Bons tempos aqueles quando o cidadão ligava o rádio, a TV ou comprava o jornal para ficar bem informado sobre os fatos da vida, de um modo geral, e ainda ganhava o bônus, embutido nas colunas, de uma boa aula da língua-mãe dos craques do jornalismo brasileiro;
Para saber a quanto andava a nossa política, em minha juventude gastei muitos cruzeiros para ler Carlos Castelo Branco, diariamente, na página 2 do extinto Jornal do Brasil, e o combativo Hélio Fernandes, proprietário e colunista do seu próprio jornal, A Tribuna da Imprensa. Eram preciosos textos, sem querer entrar no mérito do conteúdo de cada um, dotados de precisão, concisão e objetividade para descrever o dia a dia do país, muitas vezes arquivados para releitura posterior;
No futebol, a mídia esportiva era uma verdadeira seleção formada por gente apaixonada por seus os clubes de coração, porém, respeitada por todos os torcedores, independente de suas preferências, tal a categoria de cada um em seus posicionamentos diante dos acontecimentos dentro e fora das quatro linhas. Dava gosto ver, ler e ouvir Nelson Rodrigues, o maior rubro-negro entre os tricolores e os botafoguense Cláudio de Mello e Souza e Armando Nogueira, que traziam a poesia para o futebol e levavam este até ela numa simbiose perfeita. Lembro ainda de Ruy Porto, o gaúcho Luiz Mendes, João Saldanha, o João Sem Medo, que perdeu o cargo de treinador da seleção que viria a sagrar-se Tri-Campeã Mundial, em 1970, por desafiar um ex-presidente da República que desejava interferir na convocação dos jogadores para disputar a Copa realizada no México. E muitos outros que emolduravam com seus textos e comentários cada fato do cotidiano do futebol brasileiro;
Como costuma frisar Fernando Calazans, "não se trata de nostalgia, mas de história" de um passado impossível de não ser recordado ao se deparar com o baixo nível do quadro atual, quando até ex-jogadores sem nenhuma vocação para a arte da comunicação disparam asneiras através das telas das TV's e microfones das emissoras de rádio, mais desinformando do que informando, como pode ser constatado diariamente por aqueles que acompanham minimamente o esporte;
Levantando a bola para o Mengão, o melhor de tudo é que hoje é dia também de erguer novamente uma Taça Guanabara, pois o Flamengo só depende de si para manter mais uma predominância em nível estadual para o debulhar de lágrimas dos rivais. Sem choro nem vela, o clube fez da primeira fase do Campeonato um laboratório e vamos levar o troféu para casa;
"Sorry, periferia"...da bola! - SUED, Ibrahim.
SRN!