Salve, Buteco! Semana passada eu abordei a questão do artilheiro e o fato de que não precisaria necessariamente ser um centroavante ou "homem-de-área", ainda mais no futebol de hoje em dia, que valoriza cada vez mais a movimentação e a troca de posições no setor ofensivo. Como o nosso treinador Vanderlei Luxemburgo demonstrou, desde a Copa do Mundo/2014, grande entusiasmo em acompanhar de perto essas transformações do futebol mundial e aplicá-las no Flamengo, e como o seu trabalho tem desde então apresentado características modernas e também produzido resultados inesperados antes de sua contratação, resolvi avançar um pouco mais no tópico. Durante a semana, no Twitter, circulou uma imagem interessante com fotos de ex-atletas do Mais Querido considerados como seus maiores artilheiros recentes, levando em conta o número de gols marcados, o que me deu uma ideia para debater o assunto com vocês, já que dentre esses atletas se encontravam tanto centroavantes natos, como também atacantes, meias e até um lateral. Resolvi então selecionar alguns jogadores, porém acrescentando o número de partidas disputadas. Ressalto desde logo um importante aspecto: comparações esbarram sempre em dificuldades como épocas, times e sistemas táticos diferentes, além de condições de pressão e ambientes profissionais também distintos. Números tampouco levam em conta mudanças de posições que favoreçam ou prejudiquem a presença na área para arremate a gol ou quanto tempo de cada partida disputou e em qual posição, assim como o nível dos campeonatos e dos adversários, ou quem evoluiu ou entrou em decadência e a partir de quando. Todavia, via de regra os números de gols marcados e de partidas disputadas tendem a refletir em razoável medida a capacidade do atleta para executar o fundamento da finalização a gol. Vamos então aos nomes e aos números.
Alguns nomes do passado (década de 90 até o time atual): Adriano (46 g., 94 j.), Adryan (3 g., 48 j.), Airton (1 g., 110 j.), Alex (3 g., 12 j.), Aloísio Chulapa (8 g., 48 j.), Álvaro (0 g., 36 j.), Amoroso (5 g., 22 j.), André Gomes (6 g., 87 j.), André Santos (5 g., 93 j.), Andrezinho (13 g., 108 j.), Athirson (37 g., 253 j.), Bebeto (307 j., 152 g.), Beto (32 g., 177 j.), Bottinelli (10 g., 90 j.), Bruno (4 g., 234 j.), Bruno Barbosa (3 g., 13 j.), Bruno Mezenga (4 g., 32 j.), Caio Ribeiro (17 g., 83 j.), Caio (2002, 2005 - 0g., 22 j.), Carlos Eduardo (1 g., 49 j.), Charles Baiano (18 g., 29 j.), Charles Guerreiro (2 g., 254 j.), Denilson (4 g., 19 j.), Dênis Marques (6 g., 19 j.), Deivid (31 g., 99 j.), Diego Maurício (8 g., 79 j.), Diego Silva (2 g., 12 j.), Diego Souza (7 g., 39 j.), Diego Tardelli (6 g., 35 j.), Dill (0 g., 9 j.), Diogo (2004 - 6 g., 25 j.), Diogo (2010 - 1 g., 17 j.), Djair (1 g., 67 j.), Djalminha (28 g., 133 j.), Dimba (13 g., 37 j.), Edilson (51 g., 117 j.), Edmundo (9 g., 23 j.), Elias (10 g., 56 j.), Emerson (4 g., 27 j.), Emerson Sheik (11 g., 26 j.), Fabiano Oliveira (8 g., 49 j.), Fábio Baiano (41 g., 331 j.), Fábio Luciano (7 g., 93 j.), Fábio Júnior (0 g., 7 j.), Felipe (12 