segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Tá Ruim, Mas Tá Bom

Salve, Buteco! Mais um empate. Mais uma vitória que escapou com o time sendo superior ao adversário. É fácil recorrer ao argumento da limitação técnica do elenco, do desfalque dos dois melhores jogadores do time, um deles durante a partida, mas acho que, tal como ocorreu quarta-feira, contra o Palmeiras, a falha no gol do adversário era totalmente evitável. Ora, onde já se viu deixar um centroavante que disputou duas Copas do Mundo e com ótimo retrospecto no clássico sozinho na grande área para cabecear? Ok, tudo indica que pode ter havido irregularidade no lance, mas isso não justifica deixá-lo cabecear sem marcação. A frustração aumenta ao lembrarmos que havia grande preocupação pelo desfalque de Canteros no meio de campo, mas o que se viu foi o Flamengo dono do jogo, "propondo o jogo" (para usar um dos jargões citados na coluna de ontem), até Eduardo, autor de um gol de matador, sair contundido. Até ali, o Flamengo, nas palavras do secador Juninho Pernambucano, era melhor e parecia "mais ligado". E tanto estava que Eduardo superou dois zagueiros na raça e na perseverança para abrir o marcador. Mas após sua saída o Flamengo não conseguiu mais levar perigo nem criar ofensivamente. Mugni entrou completamente perdido e sem achar posicionamento em campo. O Fluminense então cresceu na partida, chegou ao empate e terminou o primeiro tempo melhor. Voltou também para a segunda etapa controlando a partida. Foi um momento de grande tensão. Luiz Antonio, que surpreendera com uma atuação vibrante na primeira etapa, parecia que não havia voltado para o segundo tempo. O setor direito da defesa ficou exposto e ali o Fluminense só não virou porque Paulo Victor fez uma defesa excepcional em uma finalização de Fred dentro da área.

A entrada de Gabriel foi a grande cartada de Luxemburgo no segundo tempo. A partir de então, o setor defensivo direito voltou a ficar protegido (lembrando que Márcio Araújo jogou como segundo volante pelo meio) e o time ganhou o meio de campo. O Fluminense não mais ameaçou até o final da partida. Bem que o Cristóvão tentou mexer no meio de campo, mas não adiantou. A propósito, gostei, ideal e taticamente, do trio que Gabriel, Mugni e Éverton fizeram, com bastante velocidade e movimentação. O argentino, a partir de então, acabou se achando em campo, mas infelizmente a extrema limitação técnica, principalmente dele e de Gabriel, impediu que o domínio do Flamengo, restabelecido a partir daquele momento, viesse a se transformar novamente em vantagem na partida. Ficou então um sentimento de frustração, de que algo mais poderia ter sido conquistado.

***

Se Éverton soubesse finalizar, se Mugni não fosse tão confuso em suas opções na hora do passe, se Gabriel conseguisse chutar em gol com um mínimo de força e tivesse mais objetividade, se Elton estivesse em forma, se Alecsandro estivesse mais leve, chegando melhor nas jogadas... Não discordo de qualquer das críticas que foram feitas aos jogadores que entraram ontem, sob o aspecto técnico. Tenho sérias dúvidas, porém, em relação às críticas quanto às substituições. Tudo bem, talvez o ideal tivesse sido um atacante ao invés de Mugni no lugar de Eduardo. Mas aí significaria Arthur ou Nixon em campo. Faria tanta diferença assim? E Negueba e Mattheus nos lugares de Gabriel e Mugni? Garantia de sucesso? Até acho, por exemplo, que não há justificativa visível para apenas Arthur ser relacionado para as partidas e Nixon invariavelmente ser preterido, pelo singelo fato de Arthur não haver produzido algo que justifique essa predileção. Ao mesmo tempo porém, não consigo transformar esse assunto em um "cavalo-de-batalha", a exemplo do que ocorre com Negueba, Mattheus e qualquer outro reserva do elenco, pois todos esses jogadores acabam por apresentar o mesmo rendimento instável e pouco produtivo. Entretanto, e feitas todas essas ponderações, talvez fosse melhor alguma variação, até para ver se algum "engrena", como ocorreu com Luiz Antonio ano passado, antes de se dedicar a outros interesses extracampo, se é que vocês me entendem...

O certo é que o elenco é miseravelmente limitado no aspecto técnico e haverá que ser amplamente reformado nesse ponto ano que vem. É bom nos lembrarmos desse aspecto e do estágio no qual Luxemburgo o encontrou para não sofrermos e nem criarmos expectativas desmedidas até o final do ano.

***

Últimas observações a respeito do time: achei que Elton se posicionou fixo no ataque e Alecsandro se movimentou bem mais, tentando dar opções. Não sei se é a melhor função para ele, pois, com 33 anos, Alecsandro não tem mais a velocidade de antes. A alta média de idade do ataque é um dos pontos negativos do time, mas a falta de opções ao menos do mesmo nível de qualidade deixa o Luxemburgo sem alternativas. Já na defesa achei que Chicão e Wallace fizeram uma partida desatenta, dispersa, algo que pode ser fatal na quarta-feira e por isso não deve ser repetido.

Achei também que o time sobrou fisicamente. É interessante observar que o time do Fluminense tem dois veteranos no time - Conca e Fred -, enquanto o Flamengo tem Leonardo Moura, Chicão, Eduardo da Silva e Alecsandro. Mesmo assim, o time foi muito melhor na parte física. Essa foi a grande contribuição da comissão técnica de Ney Franco.

***

Falando nos dois próximos compromissos, contra dois outros tricolores, a volta de Canteros deverá devolver a qualidade que faltou ao meio de campo. Resta torcer para Eduardo estar em plenas condições. A maratona de jogos não é fácil. É preciso toda atenção, especialmente com nossos principais jogadores.

Para finalizar, manteriam o time para quarta-feira, inclusive o ataque e a zaga? Mandem suas escalações!

Bom dia e SRN a tod@s.