sábado, 26 de dezembro de 2015

O período de carência acabou!

A frase que eu mais usei na segunda-feira, dia 7 de dezembro, dia que passei inteiro na Gávea depois de, pela primeira vez, participar e votar numa eleição no Flamengo foi essa aí de cima: "O período de carência acabou!". Passamos por três anos em que a prioridade era a recuperação financeira do clube e o resultado foi bastante satisfatório. De acordo com a análise do balancete referente ao 3º trimestre feita no blog Balanço da bola (http://balancodabola.blogspot.com.br/2015/10/flamengo-3-trimestre-de-2015.html), o endividamento líquido foi reduzido em quase 300 milhões de reais desde janeiro de 2013 e a relação endividamento / faturamento, que mostra quantos anos de faturamento seriam necessários para pagar toda a dívida, caiu de mais de 3 para 1,3 e aponta para um cenário muito mais controlado.

Sendo assim, obviamente sem deixar de lado a responsabilidade, o foco para o próximo triênio só pode ser o futebol. Concordo com muitos que pensam que 2015 já poderia ter sido muito melhor se não tivesse sido praticamente abandonado por causa das eleições. Mas não foi e, sendo otimista, talvez até tenha sido bom. Uma não merecida vaga na próxima Libertadores possivelmente encobriria muitas das deficiências já conhecidas desse elenco e a limpeza talvez não fosse tão completa. Acho até que não será como eu gostaria, uma vez que algumas renovações de contrato estão se mostrando bem encaminhadas. Já disse algumas vezes, um terço desse grupo não viraria o ano no Flamengo. Para ser conservador.

Reforços já começam a pipocar, ainda não no nível esperado. Juan, Rodinei, Antônio Carlos e Willian Arão pintam como as primeiras caras novas para o próximo ano. Acertar com esse tipo de jogador em fim de contrato ou com apostas é mais fácil do que fechar com os craques que estamos esperando para elevar o patamar da equipe. Os nomes que estão sendo ventilados já são de conhecimento de todos: Marcelo Díaz, Henrique, Mancuello.


Meu foco para 2016, no entanto, atende por dois itens: CT e EXOS. Depois de exterminar a primeira desculpa histórica, os salários atrasados, temos visto muito nesse fim de ano que a falta de estrutura é o grande vilão da existência flamenga. Não sei até que ponto é verdade, mas foi noticiado que jogadores que passaram por grandes centros do futebol, como Guerrero e Éderson, estavam desmotivados por ter que treinar no Ninho do Urubu. De toda forma, é inadmissível que um clube do tamanho do nosso não tenha um centro de treinamento decente e temos que eliminar mais essa justificativa para maus desempenhos.

Outro aspecto em que estamos muito atrás diz respeito à preparação atlética. Treinamentos modernos, recuperação física de jogadores, nutrição e hidratação, tudo isso pode e deve ser aprimorado com a consultoria da EXOS, assunto que já foi abordado pelo colunista Luiz Filho há algumas semanas. Não adianta Muricy Ramalho com seu histórico de conquistas e seu recente período sabático com direito a "estágio" no Barcelona. Podia ser até o próprio Guardiola ou, quem sabe, Jorge Sampaoli. Sem estrutura e métodos, continuaríamos na base do tentativa-e-erro.


De minha parte, podem ter certeza, a cobrança será forte. Se eu apoiei e defendi a reeleição do presidente Bandeira e da Chapa Azul, foi porque acreditava no plano de governo apresentado. No que diz respeito especificamente ao futebol, meu nome, inclusive, está entre os signatários do Plano de Metas. A conclusão do CT em um ano foi promessa de campanha, a verba para isso está no orçamento. Se não estiver pronto, podem entrar na fila para cobrar junto.