Salve, Buteco! Estamos ainda a quatro dias do "Réveillon", mas 2016 já "chegou chegando", com bastante polêmica fora de campo, como parece ser "a cara do Flamengo". Nunca escondi de ninguém o quanto acredito que medidas como um comando técnico de alto nível, sua estabilidade ao longo do tempo, assim como da comissão técnica, somada à integração com uma estrutura do Departamento de Futebol aprimorada, desde a gerência executiva até o Departamento Médico (diagnóstico e tratamento e recuperação/fisioterapia) em um Centro de Treinamento de alta qualidade em preparação atlética poderia fazer com que atletas que hoje rendem abaixo do esperado e não detém a confiança da torcida poderiam crescer em rendimento. Penso que essas medidas são tão importantes como a contratação de reforços de alto nível, também necessários para a conquista dos títulos mais importantes que o Flamengo disputar, e os claros e efetivos passos tomados pelo clube para a concretização particularmente me animam.
Acredito que a empolgação e envolvimento demonstrado por Muricy Ramalho, novo treinador, com esse projeto representam uma oportunidade única, porém alguns dos desafios e, por que não dizer, obstáculos que enfrentará no caminho me preocupam, sendo alguns deles o primeiro semestre "vazio" em relação a jogos oficiais e a necessidade de preparar um time com ritmo de competição para o campeonato brasileiro, a enorme pressão da torcida por resultados e a maior parte do ano sem o Maracanã nem o Engenhão a disposição, problema até o momento ainda não equacionado.
A falta de concretização ou efetivação do planejamento de estabilidade profissional e estrutura do Departamento de Futebol fatalmente trará de volta o ciclo vicioso de troca de treinadores, preparadores físicos e ausência de padrão de jogo, preparação atlética e unidade de trabalho no setor. Em um contexto assim, penso que mesmo o reforço do elenco não é suficiente para atingir as aspirações do torcedor do Flamengo em geral.
Na minha opinião, todo o apoio deve ser dado ao treinador Muricy Ramalho.
***
Outros pontos, porém, também preocupam e de maneira geral, no âmbito das redes sociais, especialmente aqui no Buteco e na FlaTT, o ponto que parece gerar maior polêmica é o da reformulação ou montagem do elenco para 2016. A propósito, grande expectativa foi a partir da entrevista concedida pelo vice-presidente de futebol José Godinho ao Globo Esporte.com, publicada no último 2 de dezembro, às vésperas da eleição para a Presidência do Flamengo, quando afirmou que "assim como o torcedor, a minha reação é a seguinte: tem que passar o rodo. Então eu poderia dizer o seguinte: se você considerar o time titular do Flamengo, não estou nem dizendo o de domingo (após a derrota para o Atlético/PR), que estava muito desfalcado, mas em relação ao time titular posso te garantir que teremos pelo menos seis jogadores novos para o ano que vem."
Uma frase forte, sem dúvida. Todavia, chega a ser até hilário observar que ela pode ser quase que totalmente desconstruída ao longo da própria entrevista em que proferida. Basta ter um pouco de atenção para constatar que, mais adiante, na mesma entrevista, o dirigente, ao ser perguntado se as seis contratações seriam para o time titular, respondeu ao repórter que "você fez a pergunta para a pessoa errada. Tem que ser feita para o próximo técnico." E logo em seguida, após ressaltar a nada desprezível questão do câmbio e da relação dólar x real, explicou que existem duas espécies de contratações (posições carentes e oportunidades de qualificar o elenco), tendo porém garantido que havia contratação de alto padrão na agenda do Flamengo, embora sem especificar quantidade. Disse também que havia três negociações em curso para saída de jogadores do clube e neste ponto vale destacar ser notório que o "Bonde da Stella" é mais numeroso, além de não ter sido especificado que seriam apenas integrantes do grupo os negociados.
