Salve amigos do Buteco,
O sinal amarelo acendeu! Mesmo o
Flamengo tendo vencido as últimas três partidas em que disputou (Nacional,
Friburguense e Volta Redonda), é nítido que o futebol praticado dentro das
quatro linhas não é bom.
Se contarmos as rodadas do
Carioca, a estréia na Copa do Brasil, os amistosos disputados contra o Shakhtar
Donetsk e Nacional, além do torneio Super Series, são 14 jogos na temporada,
com 10 vitórias, 3 empates e 1 derrota – um aproveitamento de 78,5%.
Apesar dos números serem positivos,
a grande maioria dos adversários que enfrentamos possui um futebol bem inferior
aos verdadeiros desafios que teremos ao longo da temporada no Campeonato
Brasileiro e nas fases decisivas da Copa do Brasil. Não podemos nos enganar!
Vejo muitos amigos comentando: “se
chegarem mais 3 ou 4 reforços, o Flamengo entrará para vencer qualquer
competição”.
Particularmente, prefiro não
contar com estes reforços e tento buscar alternativas com o grupo atual de
jogadores que temos. Até por que, quem seriam esses reforços? Será que corresponderão
dentro de campo? Sentirão o peso da camisa?
Futebol está longe de ser uma
ciência exata e um dos exemplos mais recentes é o tricolor paulista. Terminou a
temporada passada como vice campeão brasileiro, contratou bons nomes para o
elenco e vem tendo um início de temporada bem irregular com direito a duas
derrotas para o maior rival, vaias da torcida e todos os ingredientes de uma
boa crise.
Pensando nos jogadores que
atualmente vestem rubro-negro, entendo que o principal diferencial do grupo
está em quatro nomes: Marcelo Cirino, Paulinho, Everton e Gabriel. Todos são
jogadores jovens, habilidosos, velozes e que se movimentam constantemente
dentro de campo.
Em termos de potencial, vejo o
Marcelo Cirino como o nome mais forte, o Everton e o Paulinho bem parelhos e em
um degrau mais abaixo, o Gabriel. Nenhum deles pode ser considerado craque, mas
são bons nomes e coadjuvantes que renderiam em qualquer equipe brasileira.
Não necessariamente o Flamengo
precisa colocar os quatro em campo, mas a presença de todos faz com que o clube
possa ter opções dentro do elenco e contribui para não sentirmos tanto as
oscilações comuns que ocorrem devido a idade dos jogadores. Quer um exemplo?
Nesta última quarta o Cirino fez uma partida bem abaixo da média e a entrada do
Paulinho supriu muito bem esta perda.
Uma das maiores dificuldades que
o Luxemburgo vem enfrentando neste início de ano são as contusões. Somente
nesse início de temporada já tivemos o Pico, Samir e Nixon com lesões graves,
além dos afastamentos momentâneos do Eduardo, Gabriel, Arthur Maia, Caceres e Leo
Moura.
Todos estes nomes já foram
considerados em algum momento titulares e isso dificulta para o técnico criar
um padrão de jogo. Por outro lado, as contusões dão oportunidade dele avaliar
jogadores como Mugni, Jonas, Thalysson e Bressan, nomes que ainda não são de
total confiança do treinador e merecem ser melhor observados.
Claro que as contusões não podem
servir de desculpas para o futebol apresentado até o momento e vejo dois problemas
fundamentais no time: a compactação dentro de campo e os cruzamentos sem
objetivo.
Mesmo o Luxemburgo buscando
montar uma equipe moderna, percebe-se ainda um espaçamento grande entre as
zonas do campo e uma zaga muito recuada. Novamente tomamos um gol oriundo de um
chute próximo a grande área e isso precisa ser corrigido. Gostaria de ver o
Jonas participando mais dos jogos e o Marcio Araujo sendo substituído para
ontem.
Quanto aos cruzamentos, como o
time aposta em jogadores velozes que fazem muito bem os corredores do campo, é
normal vermos um dos laterais ou um dos “pontas” na linha de fundo cruzando
para área. Só que, não adianta nada o Flamengo cruzar 20 bolas durante o jogo,
se os atacantes de área forem Mugni, Gabriel, Marcelo...
Ou o Flamengo assume de vez esta
jogada e passa a escalar o Alecsandro como titular ou precisa mudar o estilo de
jogo. Sinto falta de cruzamentos rasteiros e jogadores aparecendo na entrada da
grande área prontos para chutar. Por incrível que pareça, um dos jogadores que
sabe melhor desempenhar esse papel é o Luis Antonio, vide o passe realizado
para o gol do Alec na última quarta.
Por último, para não dizer que
sou muito chato, o Luxa precisa urgente definir o posicionamento do Eduardo da
Silva. É nítido de que o croata não está confortável este ano e não o vejo
jogando como “camisa 10” e muito menos como um dos pontas. As principais
qualidades dele são posicionamento, finalização e cabeceio, fundamentos
suficientes para utilizá-lo como centroavante e deixa-lo sempre próximo a
pequena área.
Ainda há tempo para que seja corrigido
estes pontos e o futebol evolua dentro de campo, hoje as 16 horas teremos mais
uma oportunidade para demonstrarem esta evolução. A vitória hoje é obrigação e
aguardo com ansiedade o confronto contra o bacalhau.
SRN e bom final de semana a
todos!