Salve, Buteco! Agiu bem a Diretoria ao correr e ajustar as últimas formalidades necessárias para anunciar o acerto com Guerrero, que parece já ter ocorrido há algum tempo. As duas partidas disputadas pelo Flamengo desde a saída de Vanderlei Luxemburgo, ao meu ver, demonstraram que o grupo, no mínimo, não estava satisfeito com sua presença. Até que ponto isso é justo e legítimo é outra discussão - particularmente, acho o jogador brasileiro, em geral, mimado, irresponsável, antiprofissional, imaturo e egocêntrico, e a "cultura" de derrubar treinadores é prova cabal disso. Mas Vanderlei Luxemburgo é um caso a parte, por sua personalidade única e extravagante, que não raro contamina o ambiente profissional dos clubes nos quais trabalha. Além disso, sua entrevista pós-demissão, quando menos, mostrou tamanha falta de sintonia com a Diretoria que o empregava, que acabou por derrubar qualquer argumento imaginável em favor de sua permanência. Cristóvão talvez consiga se beneficiar de alguns pontos positivos do trabalho de Luxemburgo, como já ocorreu em outros clubes com os sucessores, sem que isso venha a tirar o mérito de seu próprio trabalho.
O anúncio de Paolo Guerrero teve vários efeitos positivos - antecedeu a estreia da nova camisa, colocou o clube de volta na mídia internacional, representa, como um marco, o primeiro grande êxito dos "Blues" no campo das contratações de maior vulto dentro da política de austeridade financeira e organização administrativa, bandeira (sem trocadilho) de sua gestão, e ainda por cima motivou a torcida, que teve sua autoestima elevada ao "dar o troco" em um clube que, nos últimos anos, caracterizou-se por se valer de pesquisas as mais suspeitas sobre tamanho de torcida e contratar ex-jogadores de expressão do nosso clube. Mostrou sensibilidade e poder de reação por parte da Diretoria. Representará a contratação de Guerrero uma nova fase e o início de uma espiral positiva no Departamento de Futebol? O tempo dirá.
A curto prazo, preocupa-me o que fazer para Cristóvão Borges ter sobrevida e até o fim da Copa América e da janela de transferências internacionais, e até lá o Flamengo não ter comprometido as chances no Brasileiro/2015, um dos mais "abertos" dos últimos tempos, e não estar tratando da contratação de seu oitavo treinador em menos de três anos. O Flamengo precisa reagir dentro das quatro linhas. E já.
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Achei o Flamengo mais organizado e menos espaçado do que em partidas anteriores no primeiro tempo. As linhas de quatro eram visíveis e os jogadores não se escondiam atrás da marcação, como ocorria com o treinador anterior. Vi maior comprometimento dos atletas, apesar de Arthur Maia e Paulinho, principalmente, além de Everton terem atuações apagadas. O trio gringo Armero, Cáceres e Canteros fez muito bom primeiro tempo, e não fosse o absurdo pênalti marcado pelo mal-intencionado árbitro teria havido igualdade no placar.
Cristóvão optou por substituir Arthur Maia e colocar Marcelo Cirino no intervalo. Na primeira jogada de Cirino, passe errado e contra-ataque fulminante do Fluminense. 1x3 no placar. Cristóvão então tira Pará, que tinha cartão amarelo, e coloca Gabriel na partida. O Fluminense, mesmo após a expulsão de Giovanni, encolhe-se na defesa e o time, mesmo com um a mais e com esmagadora superioridade na posse de bola, não consegue penetrar na defesa tricolor. Cirino, no final, em uma jogada individual, cruza na cabeça de Eduardo da Silva, que diminui o placar. O Flamengo ainda criou algumas chances na bola aérea, mas foram todas desperdiçadas. Achei que houve um retrocesso no segundo tempo: a pouca organização tática vista no primeiro tempo, uma evolução em relação a partidas anteriores, desapareceu e com isso o nível das atuações individuais despencou. Apenas Cáceres se salvou.
