Depois
da ausência
na semana passada, por motivos pra
lá de conhecidos, retorno à coluna de hoje, para me despedir em
2015. Entrarei de férias nas colunas do Buteco, só
retornando em 2016. Muitos textos foram escritos no sentido do que eu
queria dizer, então acho que não precisarei repetir, apenas
recomendar, já que passa bem perto do que penso. Indicarei cinco textos de quatro pessoas:
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Dois textos do André Amaral, no Ninho da Nação. Um sobre o Maracanã, baseado na coluna do PVC e outro sobre o planejamento para o futebol do Flamengo para 2016, ainda recheado na noite de ontem pela contratação de Willian Arão, que deve decretara saída do querido no Buteco, Márcio Marujo…
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Recomendo a leitura, mesmo pra quem já tenha lido, do Bruno Trink no Sábado, aqui mesmo no Buteco do Flamengo, falando sobre a carreira de Muricy Ramalho e sua versatilidade. Sinceramente, mudou minha visão sobre o Muricybol, mesmo que a impressão sobre o mesmo tenha ficado para trás, desde o Barcelona 4 x 0 Santos… e o São Paulo de 2014, que jogava para frente. Muricyestá saudável e faminto!
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O terceiro texto é do rubro negro Allan Abi Madi, no torcedores.com. Um ótimo texto, que relaciona nossa cultura ligada às vitórias, a crueldade e a arte de reclamar de tudo… Vale no mínimo a reflexão. Gostei muito do texto.
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O quarto e ultimo texto, que estará abaixo, foi enviado pelo “correspondente internacional” em Portugal, Thiago Gonçalves. Como sempre contribuindo comigo, com o Blog. Ele traça um paralelo entre o Flamengo e o Sporting, um clube em reestruturação, numa realidade próxima à ele. Agradeço demais ao Thiago! Muito Obrigado!
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Boas
festas, curtam a coluna, voltarei em 2016!
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Olá
amigos rubro-negros,
Estamos
naquela fase horrível de final de ano, sem nada para comemorar,
depois de meses de sofrimento com o time, e vivendo aquele tempo de
especulações sem fim em que “contratamos” meia dúzia de
jogadores por dia. Eu, particularmente, detesto essa fase. Por outro
lado, é notório que a esperança renasce, 2015 vai ficando para
trás, otimistas como somos vamos esperando um 2016 melhor. Pelo
menos comigo é assim. E um dos pontos que mais me tem animado nesse
final de 2015 foi a contratação de Muricy Ramalho para ser nosso
técnico nos próximos dois anos.
Para
todos foi notório que a grande preocupação do primeiro triênio da
administração azul foram as finanças, mas não haverá qualquer
tolerância e desculpa para que o futebol não ocupe o topo das
prioridades já a partir de 2016 e nesse ponto Muricy Ramalho poderá
ser de uma grande ajuda nesse ressurgimento que tanto esperamos no
futebol, na nossa prioridade número um, visto que é um técnico
experiente, vencedor e que tem trabalhado em clubes com estruturas
(físicas e de recursos humanos) mais desenvolvidas que as nossas.
Na
última semana tenho pensado muito numa situação bastante parecida
que está acontecendo esse ano aqui em Portugal. Para quem não
acompanha o futebol português, aqui tem três times grandes:
Benfica, Porto e Sporting. O Sporting vive uma fase de seca de
títulos há décadas, tendo apenas três campeonatos ganhos nos
últimos 30 anos (1981/1982 - 1999/2000 - 2001/2002), ou seja, vem se
apequenando ao longo dos anos. Na última década vinha de
administrações danosas, clube em falência técnica, uma situação
bastante complicada para um clube que não tem a quantidade de
torcedores e consequente arrecadação de um Benfica, por exemplo.
Para terem uma ideia, na temporada 2011/2012 terminaram em 4º lugar
e na temporada 2012/2013 terminaram em 7º lugar (recordem-se que
estamos a falar de um país com apenas três grandes e uma diferença
absurda para os demais), ou seja, foi mesmo o fundo do poço.
Em
2013 assume o novo presidente, Bruno de Carvalho, um dirigente
intransigente, disposto a devolver a grandeza do clube que vinha se
deteriorando ao longo do tempo. Foi Bruno de Carvalho que endureceu a
negociação conosco no caso Elias e, mesmo em dificuldades
financeiras, prendeu o jogador, mesmo colocando-o na equipe B, até
que aparecesse uma proposta rentável como a do Corinthians. O
Sporting terminou a temporada 2013/2014 em 2º lugar e a temporada
2014/2015 em terceiro lugar, com o grande rival Benfica ganhando os
dois campeonatos. Apesar da melhora significativa, a diferença para
o rival era grande, o domínio do Benfica notório e a tendência que
os títulos permaneçam longe por bons anos.
Verão
de 2015, notícia bomba no futebol português: Jorge Jesus, treinador
do Benfica há seis anos, atual bicampeão nacional, duas vezes
finalista da Liga Europa nos últimos três anos, em final de
contrato, não renova com o Benfica e assina com o Sporting. Bruno de
Carvalho não estava apenas contratando um dos melhores treinadores
portugueses da atualidade, mas estava também levando para o clube
tudo aquilo que Jorge Jesus sabia sobre o Benfica e sua estrutura, a
sua mentalidade vencedora e a sede por títulos. Aquele ciclo de
trabalho com pessoas sem ambição estava terminado e a mensagem
estava enviada. Teve que abrir a carteira, é verdade, mas só assim
conseguiria o salto que pretendia.
Poucos
meses se passaram, ainda estamos caminhando para o final do primeiro
turno, mas o impensável há seis meses atrás está acontecendo: o
Sporting é líder do campeonato, classificou-se para a próxima fase
da Liga Europa, já enfrentou o rival Benfica três vezes nessa
temporada e venceu as três (ganhou o título da Supertaça, ganhou
para o Campeonato e eliminou na Taça de Portugal), ou seja, a aposta
está rendendo frutos.
Adaptando
à nossa realidade, Jorge Jesus não seria Muricy Ramalho, mas Tite.
No entanto, Muricy Ramalho tem todas as capacidades e mentalidade
vencedora para mudar o futebol rubro-negro, desde que tenha autonomia
e garantias para desenvolver o seu trabalho. O Flamengo não pode ser
a casa da Mãe Joana, com jogador nu pela sala de musculação e
outros episódios que nos envergonham. O Flamengo é o maior do
Brasil e precisa voltar ao seu lugar. Nesse momento, meu sentimento é
de esperança e espero que daqui a um ano seja de enorme satisfação.
2016 há de ser melhor!!
Saudações
Rubro-Negras para todos!