Irmãos rubro-negros,
três vitórias nas
três primeiras rodadas do returno; nove pontos conquistados em nove disputados;
seis gols a favor e um sofrido; de candidato ao rebaixamento e à parte de baixo da tabela, ao oitavo lugar, a apenas quatro pontos do g4,
restando ainda dezesseis rodadas por jogar.
Esse é o Flamengo de
Oswaldo de Oliveira no Campeonato Brasileiro.
Domingo tem Fla-Flu.
Se o Flamengo
vencer, ultrapassará o rival na tabela, o que, três semanas atrás, soaria
inimaginável até para o mais otimista torcedor rubro-negro.
Mas tudo indica que
o Flamengo entrou na briga.
A atuação na
quarta-feira passada, se não foi um primor, ao menos mostrou um time
equilibrado, solidário, bem postado em campo, sobretudo após o primeiro gol.
Revi a partida e arrisco dizer que foi a atuação mais consistente do Flamengo no
ano.
O time tocou a bola com
tranquilidade, sem afobação; verticalizou as jogadas quando surgiam espaços, aproveitando que a defesa deles postava-se em linha; parou o jogo e diminuiu o ímpeto do adversário sempre que se fazia
necessário.
O Avaí talvez não
seja parâmetro para uma avaliação mais precisa. Achei que no segundo tempo eles
deram espaço e afrouxaram um pouco a marcação.
Isso, porém, não desmerece
a boa atuação do Flamengo.
...
Quantas loucuras, a
que gangorra nos impõe o Mengo. Numa semana, a gigantesca decepção de uma
eliminação precoce; na outra, a esperança humilde e sincera de uma arrancada inesperada, para
incendiar de vez esse campeonato modorrento, insosso, feito à feição, com ajuda
determinante da arbitragem, para os times paulistas.
Mas como ser
diferente? Um clube que arrasta multidões apaixonadas por onde passa.
Em Natal, a torcida
do Flamengo proporcionou um espetáculo único de amor e devoção ao clube.
E domingo, no Rio de
Janeiro, não será diferente: a Nação Rubro-Negra já acumula filas em todos os
pontos de venda de ingressos para o clássico do Maracanã.
No vocabulário do
torcedor do Flamengo não existe fase ruim, não existe desânimo, não existe
derrota capaz de arrefecer o entusiasmo da massa vermelha e preta.
E como domingo é dia
de Fla-Flu, encerro a coluna compartilhando com os amigos excerto de um texto escrito pelo tricolor
David Nasser:
"E se o
Flamengo perde, o torcedor humilde não enrola a bandeira, não rasga a carteira,
só volta para casa, quase sempre um cortiço, uma favela, um subúrbio, guarda o
pavilhão humilhado para a próxima vitória – que há de chegar, que às vezes
chega, que ontem chegou.
E então é aquele
festival de noite e de sangue no ar, sangue de alegria, noite de festa
rubro-negra. Vá você explicar uma coisa dessas! Vá dizer que o Flamengo é a
alegria do pobre, que o Flamengo é o ópio do povo, que o Flamengo é isto ou
aquilo, que é mistura de carnaval, Flamengo é macumba, Flamengo é cachaça,
Flamengo é esperança, Flamengo é reza, samba, trem da Central, sinuca, caixa de
fósforo, asfalto, Flamengo é pandeiro, bandeira alegre, bandeira triste,
palavrão, superstição, decepção, bofetão, frangeiro é a mãe, rabo-de-arraia,
capoeira, briga no barbeiro, tudo isto um Flamengo que se um fluminense quiser
explicar – acaba maluco e a família não sabe.”
...
Abraços e Saudações
Rubro-Negras a todos.
Uma vez Flamengo,
sempre Flamengo.