segunda-feira, 21 de setembro de 2015

De volta à estaca zero



Bom dia amigos do Buteco,

O Gustavo não pôde escrever a sua tradicional coluna de segunda feira, de maneira que coube a mim a honra de substitui-lo, semana que vem ele estará de volta.

Estamos no dia 21 de setembro de 2015.A temporada se encaminha para a sua reta final e, mesmo com vários reforços chegando no decorrer do ano, nessa altura do campeonato acho bem razoável que possamos dizer que esse time do Flamengo já tem uma cara, e que ela não é tão bonita quanto gostaríamos que fosse.
Qual a cara do time do Flamengo? Um time com boa qualidade ofensiva, recheado por coadjuvantes mas com alguns jogadores acima da média, uma defesa individualmente fraca e coletivamente frágil, e que é antes de mais nada um time que não tem controle emocional e brio.
O Flamengo vai bem quando as coisas estão bem, e vai muito mal quando as coisas não dão certo.
É um time que não tem o DNA de vencedor. Simplesmente não tem.


Hoje me sinto confortável para dizer isso. Já mudamos 3 vezes de treinador, trocamos meio elenco (com adições de ótima qualidade técnica recentemente feitas) e o perfil de time queixo de vidro segue lá.
Ingenuamente pensamos que o problema tinha passado, mas não tinha, os jogos de quinta passada e de domingo, principalmente, são muito claros quanto a isso.
O problema não passou e não vai passar por que ele é algo que não pode ser consertado, é uma característica desse time, um traço de personalidade indesejável que foi criado na equipe que sempre que enfrenta adversários fisicamente imponentes, que jogam duro, que agridem, fazem com que o time se encolha, os jogadores sumam e os erros aconteçam em profusão.
Falando especificamente do jogo de ontem teve, ele teve dois momentos: no primeiro tempo o Fla esteva muito bem com a bola, criando muito perigo ao gol do Atlético, principalmente explorando as costas do lateral esquerdo deles, que proporcionava bastante espaço.
Tivemos um penal perdido e outras chances, enquanto o Atlético não chegava a ameaçar.
Em uma bola cruzada para a nossa área, de longe, o zagueiro Marcelo, na tentativa de cortar fez gol contra o que criou uma situação bastante inusitada, a Tv Globo, logo após o gol contra, colocou o seguinte dado na tela:
Finalizações ao gol: Atlético 0 x 4 Flamengo.
Em resumo: os caras conseguiram fazer um gol sem chutar!!!
Apesar de tudo, o time não se abateu com o penal perdido e com o gol contra bizarro e seguiu criando suas chances, até que o Paulinho finalmente empatou o jogo.
Time se animou, criou um pouco mais e, do nada, gol de cabeça do Atlético em lance que o Paulo Victor fica pregado no gol e o Samir não sobe.
O Flamengo ainda tentou mais alguns ataques perigosos, foi melhor que o adversário, porém conseguiu permitir aqueles dois gols e foi para o intervalo atrás do placar.
Segundo tempo começa com o Atlético melhor que no primeiro, mas o jogo ainda equilibrado.
Outra bola parada deles, mais um gol e novamente do zagueiro Jamerson.
Esse gol foi o lance capital para expor toda a fragilidade emocional e considerável ausência de brio da equipe, que desmontou.
Após o terceiro gol do adversário, o Fla ficou de forma completamente improdutiva cruzando bolas na área sem qualquer perigo, enquanto o Atlético ganhou confiança e começou a envolver o Flamengo e se soltar na partida.
O quarto gol parecia questão de tempo e surgiu de maneira cruel com o Fla, após o Pará tomar um drible absolutamente desmoralizante do Dátolo, que marcou o gol em chute de fora da área.
O Atlético, assim como o Vasco versão 2015, não respeita o Flamengo e sabe que em algum momento o nosso time vai mostrar quem ele realmente é, basta apenas um pouco de pressão.
O grande treinador de basquete, multicampeão da NBA, Phil Jackson, uma vez disse “You can´t teach competitiveness” ou algo como “você não consegue ensinar competitividade”, e esse time do Fla, apesar de talentoso, não sabe e não gosta de competir, sucumbe diante da dificuldade. Isso é algo que equipes tem ou não tem e, no nosso caso, o Flamengo não tem.
Podemos ainda classificar para a Libertadores, podemos fazer alguma coisa interessante nesse campeonato, porém estou convencido que essa equipe, com a personalidade e com os jogadores que tem, não será exitosa e, pensando em 2016, precisa de mudanças importantes de jogadores mas, acima de tudo, de postura.
O time tem talento ofensivo e alguns bons jogadores, mas é frouxo, e time frouxo não ganha nada.
Obs: antevejo que terei problemas com o Oswaldo em função da bizarra e inexplicável inserção do Almir, pela segunda vez seguida, no time...