Salve, Buteco! Nas próximas rodadas o Flamengo enfrentará o Atlético/MG, cotado como favorito ao título, porém somando apenas um ponto nas duas últimas rodadas, e posteriormente Vasco da Gama, na Arena Pantanal, em Cuiabá; Joinville, em Santa Catarina, e Figueirense, no Maracanã. A oportunidade é ótima para a equipe se aproximar do topo da tabela e criar um ambiente favorável para a volta dos jogadores que disputam a Copa América e as chegadas de Paolo Guerrero e do segundo "tiro certeiro". Obviamente, se esses jogadores chegarem com o time bem posicionado na tabela, sem a pressão da Zona do Rebaixamento, o salto de qualidade será muito maior e talvez a disputa pelo título se torne efetivamente uma realidade.
Cristóvão Borges parece não só ter compreendido o espírito, como estar sintonizado com a energia rubro-negra. Inclusive já convocou a torcida para o jogo do próximo sábado, no Maracanã. Além de palestras com exibição de vídeos, tem promovido treinamentos de fundamentos e exigindo muito dos jogadores melhora na performance. Embora seja cedo e o jogo de sábado tenha sido tecnicamente ruim, parece evidente que o que esse elenco havia desenvolvido em nível de compactação e troca de passes está sendo resgatado pelo trabalho de Cristóvão, e as jogadas que antecederam e a que levou ao gol de Eduardo da Silva são prova disso. Acredito até que, não fosse a expulsão (injusta, absurda) de Jonas ainda no primeiro tempo, o Flamengo teria vencido por um placar maior. Com um homem a menos em um gramado cheio de areia, além de uma arbitragem intimidadora e mal intencionada, tornou-se impossível desenvolver por mais tempo o pouco de futebol coordenado que chegou a ser apresentado na primeira etapa.
O próximo desafio de Cristóvão é aproveitar a semana de treinamentos, motivar em nível extremo o elenco e montar um time competitivo e capaz de vencer o Atlético/MG. O adversário, ninguém há de negar, é bem superior aos dois últimos - Chapecoense e Coritiba. Nas três últimas partidas, nas quais o Flamengo somou seis pontos e tomou apenas um gol, o sistema defensivo se mostrou bem mais seguro. Acredito que uma soma de fatores contribui para essa performance: Samir voltou muito bem à zaga, o time voltou a jogar de forma mais compacta e Jonas e Márcio Araújo formam um dupla de volantes que, se deixa a desejar na armação, é muito eficiente na destruição e retomada da posse de bola. O substituto de Jonas terá que ser muito bem pensado. Há opções como Luiz Antonio, voltando Pico à lateral esquerda e Pará à direita (tenho achado o Pará "torto" pela esquerda) ou o próprio Pará como volante (formação treinada por Luxemburgo em algumas ocasiões). Particularmente, prefiro a primeira, e inclusive acho que Márcio Araújo pode jogar mais fixo aproveitando o que tem de melhor, que é a retomada da posse de bola. Quanto mais adiantado Márcio Araújo joga, menos espaço existe e a probabilidade de erros de passe aumenta em progressão geométrica; jogando recuados e apenas distribuindo a bola a partir da retomada de sua posse, tanto Márcio Araújo, como Jonas podem ser jogadores muito importantes dentro do elenco. Só não precisam necessariamente jogar juntos.
Outro problema que precisa ser equacionado é o rendimento de Paulinho e Marcelo Cirino. Em relação ao primeiro, frequentemente vem sido utilizada a justificativa de que "vem voltando de contusão" e é fato que passou realmente muito tempo afastado, inclusive com uma contusão sucedendo a outra. Já o segundo também se contundiu, mas convenhamos, o tempo de afastamento foi curto. O fato é que nenhum dos dois divide uma bola, muito menos apresenta condições ou ímpeto para driblar um adversário e superá-lo na velocidade, característica principal de ambos. Acho que um "tiro certeiro" com liderança para enquadrar esses dois já ajudaria, mas deixo para vocês a análise da situação e a discussão das causas e possíveis soluções. Palpites?
***
A postura política do Flamengo, favorável a modificações legislativas que oficializem a obrigação dos clubes seguirem regras de responsabilidade fiscal e administrativa, e sua capacidade imediata de se adaptar a tal regramento, hoje, traz como consequências positivas uma facilidade, que se mostrará cada vez maior ao longo do tempo, de captar patrocínios de altos valores e contratar atletas do mais elevado padrão, porém no futebol brasileiro do 1x7 traz como consequência deletéria arbitragens cada vez mais hostis e escancaradamente mal intencionadas. Os exemplos, em 2015, são fartos e as evidências demonstram que o problema não se resumirá ao campeonato estadual. O Flamengo desafia o sistema que enriqueceu e deu poder a pessoas como Havelange, Teixeira, Blatter, Marin, Caixa D'Água, Rubinho, Eurico, etc. Desafiar o sistema exige, além de coragem, estratégia.
O presidente Eduardo Bandeira de Melo, ao meu ver fugindo de suas melhores características, reclamou com o árbitro em momento, local e forma inapropriados, tendo sido suspenso por 15 (quinze) dias. Passo a palavra a vocês para que digam qual é a melhor estratégia para enfrentar o problema, o que, convenhamos, vai além de escolher as palavras certas para criticar a CBF e defender o clube por via da imprensa ou em requerimentos administrativos, ainda que um e outro tenham seu valor em qualquer estratégia que se venha a adotar.
***
Como não poderia deixar de ser, ajudem o nosso estimado Cristóvão a escalar o time para o dificílimo confronto de sábado, no Maracanã! Magnética convocada!
Bom dia e SRN a tod@s.