Pensei em encerrar o ano
com uma reflexão sobre esse segundo ano da gestão EBM, dentro e fora de campo,
encerrando com algumas sugestões para 2015, que sempre faço questão de lembrar,
é ano eleitoral na Gávea.
Dentro de campo o ano foi
ruim. Chegou a dar a impressão de que seria péssimo, mas ficou só ruim mesmo. Aliás
ele começou ruim com o melancólico final da temporada 2013 e a virada de mesa
no Campeonato Brasileiro. Passou-se um ano inteiro e o clube vai deixando o
caso André Santos de lado, sem comentar o assunto até que ninguém mais se
lembre nem cobre alguma punição aos (ir)responsáveis.
Num segundo momento, houve
uma expectativa positiva com o início da Libertadores e os times reservas dando
conta do recado razoavelmente no estadual. A própria montagem do elenco recebeu
diversos elogios no começo da temporada e a coisa parecia que ia andar bem ao
longo do ano. Até aquele primeiro clássico do ano, 3 dias antes de um jogo no México,
após uma viagem de 15 horas. Ficou evidente para quem quisesse ver que o
Flamengo não havia entendido nem aplicado os conceitos de planejamento e
prioridade no departamento de futebol. Ou que no mínimo essas tarefas foram
delegadas às pessoas erradas.
A sequência do semestre
foi ladeira abaixo total, com um time que se apresentava pior a cada partida, e
quanto mais treinava, mais bagunçado ficava em campo. Acredito que o momento
mais triste foi quando enfrentamos um time boliviano que havia trocado de
treinador 2 dias antes e este nos deu uma aula de tática e organização em campo
em pleno Maracanã. A mudança era questão de tempo, mas mesmo assim, ela não
aconteceu no momento certo, talvez por conta da conquista do estadual.
O caso é que entramos no
campeonato brasileiro sem as reformulações no elenco e no departamento que já
se mostravam urgentes e o time continuou indo de mal a pior até chegar ao fundo
do poço, a lanterna do campeonato. Felizmente ainda era o primeiro turno e
havia, mais uma vez, tempo para mudar. Chegaram dois bons nomes que
qualificaram o meio e o ataque, Canteros e Eduardo, e o time começou a se
acertar e sair do buraco.
A meu ver, porém, a
mudança chave não foi simplesmente a troca de treinador, mas o surgimento de
uma voz de comando que os jogadores acataram. Já li e ouvi relatos de que o
grande mérito do Pelaipe era a imposição de disciplina que ele levou ao Ninho
do Urubu e desde sua saída, ficou bem clara a falta de comprometimento de
algumas peças do elenco.
O retorno do comando ficou
marcado pelo afastamento de alguns jogadores, notoriamente problemáticos, e a
cara do time mudou em campo. Se com Jayme e Ney, todos corriam desordenadamente
e havia mais buracos na defesa que em um queijo suíço, agora a coisa estava
diferente. Logo no primeiro jogo, ficou evidente que a postura havia mudado e
que o Flamengo não cederia mais gols por displicência na marcação. Foi essa “nova”
postura de seriedade e dedicação que tirou o Mais Querido da lanterna e logo
depois da “zona da confusão” como nosso treinador fez questão de chamar.
O alento parecia que ia
vir, como sempre, do mata-mata. A Copa do Brasil parecia se oferecer novamente
para o Flamengo como o grande catalizador das emoções que ficaram o ano todo
presas na garganta da Nação. Mas claro que para encerrar a temporada de maneira
condizente com o que foi o ano, tivemos ainda o vexame em Belo Horizonte.
Vexame que os jogadores, já relaxados com a classificação do time no meio da
tabela do campeonato brasileiro, fizeram questão de repetir dias depois.
No fim das contas, o saldo
acabou ficando no zero na minha opinião, concluindo a temporada de forma insossa
e com uma sensação de desânimo geral na torcida. Um ano futebolístico para ser
esquecido mesmo.
abraços a todos e SRN!