No dia de ontem o banco de Itaú fez uma projeção financeira dos principais clubes de futebol no Brasil para o ano de 2015. Ficou nítido que este ano será o último de “transição” para o Flamengo e que em 2016 começaremos a investir no clube em especial no futebol. Na coluna de semana passada, lhes relatei que o investimento no futebol seria executado e toda e qualquer sobra de caixa iria para a base. A notícia é ótima, pois se projeta um investimento na formação de atletas de alto nível, coisa que não tem ocorrido nos últimos anos.
Fatores interligados prometem um futuro alvissareiro, já que o planejamento vem sendo executado à risca. O discurso de austeridade e qualificação se faz perceptível neste momento de crise tanto da economia como um todo, quanto para os clubes de futebol do país. Vou tentar falar um pouco disso e o que penso para 2016, passando por 2015, lá na frente, com as bençãos de Pai Leru (grande personagem do Buteco) e a proteção do Manguito (animal de estimação da casa, amigável e defensor do interesses do Flamengo).
Não tem como não falar de eleições gerais no clube, as mesmas já começaram com certa unidade da oposição (vencida em eleição, em Dezembro/2014) e o isolamento de quem não é querido nem pela situação, nem pela oposição. O movimento de Delair (presidente do CoDe) em sua ambição em se tornar “eterno”, querendo deixar seu legado de modo no mínimo estranho na formatação de um Estatuto do qual ninguém sabe o teor, o texto, nada demonstra tal fato.
A saída de Bap da VP de Marketing criou um fato novo inesperado. Contudo, não consigo enxergar o que se avizinha em relação a resultados, mas enxergo que o projeto de um Flamengo austero permanecerá diante do engajamento e das cobranças internas. O Flamengo seguirá com os pés no chão, já que “a base do governo” mantém discurso e essência de austeridade como condição sine qua non. Essa é a sensação que tenho do momento sobre as eleições, mas sou “pato novo” na política do clube. Esperemos os próximos movimentos. O ano promete.
Em relação às dívidas de modo geral, é sabido que o clube trabalha de forma a reduzi-las. Elas são pagáveis, e em sua maioria são de longo prazo, como já salientei semana passada. Tenho a impressão que a votação da LRFE sai em 2015, portanto para 2016 as contas estarão mais equilibradas do que o projetado pelo clube para 2015 por este motivo. O Flamengo é amplamente favorável a votação da LRFE, que pode sim se tornar o “turning point” do esporte brasileiro, não apenas do futebol; e obviamente, do clube
Partindo diretamente para 2016, a soma que o Flamengo tem a receber da TV em 2016 se eleva em aproximadamente R$ 60MM. Isso provoca um verdadeiro temor nos adversários diretos, que souberam "surfar" no momento em que se achavam ou realmente estavam “equilibrados”, enquanto o Flamengo, mambembe desde a década de 1990, promovia austeridade e um acerto com o passado (Mesmo!), nos últimos dois anos. Antes da Procuradoria geral da Fazenda Nacional (PGFN) assombrar aos outros clubes, coisa que vem fazendo agora, apertou o Flamengo! E tivemos sorte! Foi no momento exato da vitória dos azuis.
As penhoras trariam asfixia financeira tamanha, que em maio de 2013 teríamos falido, mas não da boca para fora, nem com falácias, o Flamengo fecharia as portas por não ter como pagar a ninguém, a nada. A espanholização, que hoje é temida só se dará pela incompetência dos adversários. Não serei hipócrita em afirmar que R$ 60MM é dinheiro de pinga, mas não será pelas receitas de TV que o Flamengo dominará o mercado e se fará sentir gigante como nunca foi. Faltará aliar “domínio financeiro” ao técnico e isso não será fácil.
A projeção que faço já olhando o futebol especificamente é de um elenco bem construído, onde se invista nas carências, com critérios definidos para contratações que resolvam problemas do clube, somados a apostas interessantes. Em 2016 a soma de ganho esportivo com ganho financeiro tenderá a crescer qualitativamente. A folha salarial é de aproximadamente R$ 5,5MM contando com Felipe, deve subir para R$ 8MM com alguns contratos se encerrando como os de Alecsandro e Eduardo, por exemplo, que podem ser renegociados (ou não) e alguns penduricalhos de anos anteriores – previstos em orçamento – sendo incluídos como investimento (ex.: André Santos, Liédson, Ibson, Gonzales, Elano, Carlos Eduardo).
Essa “troca” de dívida por investimento e uma oxigenação natural do elenco pode incrementar a folha salarial em aproximadamente 3 a 4 MM de Reais por mês em folha, ou seja, sem contar com luvas de contratos livres ou valor em contratações em SEIS jogadores com salários de mais de 500 mil/mês. É nisso que tenho pensado, focado, para o futebol clube fora de campo, além do investimento em estrutura, que continuará e o investimento que será pesado na base à partir do ano que vem. Como prometido, e citado acima, a austeridade foi o tema da campanha azul em 2012, lembrando que voltaríamos a formar jogadores. Voltaremos! O objetivo é investir maciçamente na base já em 2016. Estou otimista. Que 2015 faça com que 2016 seja o ano!
PS1: Desculpem pela crise "hídrico-cerebral", não gostei do que havia escrito antes, portanto não publiquei. O que não significa que esse post tenha ficado uma maravilha. Isso não é uma desculpa.
PS2: O título do post e a "foto-título" são uma homenagem ao que o Gustavão postou pela manhã de hoje. Caiu como uma luva! Isso é uma desculpa. Rs! Desculpe-me pelo atraso, Butecada!