terça-feira, 21 de abril de 2015

O fim da experiência


 


 

 Bom dia a todos os amigos do Buteco.

 
Por uma dessas ironias do destino, nosso querido amigo e colunista Luiz Filho não poderá publicar a coluna tradicional dele das terças feiras justamente quando o principal assunto do Flamengo é, mais uma vez, o treinador Vanderlei Luxemburgo.

 
Já antevejo alguns amigos pensando "lá vem aquele cara nos relembrar pela milésima vez que ele disse que não ia dar certo a experiência Luxa" e é exatamente isso que farei.

 
Não faço isso com nenhum gosto, no entanto, pois o fracasso do Luxa é também o fracasso do Flamengo e isso é algo inconcebível para qualquer rubro negro de verdade, mas a realidade está aí, nas nossas caras, inafastável.

 
O Flamengo joga um futebol pobre, sem imaginação, sem alma, burocrático. Vence, quando vence, sem convencer. Maltrata os nossos olhos, nos tira o prazer.

 
Antes de mais nada, evidentemente que a responsabilidade não é só do treinador: jogadores, comissão técnica (médicos e preparadores físicos em especial) e diretoria tem a sua parcela de culpa no péssimo rendimento do time até aqui mas, como figura centralizadora e onipresente que tenta ser, recai sobre o treinador uma parcela maior.

 
Oito dias atrás, exatamente no dia 13 de abril, nosso treinador foi ao programa de TV "Fox Sports Rádio Night" para falar, essencialmente, da proposta que recebeu de um outro clube, o São Paulo Futebol Clube, da visão dele de mundo e, se sobrasse tempo, do Flamengo.

 
Isso aconteceu 24 horas depois do time treinado por ele protagonizar uma das piores partidas decisivas já jogadas pelo clube em um passado recente, ficando por 90 minutos dando chutão, como um time de pelada, em um péssimo 0x0 diante do Vasco da Gama.

 
Luxa ignorou esse "detalhe" em sua entrevista, assim como tem ignorado os 270 minutos sem fazer gol, o destempero emocional da equipe, a falta de organização tática, as alterações sem sentido que faz, as constantes lesões...Luxa tem falado muito sobre tudo, menos futebol.

 
O Flamengo está longe de ser um clube perfeito e não vou me preocupar em listar os problemas do nosso clube que são sabidos por todos, mas o Flamengo hoje não é o Flamengo de Patrícia Amorim:

 
temos salários em dia, temos ordem, hierarquia, condições de trabalho boas (as melhores do Rio), recuperamos nossa credibilidade.

 
O treinador teve 3 semanas em um resort de sua escolha para preparar o time na pré temporada, amistosos para entrosar o time, a base que acabou 2014 jogando de forma competitiva mantida e reforçada e tudo isso para jogar um campeonato contra equipes de série B e o Fluminense pós Unimed.

 
Com tudo isso, não chegamos sequer a final e não jogamos uma grande partida.

 
Senhores, tudo na vida passa, e Luxemburgo passou, hoje é um vulto que vive do passado e do seu carisma, exercido sobre a paupérrima imprensa esportiva e os torcedores ingênuos que se deixam enganar pelo passado longínquo de glórias do treinador.

 
O Flamengo precisa e merece mais do que isso, merece e precisa de coisa melhor do que um "profissional" que passa a parte mais importante da temporada, até aqui, falando abertamente sobre a possibilidade de ir para outra agremiação enquanto o clube que o tem sob contrato e paga seu salário, agoniza com um futebol pífio.

 
Assim sendo, senhores, não há mais o que fazer senão atestar o óbvio: a experiência Vanderlei Luxemburgo, no seu quarto e, deus permita, último teste, deu errado. Novidade zero.