g., 87 j.), Fellype Gabriel (6 g., 63 j.), Fernando Baiano (16 g., 41 j.), Fierro (2 g., 92 j.), Gaúcho (98 g., 200 j.), Hernane (45 g., 87 j.), Ibson (35 g., 233 j.), Iranildo (34 g., 233 j.), Jael (6 g., 23 j.), João Paulo (4 g., 97 j.), Jean (32 g., 147 j.), Josiel (13 g., 30 j.), Juan Lateral (31 g., 256 j.), Juan Zagueiro (30 g., 246 j.), Juninho Paulista (14 g., 45 j.), Junior (76 g., 870 j.), Júnior Baiano (33 g., 337 j.), Kleberson (22 g., 136 j.), Leandro Machado (39 g., 102 j.), Leo Medeiros (10 g., 70 j.), Liédson (19 g., 45 j.), Lira (2 g., 26 j.), Lúcio Bala (23 g., 117 j.), Luizão (10 g., 24 j.), Magno (16 g., 76 j.), Maldonado (1 g., 76 j.), Marcelinho Carioca (49 g., 241 j.), Marcelinho Paraíba (10 g., 25 j.), Marcelo Moreno (5 g., 21 j.), Marcinho (17 g., 38 j.), Marco Aurélio Jacozinho (6 g., 47 j.), Marcos Assunção (7 g., 42 j.), Marcos Adriano (4 g., 101 j.), Marcos Denner (2 g., 13 j.), Marques (11 g., 66 j.), Marquinhos (28 g., 338 j.), Mattheus (0 g., 20 j.), Maxi Biancucci (7 g., 67 j.), Negueba (6g., 90 j.), Negreiros (4 g., 15 j.), Nélio (80 g., 348 j.), Nilson (23 g., 34 j.), Obina (47 g., 182 j.), Palhinha (3 g., 19 j.), Paulo Nunes (34 g., 156 j.), Petkovic (57 g., 198 j.), Piekarski (0 g., 13 j.), Rafael (11 g., 48 j.), Ramirez "El Tigre" (11 g., 32 j.), Reinaldo (47 g., 132 j.), Renato Abreu (73 g., 271 j.), Renato Augusto (11 g., 95 j.), Renato Gaúcho (68 g., 213 j.), Rodolfo (1g., 18 j.), Rodrigo Fabri (9 g., 44 j.), Rodrigo Mendes (31 g., 205 j.), Roma (23 g., 117 j.), Romário (204 g., 240 j.), Ronaldinho Gaúcho (28 g., 74 j.), Ronaldo Angelim (17 g., 285 j.), Sandro Hiroshi (0 g., 9 j.), Sávio (102 g., 265 j.), Roni (3 g., 21 j.), Souza (24 g., 74 j.), Thiago Neves (21 g., 57 j.), Toró (7 g., 171 j.), Tuta (12 g., 30 j.), Uidemar (8 g., 164 j.), Vagner Love (47 g., 81 j.), Val Baiano (3 g., 18 j.), Vinicius Pacheco (6 g., 88 j.), Walter Minhoca (0g, 19 j.), Wanderley (7 g., 25 j.), Willians (5 g., 181 j.), Wilson Gottardo (7 g., 135 j.), Zé Carlos (22 g., 66 j.), Zé Roberto (10 g., 45 j.), Zinho (66 g., 470 j.) .
Como se vê, diferentes jogadores, de distintas e em alguns casos distantes épocas e circunstâncias, e dos mais diversos níveis de categoria, alguns surpreendendo, outros decepcionando, uns correspondendo, outros deixando a desejar, alguns representando enorme sucesso de produção das categorias de base ou de política de contratações, outros um retumbante fracasso, muito embora os gols não sejam o único critério para avaliar seus desempenhos. O importante é que, comparando com os números do elenco atual (e aqui repito que é apenas uma referência, com todas as ressalvas já feitas, e não um julgamento ou comparação definitiva), não é difícil constatar que, de maneira geral, e claro que ressalvadas as honrosas exceções, o Flamengo, nas últimas duas décadas e meia, não tem sido exatamente feliz nas atividades de produzir e contratar artilheiros, quadro que permanece atual, na medida em que não dispomos de um grupo de atletas vocacionados naturalmente para o fundamento finalização.
