Distintos mulambos, já estava com saudade. Não exatamente de escrever, porque escrever pra mim é trabalho e nos meses com a letra “o” todo trabalho enche o saco. Estava com saudade era da muito peculiar sensação de saber que o que escrevesse seria lido por muita gente. É uma sensação muito boa. Por isso mandei essa letra pro camarada Rocco e pedi uma aba aqui no Boteco pra fechar o ano decentemente e não sair de cena como aqueles muquiranas que bebem com a gente a noite toda e na hora que chega a conta eles se malocam no banheiro. Se liga, povão, que agora o bagulho é sério. Esse é o meu último post do ano.
Vou poupa-los de retrospectivas, balanços e analises
chorosas sobre o moribundo 2014. Um ano em que não apresentamos nenhum brilho
no bárbaro esporte bretão além do carioqueta obrigatório não merece
classificação superior a regular e olhe lá. É daqueles anos em que podemos
dizer que o pior já aconteceu. Mas é tamanho o estado de depravação dos nossos
pobres clientes municipais, todos fudidos, mal pagos e de roupa feia, que até o
rubro-negro, esse ser humano humilde e avesso ao hábito de contar vantagem fica
um pouquinho marrento. É, meus amigos, enquanto o Mengão atravessa incólume a
retração mundial dos investimentos, os caras estão comendo pão com cocô. E
parece que nos próximos meses poderá faltar pão.
É muito engraçado ver a desgraça dos desgraçados, mas não
chega a compensar a nossa performance mixuruca no futebol. E pensando bem, mas
sem querer fugir à responsabilidade, a culpa do Mengão não estar sendo fuderoso
no grau, volume e intensidade que a torcida demanda, é um pouco desses
muquiranas, nossos co-federados na finada FFERJ. Ah, a FFERJ não morreu ainda?
Desculpem o ato falho. Por favor, me permitam explanar porque a culpa dos
nossos muitas vezes inexplicáveis moles é também dos dimenor.
Ora, meus amigos, já dizia Hermes Trismegistro (3 vezes
grande) na Tábua de Esmeralda, que o que está no alto é como o que está
embaixo. Ainda que vivamos em um sistema flamengocêntrico onde nosso
incalculável peso e nossa descomunal força gravitacional mantém coesa toda a
nossa galáxia, atraindo para a nossa órbita uma miríade de cometas, asteroides,
planetas menores e objetos não identificados
que se tornam os satélites que nos circundam ano após ano, nós precisamos
dos nossos satélites assim como a Terra precisa da Lua.
E assim como a Terra não ia se beneficiar em nada se a Lua
percorresse uma orbita errática e irregular a cada ano, o Flamengo também não
ganha muita coisa quando os 3 Patetas fazem das suas palhaçadinhas. O que - lamentável,
já está se tornando um hábito entre os camisa-feia. Todo ano tem um ou mais
passando vergonha. E o maior prejudicado quem é? É o Flamengo, ora! Que por não
ter adversários qualificados no seu próprio rincão sofre todo ano com a
defasagem técnica e física quando enfrenta os times do resto do país, onde os
rivais tem alguma vergonha na cara. A lição que tiramos disso é que na
vasquinha, no foguinho e no flor não se deve confiar. Eles é que precisam se
erguer sozinhos.
Mas dá pra esperar alguma coisa dos pobres diabos em 2015?
Não quero ser espirito de porco, mas acho muito difícil que eles consigam pagar
13 salários seguidos pros seus perebas. O que significa que teremos mais um
carioqueta sem vergonha, que não dá nem pra chamar de pré-temporada tamanha é a
indigência técnica dos nossos contendores. É por causa desse fim de barraco em
que se transformou o Carioca que o Flamengo deixa de ganhar uma boa grana
fazendo amistosos ou presença em eventos (uma indústria pujante que sustenta
muita gente) pra ficar jogando peladas tétricas em estádios vazios sob um sol
escaldante e sem cerveja. Fala sério, quem é que quer ver um troço desses?!
Olha. Só de pensar nessa porcaria de carioqueta perdi o
tesão de escrever. Vou meter uma mini-retrospectiva no último paragrafo e
estamos conversados. Se vocês acharem que faltou algum momento marcante escreve
aí nos comentários. Feliz ano novo pra todos.
Grande Momentos do Mengão em 2014
1.
Carioqueta roubado da vasquinha.
2.
Demissão de Ney Franco.
3.
Foguinho na B.
4.
Flamengo 7x1 Brasil.
5.
Adeus Unimed.
Mengão Sempre