Uma frase forte, sem dúvida. Todavia, chega a ser até hilário observar que ela pode ser quase que totalmente desconstruída ao longo da própria entrevista em que proferida. Basta ter um pouco de atenção para constatar que, mais adiante, na mesma entrevista, o dirigente, ao ser perguntado se as seis contratações seriam para o time titular, respondeu ao repórter que "você fez a pergunta para a pessoa errada. Tem que ser feita para o próximo técnico." E logo em seguida, após ressaltar a nada desprezível questão do câmbio e da relação dólar x real, explicou que existem duas espécies de contratações (posições carentes e oportunidades de qualificar o elenco), tendo porém garantido que havia contratação de alto padrão na agenda do Flamengo, embora sem especificar quantidade. Disse também que havia três negociações em curso para saída de jogadores do clube e neste ponto vale destacar ser notório que o "Bonde da Stella" é mais numeroso, além de não ter sido especificado que seriam apenas integrantes do grupo os negociados.
Sendo curto e grosso: Godinho deixou bem claro como seria o ano de 2016, porém usou uma frase de efeito cujo conteúdo se choca em parte com o conteúdo restante da entrevista, concedida na semana anterior à eleição e logo após a catástrofe que havia ocorrido em Curitiba na partida contra o Atlético/PR.
Não causa surpresa que o destaque dado na manchete e agora cobrado pela torcida seja o "passar o rodo", tendo por alvo o grupo denominado "Bonde da Stella", e seis reforços para o time titular.
A entrevista poderia até ser qualificada como sincera não fosse a frase de efeito e os momento e contexto em que proferida. A Diretoria, agora, paga o preço nas redes sociais pela ousadia de seu vice-presidente.
A entrevista poderia até ser qualificada como sincera não fosse a frase de efeito e os momento e contexto em que proferida. A Diretoria, agora, paga o preço nas redes sociais pela ousadia de seu vice-presidente.
***
Além do episódio da entrevista de José Godinho ao Globo Esporte.com, penso que também poderia ser objeto de reflexão por parte da Diretoria e integrantes do Departamento de Futebol do Flamengo, como um todo, a questão da comunicação social e posicionamento oficial do clube especificamente no ponto dos reforços. É fácil perceber que há muita gente falando (inclusive o treinador) a respeito de negociações em curso, algumas importantes, podendo ser consideradas entre as de maior impacto, sem que se chegue a um final positivo e, pior, com concorrentes aparentando estar superando o Flamengo em alguns casos. O exemplo da negociação do zagueiro Henrique, do Napoli, e a recente intervenção do Fluminense é um excelente exemplo.
O prestígio e respeito conquistados de forma justa por Eduardo Bandeira de Mello ao longo dos últimos três anos, dentre outros fatores, deu-se justamente pelo senso de responsabilidade que transmite por sua parcimônia e cautela no uso da palavra em relação a determinados assuntos, dentre eles as negociações em curso no Departamento de Futebol profissional. Quem sabe o excelente exemplo do presidente EBM e a centralização da comunicação em uma só pessoa (ao menos no assunto reforços) não seria o caminho para diminuir a tensão desnecessariamente criada nas redes sociais com o maior patrimônio do Flamengo, a sua torcida?
O Flamengo não pode transformar a torcida, descontente e impaciente por acontecimentos desagradáveis dentro e fora de campo no último triênio, em seu maior adversário; ao contrário, deve trazê-la para o seu lado. Espera-se de uma Diretoria aberta e sensível ao que se repercute nas redes sociais que tenha sabedoria, estratégia e inteligência emocional para reverter rapidamente esse quadro.
***
Falando de torcedor para torcedor@s, acho que as eleições precisam passar e o Flamengo voltar a ter a energia positiva de sua torcida. 2016, como visto, terá mais desafios e obstáculos do que o costume. O Mais Querido precisará da Maior do Mundo e não há pessoas ou diretoria que valham a quebra dessa relação. Que a Magnética volte com toda a força em 2016.
Desejo a tod@s um Feliz 2016, cheio de realizações, saúde, felicidade, prosperidade, harmonia e títulos para o Mais Querido.
Bom dia e SRN a tod@s.