Elenco atual: Alecsandro (24 g., 53 j.), Arthur Maia (1 g., 9 j.), Anderson Pico (2 g., 16 j.), Bressan (2 j., 1 g.), Cáceres (3 g., 78 j.), Canteros (3 g., 39 j.), Frauches (0 g., 21 j.), Márcio Araújo (3 g., 56 j.), Eduardo da Silva (10 g., 28 j.), Everton (17 g., 110 j.), Gabriel (12 g., 96 j.), Lucas Mugni (5 g., 43 j.), Leonardo Moura (47 g., 517 j.), Luiz Antonio (8 g., 150 j.), Marcelo (1 g., 21 j.), Marcelo Cirino (4 g., 9 j.), Nixon (14 g., 75 j.), Pará, (9 j., 0 g.), Paulinho (11 g., 75 j.), Samir (4 g., 65 j.), Thallyson (0g., 5 j.), Wallace (4 g., 108 j.).
A rigor, os veteranos Alecsandro e Eduardo da Silva têm os melhores números, enquanto Marcelo Cirino apresenta um começo promissor, não só pela estatística, como também pelo que vem demonstrando em campo, faltando apenas repetir o desempenho em confrontos de nível mais elevado, que exijam mais dele e da equipe. Éverton, que jogou muito tempo como lateral esquerdo em 2009, vem nitidamente elevando o seu padrão de jogo, inclusive por seu entrosamento com Marcelo Cirino, que advém dos tempos de Atlético/PR, porém é outro fator que dependerá de confirmação com o tempo e chegada de maiores desafios. Gabriel, da mesma forma, precisa demonstrar esse ano que a ótima fase no segundo semestre de 2014 não foi efêmera, Nixon que sua renovação não foi um erro e Paulinho que está recuperado da lesão, disposto a aprimorar o fundamento das finalizações e assim a subir de patamar.
Não temos um panorama definido, porém é fácil concluir que a longevidade de vários desses atletas no clube dependerá de como se adaptarão e sobreviverão a essas mudanças táticas e às novas exigências que acarretam. Apesar do conceito de não ter centroavante fixo ser atualíssimo e o ideal ser o time ter vários jogadores que executem a função de finalizar e marcar gols, não há como negar que, para o Flamengo alçar voos mais altos daqui por diante, Marcelo Cirino precisará de companhia a sua altura, ainda que alguns venham a ser esses próprios jogadores elevando o nível do seu jogo.
Nesse ponto, outra discussão que esses números viabilizam é o tipo de jogador que o Flamengo doravante deverá buscar no mercado, especialmente para o setor ofensivo. Não repetir erros do passado é fundamental. Reiterando que os gols não são e não podem ser o único e exclusivo fator a ser considerado, a vocação para marcá-los, em se tratando de um elenco que já não dispõe de muitas alternativas para essa função, deve necessariamente ser levada em conta. Apenas a título de ilustração, dois reforços de maior investimento tentados pelo Flamengo esse ano têm os seguintes números: Robinho: no Santos (2002/2005), 47 g./110j.; no Real Madrid, 25 g./101 j.; no Manchester City, 14 g./47 j.; no Milan, 25 g./108j., e no Santos novamente, 4 g./16 j. Montillo: no Cruzeiro, 23 g./89 j.; no Santos, 8 g./26 j., e no Shandong Lueng, 2 g./26 j. Dario Conca: no Universidad Catolica, 65 j., 13 g.; no Vasco da Gama, 30 j., 6 g.; no Fluminense, 111 j., 21 g.; no Guangzhou Evergrande, 65 j., 33 g.; no Fluminense novamente, 37 j., 9 g. E aí? Esses números animam?
Mais do que nunca, com a acertada decisão de enxugar o elenco e escolher a dedo as peças que o compõem, não se poderá mais contratar jogador pelo nome e montar o time e o esquema tático em volta dele, mas o contrário, ou seja, trazer o jogador que se adaptará ao clube, ao elenco, ao esquema tático e ao time, e com isso fazê-lo subir de patamar. Para tanto, claro, o time precisará marcar mais gols nas competições mais difíceis. A título de exemplo, trazer um excelente meia ou atacante que não tenha por característica finalizar bem certamente resultará no aumento de oportunidades de gol, mas o seu aproveitamento fatalmente sofrerá limitações proporcionais à qualidade que os jogadores que receberão os passes e lançamentos tenham no fundamento finalização. Trazer meias e atacantes que também finalizem bem, além de se encaixarem na proposta tática, é o que efetivamente subirá o time de patamar, e por isso é o grande desafio.
