Irmãos rubro-negros,
quer dizer que o
Flamengo começa a assustar os demais clubes brasileiros?
Primeiro foi o chororô atleticano, quando Muricy Ramalho preferiu treinar o Clube de Regatas do Flamengo, mesmo recebendo um salário inferior.
Primeiro foi o chororô atleticano, quando Muricy Ramalho preferiu treinar o Clube de Regatas do Flamengo, mesmo recebendo um salário inferior.
Agora são os gaúchos
pedindo arrego ante as investidas do Mais Querido.
Outra boa notícia foi o
retorno do Cruzeiro e a confirmação da Liga. Maravilha!
Nutro muita esperança
pelos próximos meses e anos. O Flamengo segue muito forte no caminho da sua
reestruturação, agora não apenas financeira, mas também esportiva.
Falta qualificar, e
muito, o elenco, o que acredito será feito, e concluir logo o estádio na Ilha
do Governador.
Talvez, Salve São Judas
Tadeu, 2016 nos reserve gratas surpresas.
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Este post é
uma singela homenagem ao Buteco do Flamengo e a todos os amigos que frequentam
o melhor blog da internet.
E nada melhor do que,
em tempo de especulações, compartilhar com vocês um pouco da mais pura e
genuína tradição flamenga.
São textos de grande
profundidade e que mostram a grandeza do nosso amado Mengo.
O post de hoje abordará
diversos episódios da história do Clube de Regatas do Flamengo, trechos em
regra curtos, alguns sem conexão com o antecessor.
Todos os textos são
dele, Mario Filho, o grande biógrafo do Mais Querido. Entre parênteses, algumas observações que achei pertinentes.
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“O Fluminense tinha um
hino, música do maestro Cardoso de Meneses Filho, que não era cantado. Quer
dizer: bem que o quiseram cantar. Mas começava assim: o Fluminense é um crisol.
Os moleques emendaram: é um urinol. E acabou-se o hino, só tocado, de longe em
longe, por orquestras, de violino e tudo.
Quando apareceu o hino
do Flamengo ou quando o Flamengo achou que era o momento do hino, quem era
Flamengo cantou-o como um ‘God Save the King’ (Mario Filho se refere ao hino
oficial do clube, que tem o refrão ‘Flamengo, Tua Glória é Lutar!’).
Letra, e ele diz que
música também, de Paulo de Magalhães que, noutros tempos, entrava em campo de fez
na cabeça, para jogar de quíper no segundo time do Flamengo.
E que andava com um
bruto charuto na boca para irritar os que lhe negavam o valor ‘Flamengo,
Flamengo, tua glória é lutar’. O que era muito mais profundo do que parecia.
...
Gravou-se, em disco, o
hino de Paulo de Magalhães, Flamengo, Flamengo, tua glória é lutar. O que certos
cantores fazem hoje com os ‘disc-jockeys’, convencendo-os a tocar quase que só
os discos que gravam, o Flamengo fez com o que então tinha outro nome ou não
tinha nome nenhum.
Rodava-se o dial de um
rádio, daqui a pouco lá vinha o hino do Flamengo.
...
O Flamengo entrava em
campo e podia estar por baixo: sabia-se que ia lutar, que ia molhar a camisa,
que ia correr até o último instante. Só se reconhecia o Flamengo assim, como o
clube da força de vontade. Ou da fibra. Quando, por qualquer motivo, o Flamengo
não fazia isso não era o Flamengo.
Quem vestia a camisa do
Flamengo tinha de encharcá-la de suor. Podia perder, mas dando tudo pela
vitória.
Daí ter pegado o hino
de Paulo de Magalhães. O Flamengo, tua
glória é lutar.
Nas quadras de basquete
cantava-se o ‘Lá vem o gigante do mar, o Flamengo que me faz chorar’.
Chorar de dor e de
alegria.
...
Ari Barroso tornou-se speaker de futebol por causa do
Flamengo.
Num gol do Flamengo a
gaitinha do Ari chegava a gargalhar. Era para isso que a usava, embora, algumas
vezes, tivesse que tocá-la, mais baixo, sem entusiasmo, num gol do outro clube.
E Ari Barroso fora
tricolor. Em Álvaro Chaves sentia-se em casa, até o dia em que, depois de uma
derrota, vieram chamá-lo, como se não tivesse acontecido nada, para distrair os
sócios, ao piano, num chá-dançante.
Naquele momento o
compositor de ‘Aquarela do Brasil’ descobriu que era flamengo desde criancinha.
Pretextos não faltavam
para quem quisesse ser flamengo.
