Buongiorno, Buteco! Em tempos de especulações a mil na imprensa esportiva sem assunto por conta do encerramento das competições oficiais brasileiras e do mercado aquecido com os clubes se movimentando para a montagem de seus elencos, nós, que acompanhamos o Flamengo, sofremos com a ansiedade provocada pelas limitações que temos nos gastos, decorrentes da programação feita para abatimento da dívida (programação que já teve notáveis resultados nos últimos dois anos), e com a impossibilidade de aproveitar algumas oportunidades que o mercado oferece para reforçar o elenco. Como é normal, voltamos frequentemente ao mesmo assunto: quais posições reforçar e quem contratar. Resolvi então dar uma olhada nos números do Campeonato Brasileiro/2014 e verificar se poderiam ajudar a Diretoria na tomada de algumas dessas decisões.
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Após dar uma olhada mais atenta na classificação final da Série A do Campeonato Brasileiro/2014, confesso que me surpreendi com alguns dados. Gostaria de começar pelo ataque: terminamos o campeonato com o sétimo mais positivo, com 46 (quarenta e seis) gols. A título de exemplo, isso significa 2 (dois) gols a menos do que o Corinthians, quarto colocado e classificado para a "Pré-Libertadores" com 17 (dezessete) pontos a mais (!); 13 (treze) gols a mais (!) do que o Grêmio, sétimo colocado com 9 (nove) pontos a mais e que até as últimas rodadas disputou vaga na Libertadores (!), e 5 (cinco) gols a menos do que o Atlético/MG, quinto colocado com 62 (sessenta e dois) pontos, campeão da Copa do Brasil, e 6 (seis) gols a menos do que o Internacional, terceiro colocado, classificado para a Libertadores com 17 (dezessete) pontos a mais, ambos supostamente com elencos infinitamente superiores e que nos golearam durante o campeonato.
Os números da defesa é que são contundentes e ensejam uma profunda reflexão: o Flamengo, senhoras e senhores amig@s do Buteco, teve nada menos do que a quinta pior defesa do campeonato. Isso mesmo, a quinta pior! Piores do que o Flamengo foram o seguintes times: Criciúma, Palmeiras, Botafogo e Vitória. O Figueirense igualou a façanha. Saíram-se melhor, prestem bem atenção, Chapecoense, Bahia e Coritiba. É só checar na tábua de classificação logo ao lado.
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Não vou nem começar a dizer que o setor de criação e finalização não precisa ser reforçado. Vejam bem, 47 (quarenta e sete) gols significam 20 (vinte) gols a menos do que o Cruzeiro, 14 (quatorze) a menos do que o Fluminense e 12 (doze) a menos do que o São Paulo. Então pode-se dizer que, sim, há o que melhorar e reforçar nesses setores. Além disso, os números não são absolutos e eu preciso ser coerente: em mais de uma coluna escrevi que faltam a esse time jogadores decisivos como foram Elias e Hernane em 2013. Todavia, acho que, pelo desempenho da equipe em 2014, para reforçar o elenco o nível de exigência do meio para frente precisa ser maior do que nos anos anteriores e isso necessariamente exige que a Diretoria seja cirurgicamente precisa nas contratações. Sigo na opinião de que, especialmente nesse setor, a margem de risco precisa ser menor.
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Já em relação ao sistema defensivo, eu penso que sua reestruturação deva ser até mesmo a prioridade do time. Primeiro porque, por questão de lógica, um time deve ser montado da defesa para o ataque. Segundo, porque os números evidenciam essa necessidade, a qual eu, particularmente, entendo que se reflete em todas as posições, com a exceção, talvez, do goleiro. Aqui, pela necessidade, a margem de risco provavelmente terá que ser maior.
Começando pelas laterais, acho que ninguém negará que há uma deficiência na parte de marcação. A zaga, ao meu ver, tem em Wallace um jogador de nível técnico limitado, o qual, porém, consegue ser efetivo quando está na plenitude de sua forma física e com ritmo de jogo, o que não ocorreu nas semifinais da Copa do Brasil por força da recuperação da contusão. Mas é pouco, e ao seu lado, temos a inconstância de Marcelo e também de Samir, jovem com inegáveis qualidades técnicas, porém aparentando ainda não dedicar suas atenções 100% para a carreira. Finalmente, é preciso decidir se Frickson Erazo terá outra chance em 2015 ou não. Talvez seja o caso de esperar por mais um semestre. O que acham?
Começando pelas laterais, acho que ninguém negará que há uma deficiência na parte de marcação. A zaga, ao meu ver, tem em Wallace um jogador de nível técnico limitado, o qual, porém, consegue ser efetivo quando está na plenitude de sua forma física e com ritmo de jogo, o que não ocorreu nas semifinais da Copa do Brasil por força da recuperação da contusão. Mas é pouco, e ao seu lado, temos a inconstância de Marcelo e também de Samir, jovem com inegáveis qualidades técnicas, porém aparentando ainda não dedicar suas atenções 100% para a carreira. Finalmente, é preciso decidir se Frickson Erazo terá outra chance em 2015 ou não. Talvez seja o caso de esperar por mais um semestre. O que acham?
Completo a radiografia do sistema defensivo identificando a necessidade de um bom volante reserva para o nosso querido Victor Cáceres, um dos melhores jogadores do time em 2014, mas que, seja por algumas contusões, seja pelos cartões oriundos do excesso de ímpeto dentro de campo, com alguma frequência acaba se ausentando da equipe, cujos rendimento e aproveitamento comprovadamente despencam quando isso acontece.
O saldo, ao meu ver, é claro: eu contrataria mais um zagueiro e um volante de bom nível, e reforçaria muito bem essas laterais com jogadores que soubessem marcar. Nas laterais a reformulação parece ter começado com as dispensas de Chicão e de João Paulo, o que para mim foi uma medida importante, dadas as suas limitações defensivas, mas não dá pra esperar nada de Frauches, de Fernando, que até aqui nada mostraram, ou de Thallyson, uma simples aposta, ao menos por enquanto. Léo deve certamente ser uma das peças em 2014, mas como Leonardo Moura tem dificuldades sérias na defesa por conta da idade, a indefinição a respeito de sua renovação em nada ajuda. Sobra um Anderson Pico aparentemente revigorado e empolgado.
Hoje, portanto, o quadro é do setor mais fraco do time em 2014 em plena reestruturação e repleto de indefinições.
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É aí? Concordam? Como sempre, a bola está com vocês. Digam o que pensam a respeito do polêmico assunto.
Bom dia e SRN a tod@s.