Irmãos rubro-negros,
o Flamengo é uma alucinação mesmo.
Depois de uma eliminação vexatória na Copa do Brasil, o time surpreendentemente emendou seis vitórias seguidas no Campeonato Brasileiro, igualando seu recorde histórico e entrando no g4.
E quando tudo induzia a crer que a equipe embalaria definitivamente, duas derrotas em sequência reconduziram todos à realidade de um elenco que oscila muito e frustra o torcedor na mesma proporção.
É difícil manter a esperança e a fé quando isso ocorre.
Mas o amor ao Flamengo não é condicionado a vitórias e títulos. Ama-se o Flamengo simplesmente porque ele existe.
E o fato dele, Flamengo, existir, faz nossa existência ser mais sublime, completa e feliz.
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Já repararam, amigos, que quase todo jogo do Flamengo é "fundamental", "primordial para as pretensões do time no campeonato"?
Sabem o que é isso? Fé e amor.
Sim, fé e amor.
Porque a fé e o amor trazem consigo esse desejo incontido de se querer o bem, o melhor para quem se ama.
E fazendo aqui minha devoção ao Mengo, digo que o jogo de domingo é importantíssimo, crucial, especialmente decisivo.
É tudo ou nada.
E por quê?
Porque se o Flamengo vencer, e vai vencer, ganha muita moral para uma nova arrancada, afunda de vez o Vasco e exorciza certos fantasmas que nos têm acompanhado neste ano de 2015.
Então a importância de que se reveste o jogo é inegável, pelas pretensões do Flamengo no campeonato e por tudo o que representa a vitória ante os últimos resultados obtidos no confronto e a situação do adversário no certame.
Estou muito confiante, muito mesmo, numa grande vitória do Mengo
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E quem parece estar confiante também é a torcida do Flamengo.
Pois a torcida do Flamengo, a Nação Rubro-Negra, assim como quem não quer nada, mas almeja tudo, sem alarde, sem espalhafato, já esgotou o Setor Norte e já adquiriu, até o fechamento desta coluna, mais de vinte e nove mil ingressos para o clássico.
E ainda resta toda sexta-feira, sábado e o domingo até a hora do jogo.
Alguma dúvida de que a torcida do Flamengo comparecerá em peso ao Maracanã para outorgar seu amor incondicional ao clube e empurrá-lo para a vitória?
Provavelmente alguém dirá: "pô, você toda semana fala da torcida do Flamengo."
É verdade. Mas não reclamem comigo, pois é a torcida do Flamengo que me obriga a falar nela.
Eu vou exaltar, e exaltarei sempre, aquilo que me é caro, aquilo que, juntamente com a camisa, a mística, a tradição, a história e as glórias, representa o Flamengo, a grandeza do Flamengo.
E a torcida rubro-negra tem feito uma campanha exemplar.
Se o time em campo fosse reflexo da torcida, o Flamengo já seria campeão antecipado, muitos pontos à frente dos demais.
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Antes de encerrar, presentearei os amigos com um texto especial de Mário Filho, sobre a noite histórica do segundo Tricampeonato Carioca do Clube de Regatas do Flamengo (1953, 1954 e 1955).
"Quem vai à sede nova, uma massa de cimento projetando-se para o céu (Mário Filho refere-se ao prédio no Morro da Viúva) mesmo sabendo que há uma sede velha e que há a Gávea, o 'hiterland' a conquistar, ainda à espera de uma Brasília, não vê toda a grandeza do Flamengo.
Sabe que para ver a grandeza do Flamengo tem de ir é para as ruas, para os estádios.
Então esse Flamengo múltiplo é um só.
E quando tem um momento de glória mostra-se em toda plenitude de sua força telúrica.
Chega a assustar.
Lembro-me da noite do último tricampeonato. Dida fez o primeiro gol e vi o presidente da República dar um salto e pôr-se de pé.
É que houve como que uma explosão atômica, a multidão pipocando, se desintegrando, pulando e dançando.
Tocava mais vibrante a charanga de Jaime de Carvalho, bandeiras do Flamengo espanavam, desfraldadas, as ondas humanas, de mar grosso.
E explodiam cabeças de negro, assobiavam foguetes. Lágrimas-de-São-João desciam, lentamente, abrindo-se, espalhando-se, como de para-quedas luminosos.
Era Carnaval, era São João, era futebol, era o Brasil.
E se Juscelino não fosse o presidente, não tivesse batedores, se saísse do Maracanã como todo mundo, entrando na fila, mesmo de carro, veria a cidade acordada, as janelas abertas e iluminadas, as calçadas cheias de gente alegre, feliz, gritando Flamengo para todos os bondes, todos os ônibus, todos os lotações que passavam também em festa.
Tudo aqui era o Flamengo.
Por isso ninguém nega, mesmo sendo de outro, que ele é o mais amado dos clubes."
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Abraços e Saudações Rubro-Negras a todos.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.