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Os muros das avenidas,
as paredes dos edifícios, enchiam-se de cartazes: uma vez Flamengo, sempre
Flamengo.
Preparava, assim, um
concurso de slogans. Só para crianças.
O que acontecia era que
toda a família ficava pensando no Flamengo. Numa frase, e caprichada, sobre o
Flamengo. A imaginar coisas bonitas para o Flamengo. Para virar Flamengo era um passo. O garoto, o
pai, a mãe.
O resultado foi que o
Flamengo ficou cheio de slogans:
o Flamengo ensina a
amar o Brasil, sobre todas as coisas;
onde encontrares um
flamengo encontrarás um amigo;
ser Flamengo é ser
forte na adversidade.
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E nas competições de
torcidas do Fla-Flu esticava (a torcida rubro-negra, na década de 1930) faixas
nas grades das gerais do Fluminense: Flamengo, o Grito da Mocidade; Fluminense,
a Bonequinha de Seda (desde aqueles anos saudosos); CBD, João Ninguém (o
Flamengo na época estava rompido com a CBD, a CBF da época), que eram três filmes brasileiros
que estavam passando.
Aparecia na pista um
escafandrista, de escafandro, autêntico, pesadão, como se carregasse pés de chumbo. Trazia um cartaz: Flamengo até debaixo d’água.
Logo depois se ouvia um
barulho de motor de avião. Olhava-se para cima e via-se descer um pára-quedas
trazendo uma galinha morta com as cores do Fluminense.
E charangas tocavam o
Flamengo, Flamengo, tua glória é lutar.
De tarde, por causa do
Flamengo, o Fla-Flu era um carnaval; de noite, um São João.
O Flamengo trazia as
festas mais populares para o futebol.
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Como não falar mais no
Flamengo do que nos outros?
O Flamengo parecia mais
vivo, sempre agitado, como em ebulição permanente. Era o que dava a impressão
de que o Flamengo não mudara. No fundo não mudara mesmo. Apenas estava em
guerra, e estando
em guerra aceitou a disciplina prussiana de Padilha (José Bastos Padilha,
presidente do Clube de Regatas do Flamengo entre 1933 a 1938).
O mais curioso é que
Padilha pertencera à República Paz e Amor (grupo fundado por remadores
rubro-negros nos primórdios do clube), vivera aquela vida de estudantadas. Ou
de garajadas, que talvez a expressão seja melhor.
O Flamengo, porém,
quando foi buscá-lo para presidente, fez como a Inglaterra, toda vez que
precisou de Churchill. Escolheu o homem forte, inflexível, imperialista, Flamengo Über Alles.
...
O Flamengo, assim,
tinha uma espécie de Polícia. Teve um DIP (polícia política de Getúlio Vargas):
o Rio Branco (café exclusivamente
frequentado por rubro-negros, localizado no Centro do Rio de Janeiro, na
esquina das Ruas São José e Rodrigo Silva. Hoje, no local, existe uma ótica).
Fosse alguém escrever
mal do Flamengo que a máquina do DIP rubro-negro se movimentava logo.
Uma vez Tenório de
Albuquerque, hoje um filólogo camiliano, então cronista esportivo de nome,
rabiscou um comentário contra o Flamengo como fizera tantas vezes em tempos de
paz.
Mas o Flamengo estava
em guerra e o Rio Branco suspendeu
Tenório de Albuquerque por seis dias.
Um campeão de queda de
braço foi para a porta do jornal em que trabalhava Tenório de Albuquerque.
Esperou-o na calçada, o paletó já desabotoado, os punhos fechados.
Quando o plumitivo
chegou, recebeu, em tom grave, seco, em poucas palavras, a comunicação de que
estava suspenso por seis dias. Se tentasse trabalhar, escrever uma linha mesmo
de retificação, ia apanhar uma surra.
Tenório de Albuquerque
não teve a menor hesitação, que conhecia muito bem o pessoal do Rio Branco: tomou seis dias de férias e
nunca mais meteu o pau no Flamengo.”
Mario Filho, Histórias do Flamengo.
Mario Filho, Histórias do Flamengo.
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Antes de encerrar, quero parabenizar o nosso amigo e grande rubro-negro Guilherme de Baère, que fez aniversário ontem. Parabéns, Guilherme! Saúde, paz e amor para você e sua família e que o Mengão conquiste muitas glórias, pois, tenho certeza, isso lhe trará enorme felicidade.
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Abraços e Saudações
Rubro-Negras a todos.
Uma vez Flamengo,
sempre Flamengo.