sai ao lado do Juan enquanto o Flamengo não traz o zagueiro central titular.

Há pelo menos duas temporadas todo o sistema defensivo (que não se restringe aos jogadores de defesa) tem sofrido com falhas individuais  quando o time é pressionado, o que exige atenção e foco em nível alto na marcação e na formação tática. É bem verdade que já se pôde constatar franca evolução nesse quesito sob o comando de Muricy Ramalho, como no Mineirão contra o Atlético/MG, porém o ideal é que o Flamengo não precise mais de jogadores como o Wallace e o Márcio Araújo como titulares. Já basta o nível dos goleiros! Para evitar a continuidade da escalação com tantos jogadores limitados, é muito importante que o Cuéllar consiga desempenhar bem a função de primeiro volante e se entenda com o Willian Arão (que tomou conta da posição) e o Mancuello.

Com mais um zagueiro e os reforços se acertando no time titular, o Flamengo ficará muito próximo de ter um time muito forte em todas as posições. Só faltará o goleiro...

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Concordam? Discordam? A palavra, como sempre, está com vocês.

Bom dia e SRN a tod@s.