Kayke, o craque, o mito, mostra quantos gols fez no jogo. |
Em uma semana que iniciou politicamente a todo vapor, com o lançamento da candidatura da "ChapaLim" (Wallim/Landim) em evento no cinema Leblon, com direito a presença do ídolo-mor Zico, e a de inúmeros participantes ativos da política rubro-negra tradicional como Marcio Braga, Helio Ferraz, Marcos Braz, Helal, Gilberto Cardoso Filho, Augusto Sansão, etc numa apresentação estilo "remake" 2012, com direito a, novamente, exaltação a figuras emblemáticas do empresariado que estariam apoiando o grupo, formado por dissidentes da atual gestão, que representariam um pensamento moderno de atuação planejada e "executiva".
E também foi com a assessoria/coordenação/trabalho (não sei exatamente sua função) de Toninho Nascimento, benemérito do Fluminense, ex-secretário de esportes do Governo PT, atual funcionário/contratado da FSG (famosa agencia de publicidade), que ficou marcado negativamente por defender, enquanto secretário de esportes, que as cotas do Flamengo fossem reduzidas drasticamente. Pois bem, com o auxílio de uma pessoa que defende a redução das cotas de TV do Flamengo, a "ChapaLim" defende sua candidatura que representaria o verdadeiro "ideal original da Chapa Azul".
Pois foi justamente enquanto ainda comiam pipoca no cinema, que o Eduardo Bandeira registrou, na calada da noite, uma Chapa em seu nome e o de Maurício Gomes de Mattos, atual Presidente do Conselho de Administração e membro da FAT (um dos maiores grupos políticos do Flamengo), para concorrer ao pleito de 2015. Na cor Azul. Simbólico e em termos de marketing, uma cor que representa a filosofia implementada pela Gestão na condução do clube. Responsabilidade financeira, fiscal, profissionalismo e resultados. Embora no futebol não tenha conseguido resultados, se preparou o terreno administrativo, jurídico e financeiro para eles advirem no próximo triênio.
Digressando sobre o assunto cheguei a uma conclusão que quero dividir com vocês. Acompanhem meu raciocínio. Existiu a formação de uma chapa, a "Fla Campeão do Mundo", na qual vários membros da atual gestão participaram ativamente na campanha. Parte deste pessoal era egresso de uma chapa Fla21 formada em 2009 mas que se sossobrou sozinha, se dividindo. Outra parte, ao menos como parte importante na mobilização tanto dentro do clube, como nas redes sociais, eram de "Novos entrantes" na política rubro-negra, cansados de verem as mesmas figuras de sempre se revezando no poder com algumas delas aumentando e muito as dívidas do clube. Era preciso o novo. Então Godinho, Bap, Pracownik, Póvoa, Tostes, Wallim, Landim e Eduardo Bandeira foram as figuras de "proa" da candidatura secundados pelo, como escrevi, grupos de apoio, entre os quais associados e torcida. Esta Chapa ganhou. Aleluia. Mas, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Há eleição e há governo. Certo? No Governo EBM se constituíram novos núcleos de poder assim como formas de gerir. Houve a entrada de executivos, como Fred Luz, Paulo Dutra, Marcelo Vido,etc que colocam a operação executiva do Flamengo em outro patamar. VP´s não ativos ou que não representavam importância ainda perante ao público durante a campanha, no governo adquirem relevância. Willeman no Jurídico, Rafael Strauch na VP do Fla Gávea e agora na VP de Administração, Alexandre Wrobel, VP de Patrimônio e de Futebol, Pedro Iootty, VP de Secretaria, mas fundamental na articulação interna, José Sabino, substituindo Bap, e já auxiliando na estratégia de captação e retenção dos Sócios-Torcedores. Enfim, o Governo não é Chapa. Sacaram? Então não faz sentido, querer recuperar uma suposta integridade da chapa "original", uma vez que o governo adquire sua dinâmica própria. Governo é vivo, não é preposição. E foi justamente o discurso de apresentação de "chapa original" no evento da "ChapaLim" para representar o que seria o "verdadeiro Governo" o que mais me estranhou. Parecia um discurso distorcido do Mito da Caverna do Platão. A simbologia buscada contrasta "o que é" com o que "se pensou", e, ao anunciarem diversas experiências positivas no Governo atual como exclusivamente suas, confundem o que "se pensou" com "o que é", mostrando com isto que estão ligados ideologicamente as ações do "Governo" e o que desejariam, em tese, é a supremacia na condução do Governo em detrimento da vontade da maioria das pessoas pertencentes aos grupos de apoio envolvidos. Quando o que se tem de verdade é: Governo->Dissidência->Duas chapas concorrendo.
E, para terminar, falemos do jogo contra o Avaí. 3 a 0. Flamengo começou sonolento, sem articular jogadas enfrentando um adversário de grande movimentação. As jogadas não saíam. Mas tanto o Avaí como o Flamengo não conseguiam realizar jogadas de ataque com eficiência. Um grande número de erros de passes marcaram o primeiro tempo. E, logo depois do Avaí cobrar uma falta (ao meu ver inexistente) no travessão com o PV tirando a bola com os olhos, o Flamengo em rápida jogada pela esquerda com Sheik, que até então fazia uma partida ruim, passando pelo Canteros, que, de calcanhar entrega a Alan Patrick que, com a calma de um monge, dribla o zagueiro e marca o gol. Flamengo 1 a 0 em uma partida que ambos mereciam estar no 0 a 0.
No segundo tempo, Avai se lança mais o ataque, e brilha a estrela do Kayke. Fazendo um gol de bola cruzada, muito bem posicionado. E outro driblando o goleiro e chutando colocado. Kayke desencanta em Natal, no estádio que acostumou a jogar pelo ABC. Quanto o Kayke uma observação: ele me lembra um pouco o Reinaldo nestes dois jogos, aquele que depois foi jogar no Sâo Paulo, Botafogo e times de séries mais baixas. Não entra com firmeza na finalização, não é daqueles centroavantes que se atira e estica a perna rasgando o solo para tocar na bola. Os chutes dele não tem potência. Ao menos é o que reparei nestes dois jogos. Não acompanho série B,C, sei lá de onde veio antes. Porém tem um razoável passe no meio e boa movimentação. Agora, infelizmente, Flamengo não jogará mais lá enquanto o Guerrero estiver fora, Kayke terá que se adaptar a outros estádios...
Mas o que gostei, mesmo estando o Flamengo jogando de forma não tão intensa como gostaria, é que o time parece mais organizado, melhor estrategicamente montado. Ainda tem muitos erros, mas está se tornando um time mais maduro, sem aqueles espasmos da era Cristóvão. Oswaldo é um treinador experiente, tem um elenco bom nas mãos, espero que consiga extrair dele o necessário para ficarmos no G4 e não sairmos mais.
Por Flavio H Souza
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