A rigor, os veteranos Alecsandro e Eduardo da Silva têm os melhores números, enquanto Marcelo Cirino apresenta um começo promissor, não só pela estatística, como também pelo que vem demonstrando em campo, faltando apenas repetir o desempenho em confrontos de nível mais elevado, que exijam mais dele e da equipe. Éverton, que jogou muito tempo como lateral esquerdo em 2009, vem nitidamente elevando o seu padrão de jogo, inclusive por seu entrosamento com Marcelo Cirino, que advém dos tempos de Atlético/PR, porém é outro fator que dependerá de confirmação com o tempo e chegada de maiores desafios. Gabriel, da mesma forma, precisa demonstrar esse ano que a ótima fase no segundo semestre de 2014 não foi efêmera, Nixon que sua renovação não foi um erro e Paulinho que está recuperado da lesão, disposto a aprimorar o fundamento das finalizações e assim a subir de patamar.
Não temos um panorama definido, porém é fácil concluir que a longevidade de vários desses atletas no clube dependerá de como se adaptarão e sobreviverão a essas mudanças táticas e às novas exigências que acarretam. Apesar do conceito de não ter centroavante fixo ser atualíssimo e o ideal ser o time ter vários jogadores que executem a função de finalizar e marcar gols, não há como negar que, para o Flamengo alçar voos mais altos daqui por diante, Marcelo Cirino precisará de companhia a sua altura, ainda que alguns venham a ser esses próprios jogadores elevando o nível do seu jogo.
Nesse ponto, outra discussão que esses números viabilizam é o tipo de jogador que o Flamengo doravante deverá buscar no mercado, especialmente para o setor ofensivo. Não repetir erros do passado é fundamental. Reiterando que os gols não são e não podem ser o único e exclusivo fator a ser considerado, a vocação para marcá-los, em se tratando de um elenco que já não dispõe de muitas alternativas para essa função, deve necessariamente ser levada em conta. Apenas a título de ilustração, dois reforços de maior investimento tentados pelo Flamengo esse ano têm os seguintes números: Robinho: no Santos (2002/2005), 47 g./110j.; no Real Madrid, 25 g./101 j.; no Manchester City, 14 g./47 j.; no Milan, 25 g./108j., e no Santos novamente, 4 g./16 j. Montillo: no Cruzeiro, 23 g./89 j.; no Santos, 8 g./26 j., e no Shandong Lueng, 2 g./26 j. Dario Conca: no Universidad Catolica, 65 j., 13 g.; no Vasco da Gama, 30 j., 6 g.; no Fluminense, 111 j., 21 g.; no Guangzhou Evergrande, 65 j., 33 g.; no Fluminense novamente, 37 j., 9 g. E aí? Esses números animam?
Mais do que nunca, com a acertada decisão de enxugar o elenco e escolher a dedo as peças que o compõem, não se poderá mais contratar jogador pelo nome e montar o time e o esquema tático em volta dele, mas o contrário, ou seja, trazer o jogador que se adaptará ao clube, ao elenco, ao esquema tático e ao time, e com isso fazê-lo subir de patamar. Para tanto, claro, o time precisará marcar mais gols nas competições mais difíceis. A título de exemplo, trazer um excelente meia ou atacante que não tenha por característica finalizar bem certamente resultará no aumento de oportunidades de gol, mas o seu aproveitamento fatalmente sofrerá limitações proporcionais à qualidade que os jogadores que receberão os passes e lançamentos tenham no fundamento finalização. Trazer meias e atacantes que também finalizem bem, além de se encaixarem na proposta tática, é o que efetivamente subirá o time de patamar, e por isso é o grande desafio.
Como sempre, a palavra está com vocês, mas gostaria de saber, dessa extensa lista de ex-atletas rubro-negros, quem deixou saudades e quem lhes dá mais arrepios e por quê. E claro, quem cairia como uma luva nesse time?
Bom dia e SRN a tod@s.
Bom dia e SRN a tod@s.