Entretanto, não achei que foi um desastre, amig@s. Longe, muito longe disso. O resultado foi injusto, o que aumenta o sentimento de frustração. Seria muito fácil escrever essa coluna agora falando que o elenco é ruim, superestimado e que é preciso contratar um time inteiro. Continuo achando que não é o caso. O planejamento mais uma vez foi falho, há pontos frágeis no elenco, mas ao mesmo tempo é visível que o time não tem conjunto e as peças, provavelmente mais por isso do que por qualquer outro fator, estão rendendo individualmente abaixo do possível e esperado. A situação piora porque a posição do time na tabela, somada à perda de dois importantes jogadores do elenco para a disputa da Copa América (Armero e Cáceres) e a não disponibilidade imediata de Guerrero criam um cenário preocupante para as próximas rodadas, especialmente antes da Diretoria trazer os próximos reforços. A torcida está sem paciência e ao meu ver enxerga um contexto pior do que realmente é ou deveria ser, inclusive na avaliação do elenco. A pressão pode afetar negativamente os jogadores e reviver um quadro com o qual, infelizmente, acostumamo-nos a conviver nos Brasileiros desse século.
Como reagir imediatamente? O que Cristóvão pode fazer no momento?
Particularmente, achei que o nosso novo treinador foi muito ousado nas substituições que promoveu no Fla-Flu. Pouco a pouco, optou pelo "abafa" sacrificando a (pouca) capacidade de articulação que a equipe tinha a partir do meio de campo na primeira etapa. Compreendo a necessidade de empatar a partida, mas ao mesmo tempo tenho esperança de que o treinador enxergue a limitação da zaga, da qual venho falando @os amig@s desde o início do ano, e a falta de estabilidade tática do time, que tem dificuldades para se organizar em campo, e que, portanto, a curto prazo, não está pronto para apresentar uma proposta de jogo muito ofensiva. Preocupo-me com sua longevidade no cargo se não tiver a sensibilidade para enxergar a fragilidade emocional do grupo no momento, que exige mais segurança e menos ousadia até que reforços de peso cheguem, a situação na tabela melhore, a moral e a confiança do grupo subam e outras opções táticas possam ser implementadas.
Particularmente, achei que o nosso novo treinador foi muito ousado nas substituições que promoveu no Fla-Flu. Pouco a pouco, optou pelo "abafa" sacrificando a (pouca) capacidade de articulação que a equipe tinha a partir do meio de campo na primeira etapa. Compreendo a necessidade de empatar a partida, mas ao mesmo tempo tenho esperança de que o treinador enxergue a limitação da zaga, da qual venho falando @os amig@s desde o início do ano, e a falta de estabilidade tática do time, que tem dificuldades para se organizar em campo, e que, portanto, a curto prazo, não está pronto para apresentar uma proposta de jogo muito ofensiva. Preocupo-me com sua longevidade no cargo se não tiver a sensibilidade para enxergar a fragilidade emocional do grupo no momento, que exige mais segurança e menos ousadia até que reforços de peso cheguem, a situação na tabela melhore, a moral e a confiança do grupo subam e outras opções táticas possam ser implementadas.
Cristóvão tentará implementar sua filosofia ou se adaptar às circunstâncias?
O que @s amig@s pensam a respeito?
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Também espero que a Diretoria abandone a "dúvida" (ou então que não passe mero jogo de cena) sobre as opções contratar outro jogador do nível de Guerrero ou dois a três reforços de nível médio. O elenco do Flamengo está repleto de jogadores de nível mediano que podem ser ótimos coadjuvantes acaso o o elenco e o time sejam bem treinados e integrados por jogadores de maior nível, que possa liderá-los e assumir maiores responsabilidades dentro de campo.
A rigor, penso que essa dúvida sequer pode existir.
Concordam?
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Finalizo pedindo à Diretoria que olhe bem essa situação do Jayme ser auxiliar do Cristóvão e @os amig@s a escalação do time para quarta-feira - pedreira contra o Cruzeiro em Belo Horizonte.
Bom dia e SRN a tod@s.