Salve, Buteco! Eu não gosto de jogos oficiais festivos. Nem um pouco. Estreia de camisa, jogo de despedida de ídolo da torcida e ainda por cima no aniversário de 450 anos da cidade. Então perdoe-me quem pensa o contrário, mas o cenário era de muita festa, muita comemoração antecipada, e isso, no Flamengo, pela reverberação que costuma ter, dada a imensidão de sua torcida, raramente funciona. O efeito costuma ser inverso, qual seja, o de motivar intensamente o adversário contra o time de maior torcida na cidade, no estado, no país e no mundo, no estádio mais mítico e famoso da história do futebol, seu verdadeiro templo. De qualquer modo, explicar a derrota pura e simplesmente por esse ângulo seria por demais simplista e, por que não dizer, até mesmo obscurantista. Vamos então a alguns números e seu contexto.
Gosto dos números porque, como sempre faço questão de frisar por aqui, apesar de não dispensarem sua interpretação dentro do contexto em que são inseridos, inevitavelmente trazem uma carga de objetividade verdadeira, fria, crua, que muito me agrada porque, quando assimilada, ajuda a prevenir as perigosas e crueis derrotas causadas pela soberba ou pela ilusão, tão comuns no futebol. E por sinal, meus dois últimos textos falaram sobre números e a capacidade dos atletas para finalizar, um dos motivos que contribuíram, embora não exclusivamente, para a derrota de ontem. Não exclusivamente porque, claro, o jogo teve sua história no plano tático e, tanto nas finalizações do Flamengo, quanto no espaço cedido ao Botafogo no segundo tempo, as opções de Luxemburgo no intervalo tiveram influência decisiva no desfecho e no placar.
No primeiro tempo o Flamengo teve massacrantes 65% de posse de bola. Contando com uma boa estréia de Jonas na marcação como volante, o time chegava ao ataque com as aproximações de Canteros pela meia direita e Marcio Araújo pela meia esquerda, enquanto Marcelo Cirino, embora flutuasse pelo ataque, jogava mais pela direita, ao passo que Gabriel ocupava mais a ponta esquerda, sempre com o apoio dos laterais Léo Moura e Pará. Mas apesar de tão intenso o domínio do meio, na transmissão da Globo ouvia-se o Maestro Junior falando em um Botafogo mais objetivo nas conclusões (cinco vezes), contra um Flamengo que pouco concluía. Desde então já se tinha um problema de ordem tática na partida.
Chegando ao intervalo, a saída de Gabriel para a entrada de Arthur Maia alterou bastante o time taticamente. Arthur Maia passou a jogar pelo meio e Márcio Araújo voltou a desempenhar sua função de 2014, fechando o lado direito do campo em auxílio a Leo Moura. O jogo ficou mais aberto e o panorama favorável do primeiro tempo se foi: as incursões de Pará pela esquerda triangulando com Gabriel e Márcio Araújo, com Cirino, Canteros e Léo Moura (que fez boa partida) fazendo o mesmo pela direita; os lançamentos de Canteros para Cirino, os bons passes de Pará e o Botafogo quase totalmente neutralizado, tudo se perdeu. Com o jogo mais aberto, o Flamengo teve mais espaços para chegar, mas foi o Botafogo que continuou a criar as chances mais agudas e a obrigar Paulo Victor a trabalhar, o que levou Luxemburgo a trocar o inoperante Alecsandro por Eduardo da Silva, voltando Márcio Araújo para o meio e tentando restabelecer o contexto do primeiro tempo. Em vão. O Botafogo continuou mais perigoso, pouco importando a intensidade de volume de jogo que circunstancialmente o Flamengo tivesse.
Criou-se uma situação paradoxal: com Arthur Maia, que para mim entrou bem, o time ganhou em criatividade e velocidade, porém deu mais espaços ao Botafogo pelo posicionamento tático dos jogadores. Com Márcio Araújo pelo meio, apesar de ser um jogador que apenas se infiltra e faz boas triangulações, não sendo bom passador nem finalizador, o time marcava melhor e neutralizava o Botafogo, além de ofensivamente estar bem melhor coordenado taticamente. Como resolver esse dilema daqui para frente? Outro ponto é que nenhuma das formações, até aqui, resolveu o problema das finalizações. Aliás, 33 (trinta e três) cruzamentos errados para 3 (três) certos chega a ser um número obsceno e revelador da incapacidade da equipe em nível de articulação e finalização, seja pela bola aérea, seja por jogadas articuladas. Qual é a solução?
O período de festividades extemporâneas e atípicas termina na quarta-feira. Será que haverá mais foco a partir de então?
Bom dia e SRN a tod@s.
***
3 de Março
#ParabénsZico
"Louvemos
o poeta Zico que jogava futebol como se a bola fosse uma rosa
entreaberta a seus pés".
Assim
escreveu o saudoso jornalista Armando Nogueira, quando Zico fez seu
jogo de despedida no Maracanã em 1990. E como louvar o poeta da bola
que passou 18 anos com o Manto Sagrado, fez 509 gols em 732 jogos,
ganhou 3 Taças Rio, 9 Taças Guanabara, 7 Cariocas, 4 Brasileiros, 1
Libertadores e 1 Mundial? Vamos mostrar como!
Amanhã,
dia 03 de março, Zico completa 62 anos. Para milhares de apaixonados
esse é o dia do Natal Rubro-Negro! Zico é uma espécie de divindade
e por isso merece uma homenagem especial no dia do seu aniversário.
Para isso pedimos que cada torcedor saia de casa vestindo preto e
vermelho e não necessariamente com uma camisa do Flamengo, pode ser
uma blusa preta ou vermelha, fazer uma foto e postar nas Redes
Sociais (Facebook, Twitter Instagram) com as hashtags #ParabénsZico
#NatalRubroNegro ou #BemVestidonoNatal.
Vamos
vestir Rubro-Negro e parabenizar o nosso eterno Galinho de Quintino?