as peças movem-se estrategicamente no tabuleiro da política rubro-negra.
Contando com o apoio do Bap, Landim, Gustavo Oliveira, de uma equipe de renomados executivos de grandes empresas (embora seja oportuno lembrar que alguns sequer são sócios do Flamengo) e tendo Walter D'Agostino e Hélio Ferraz pretigiando o lançamento de sua candidatura, tudo indicava que Wallim Vasconcelos largaria com enorme vantagem na corrida eleitoral visando o pleito de dezembro deste ano.
Todavia, numa jogada de rara maestria, demonstrando grande capacidade de articulação política e de aglutinação de forças, Flavio Godinho, nomeado Vice-presidente pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello, reuniu em sua casa, em concorridíssimo jantar, figuras de proa da política rubro-negra, dentre as quais Márcio Braga, Plínio Serpa Pinto, Jorge Rodrigues e o próprio Hélio Ferraz.
Como resultado da reunião, Plínio Serpa Pinto já saiu nomeado Vice-presidente de Patrimônio, assim como foram costurados apoios importantíssimos em torno da candidatura à reeleição do presidente Eduardo Bandeira de Mello.
Além disso, Antônio Tabet, do "Kibe Loco" e do "Porta dos Fundos" foi indicado ao cargo de Vice-presidente de Comunicação.
Pois bem, esse reequilíbrio de forças no quadro político do Flamengo é fundamental para a manutenção do sonho de uma futura e cada vez mais possível composição entre a Chapa do Bandeira, minha preferida, e a do Wallim.
Eu ainda acredito sinceramente que essa união ocorrerá.
Para quem viveu em tempos recentes anos tenebrosos, a ponto de parecer sem solução a lamentável situação política do clube, a existência atual de duas chapas fortes, ambas comungando dos mesmos ideais quanto à manutenção da austeridade financeira e do respeito às obrigações assumidas, traz muita esperança de um futuro grandioso para o Flamengo.
Analisando o cenário político, e ciente de que corro o risco de fazer uma observação precipitada, acho que, com a graça e a intervenção de São Judas Tadeu, o Clube de Regatas do Flamengo inicia uma nova fase de sua gloriosa existência, uma fase de maturidade institucional.
Que esse processo seja consolidado cada vez mais, e que o bem do Flamengo seja o único norte a mover as pessoas a se envolverem na política do clube.
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Passando para dentro de campo, após obter uma importante vitória na quarta-feira passada, o Flamengo enfrentará no domingo o Palmeiras fora de casa.
Será a estréia do Mengo no horário das onze horas da manhã, pois a partida foi antecipada em virtude dos protestos convocados contra o Governo Federal.
O time tem melhorado e até o mais renhido crítico do técnico Cristóvão Borges deve reconhecer que, em relação à movimentação e ao setor de criação, o time tem evoluído bastante.
O setor defensivo, porém, continua a falhar seguidamente e a equipe tem sofrido muitos gols em jogadas despretensiosas dos adversários, impedindo a obtenção de uma sequência de vitórias não apenas desejável, mas também imprescindível.
A busca desse equilíbrio é o grande desafio que se descortina para o Cristóvão.
Não adianta jogar bem e não ganhar a partida. No momento atual vivenciado pelo Flamengo, o resultado tem de vir em primeiro lugar. O importante é vencer, jogando bem ou mal.
Teremos todo o segundo turno do Campeonato Brasileiro a disputar e teremos ainda o Vasco pela Copa do Brasil.
Vencer é a meta principal. Se for jogando bem, melhor ainda.
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Tenho percebido algo há muito perdido no futebol do Flamengo: a alegria e a satisfação dos jogadores por vestirem a Sagrada Camisa Vermelha e Preta.
A entrevista do Ederson, que aliás estreou bem na quarta-feira, foi emblemática disso.
O jogador, com brilho nos olhos e o sorriso franco, confessou estar muito feliz no Flamengo, disse que foi muito bem recebido pelos colegas e funcionários do clube e que está muito motivado pelo desafio de jogar para e pela maior e melhor torcida do mundo.
Os jogadores parecem gostar do Cristóvão e os líderes do elenco têm dado o suporte de que necessita o treinador para desenvolver plenamente o seu trabalho.
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Esse capítulo sobre o futebol do Flamengo merece uma citação especial: Emerson Sheik.
Eu confesso que não era favorável à sua contratação. Achava que ele poderia desagregar um ambiente que já estava ruim.
Mas eu me enganei totalmente.
Além de cumprir seus deveres profissionais de maneira exemplar, o Emerson tem sido o melhor jogador do Flamengo.
Raça, vontade, luta, técnica e categoria unem-se nesse atleta que tem mostrado uma vitalidade surpreendente para os seus mais de trinta e seis anos.
O Emerson apresenta-se como um grande exemplo da forma com a qual o atleta rubro-negro deve se portar em qualquer disputa.
No Flamengo, hoje, ele escolhe camisa.
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Que o Flamengo consiga vencer o difícil desafio de enfrentar o Palmeiras em São Paulo.
Tenho ótimas lembranças do Mengão jogando lá.
Mengão 2x1, em 1992; Mengão 3x3, em 1999, com a conquista história da Copa Mercosul; Mengão 2x0, em 2009, com o antológico gol olímpico do Petkovic.
Que a grandeza do Mengo, sua tradição, sua camisa e a fé da Nação Rubro-Negra nos conduzam a mais uma vitória.
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Menção honrosa, antes de encerrar a coluna, à torcida do Flamengo. Após duas grandes decepções, em torno de vinte mil flamengos compareceram ao Maracanã na quarta-feira para empurrar o Mengo rumo à vitória.
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Abraços e Saudações Rubro-Negras.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.