quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Marketing às avessas
A questão relativa aos valores dos ingressos para os jogos do Flamengo é de fácil identificação e sempre de difícil aceitação os aumentos adotados para fazer gerar receitas compatíveis com os custos que os eventos alcançaram no somatório de todos os insumos envolvidos numa simples partida de futebol;
Porém, definitivamente, os dirigentes precisam captar o conceito segundo o qual os rótulos e as embalagens dos estádios brasileiros foram trocados após as construções das chamadas arenas e as reformas efetuadas em outros complexos como o do Maracanã, mas o conteúdo do seu frequentador permaneceu o mesmo de antes da realização da Copa das Confederações, em 2013. Em consequência, estabeleceu-se um desnível que afastou o povão das novas praças de esportes, por não suportar os novos preços praticados, deixando para fazer o sacrifício financeiro nos espetáculos de grande apelo;
Ninguém precisa ser engenheiro para verificar que uma parede sofreu uma grande inclinação graças ao impacto de um veículo em velocidade e, provavelmente, vai desabar sobre alguém ou algumas coisas, também não precisa dominar a arte da marcenaria para constatar que uma cadeira está mal feita com uma de suas pernas muito menor que as outras três, o que a leva a uma perigosa instabilidade e tampouco ser especialista em marketing para concluir que a condução do problema referente aos bilhetes segue em caminho errado;
Daí que, até para um leigo no assunto, soa como traição à torcida rubro-negra baixar os seus preços quando o clube está enfiado na lama, dentro da Zona de Rebaixamento, e aumentá-los assim que o time consegue colocar a cabeça para o lado de fora do atoleiro em que foi enfiado, caracterizando com essa iniciativa uma incompreensiva atitude intempestiva, que representa um verdadeiro tiro nos próprios pés e levando à falta de credibilidade em futuros empreendimentos que careça do apoio daqueles que são a nossa perene riqueza, os milhões de fans mundo afora;
Existem limites para a insensatez, que mina a paciência do torcedor comum, parcela considerável da massa flamenga. Nos últimos dois anos ficou evidenciado que a galera não pode e não tem condições de ser tratada como cliente, devendo-se manter uma relação de paixão com ela para encher os estádios, aliás, as arenas, e levar com apoio no clamor popular o time às necessárias vitórias e, em consequência, aos títulos, no aproveitamento da série de fatores positivos que formam a essência secular do Mais Querido;
De acordo com essa realidade, fortunas provenientes das receitas de bilheterias devem ser uma rubrica do balanço financeiro com média prioridade, pois através das conquistas do futebol elas poderão ser compensadas de outras formas em virtude do crescente interesse gerado em potenciais parceiros e patrocinadores;
O futebol está caro em todos os aspectos, mas não adianta cobrar do torcedor o que ele não pode pagar, perdendo-se a imprescindível pressão exercida pela "casa cheia" nos jogos nos quais o clube detém o mando de campo;
Cabe ao marketing do clube assimilar essa situação e ser mais criativo na geração do ouro amplamente prometido na campanha para as eleições, em 2012.
***Nas duas últimas quartas-feiras, os amigos desfrutaram dos inteligentes textos do companheiro Bcbfla, a quem agradeço publicamente a gentileza de me substituir com sua categoria de um meia-armador talentoso, lançando e chegando à grande área do Buteco para concluir em gol com sua habitual classe. Um grande abraço, Bca.
SRN!