Bom
dia amigos do Buteco,
O
Gustavo não pôde escrever a sua tradicional coluna de segunda feira, de maneira
que coube a mim a honra de substitui-lo, semana que vem ele estará de volta.
Estamos
no dia 21 de setembro de 2015.A temporada se encaminha para a sua reta final e,
mesmo com vários reforços chegando no decorrer do ano, nessa altura do
campeonato acho bem razoável que possamos dizer que esse time do Flamengo já
tem uma cara, e que ela não é tão bonita quanto gostaríamos que fosse.
Qual
a cara do time do Flamengo? Um time com boa qualidade ofensiva, recheado por
coadjuvantes mas com alguns jogadores acima da média, uma defesa individualmente
fraca e coletivamente frágil, e que é antes de mais nada um time que não tem
controle emocional e brio.
O
Flamengo vai bem quando as coisas estão bem, e vai muito mal quando as coisas
não dão certo.
É
um time que não tem o DNA de vencedor. Simplesmente não tem.
Hoje
me sinto confortável para dizer isso. Já mudamos 3 vezes de treinador, trocamos
meio elenco (com adições de ótima qualidade técnica recentemente feitas) e o
perfil de time queixo de vidro segue lá.
Ingenuamente
pensamos que o problema tinha passado, mas não tinha, os jogos de quinta passada
e de domingo, principalmente, são muito claros quanto a isso.
O
problema não passou e não vai passar por que ele é algo que não pode ser
consertado, é uma característica desse time, um traço de personalidade
indesejável que foi criado na equipe que sempre que enfrenta adversários
fisicamente imponentes, que jogam duro, que agridem, fazem com que o time se
encolha, os jogadores sumam e os erros aconteçam em profusão.
Falando
especificamente do jogo de ontem teve, ele teve dois momentos: no primeiro
tempo o Fla esteva muito bem com a bola, criando muito perigo ao gol do
Atlético, principalmente explorando as costas do lateral esquerdo deles, que proporcionava
bastante espaço.
Tivemos
um penal perdido e outras chances, enquanto o Atlético não chegava a ameaçar.
Em
uma bola cruzada para a nossa área, de longe, o zagueiro Marcelo, na tentativa
de cortar fez gol contra o que criou uma situação bastante inusitada, a Tv
Globo, logo após o gol contra, colocou o seguinte dado na tela:
Finalizações
ao gol: Atlético 0 x 4 Flamengo.
Em
resumo: os caras conseguiram fazer um gol sem chutar!!!
Apesar
de tudo, o time não se abateu com o penal perdido e com o gol contra bizarro e
seguiu criando suas chances, até que o Paulinho finalmente empatou o jogo.
Time
se animou, criou um pouco mais e, do nada, gol de cabeça do Atlético em lance
que o Paulo Victor fica pregado no gol e o Samir não sobe.
O
Flamengo ainda tentou mais alguns ataques perigosos, foi melhor que o
adversário, porém conseguiu permitir aqueles dois gols e foi para o intervalo
atrás do placar.
Segundo
tempo começa com o Atlético melhor que no primeiro, mas o jogo ainda equilibrado.
Outra
bola parada deles, mais um gol e novamente do zagueiro Jamerson.
Esse
gol foi o lance capital para expor toda a fragilidade emocional e considerável
ausência de brio da equipe, que desmontou.
Após
o terceiro gol do adversário, o Fla ficou de forma completamente improdutiva
cruzando bolas na área sem qualquer perigo, enquanto o Atlético ganhou
confiança e começou a envolver o Flamengo e se soltar na partida.
O
quarto gol parecia questão de tempo e surgiu de maneira cruel com o Fla, após o
Pará tomar um drible absolutamente desmoralizante do Dátolo, que marcou o gol
em chute de fora da área.
O
Atlético, assim como o Vasco versão 2015, não respeita o Flamengo e sabe que em
algum momento o nosso time vai mostrar quem ele realmente é, basta apenas um
pouco de pressão.
O
grande treinador de basquete, multicampeão da NBA, Phil Jackson, uma vez disse “You can´t teach competitiveness” ou
algo como “você não consegue ensinar competitividade”,
e esse time do Fla, apesar de talentoso, não sabe e não gosta de competir,
sucumbe diante da dificuldade. Isso é algo que equipes tem ou não tem e, no
nosso caso, o Flamengo não tem.
Podemos
ainda classificar para a Libertadores, podemos fazer alguma coisa interessante
nesse campeonato, porém estou convencido que essa equipe, com a personalidade e
com os jogadores que tem, não será exitosa e, pensando em 2016, precisa de
mudanças importantes de jogadores mas, acima de tudo, de postura.
O
time tem talento ofensivo e alguns bons jogadores, mas é frouxo, e time frouxo
não ganha nada.
Obs:
antevejo que terei problemas com o Oswaldo em função da bizarra e inexplicável
inserção do Almir, pela segunda vez seguida, no time...