Sejemos cinseros e analfabéticos: há uma semana, o Mengão despachou o Coritiba pela Copa do Brasil num jogo emocionante, disputado perante um público basto e vibrante. Mata-mata é duca-duca, não? Já os pontos corridos do Brasileirão são, cada vez mais, partidas de xadrez cujos cronômetros não param quando os jogadores estão pensando, até porque estes não costumam pensar.
Dito isso, reafirmo aqui a minha fanática preferência pelo mata-mata, que me dá mais pelo meu dinheiro. Sem falar que o estilo do Flamengo se adapta melhor ao tudo ou nada da Copa do Brasil do que à poupança de pontinhos do Brasileirão.
Cenão vejemos e erremos: se no Brasileirão, a ambição dos clubes é o G4, que dá direito ao prêmio de consolação de participarem da Libertadores, no mata-mata, a luta sangrenta é pelo G8, a fim de competirem pelo título da própria competição, caramba!
E outra: o mata-mata está em rara sintonia com o momento atual, em que tem maluco crucificando e arrancando cabeça com facas de cozinha lá do outro lado do mapa. O mata-mata é pós-moderno. O mata-mata mata o tempo, mata até o torcedor.
“Mas, seu grande imbecil”, dirá o leal detrator, “os pontos corridos são mais justos”. Claro. Quando foi que eu disse o contrário? Justíssimos. Só que a vida não é justa, pelo menos não a minha. O mundo lá fora é injusto bagarai: é gente ficando gorda e careca, é político roubando e cumprindo pena em casa, é filho sacando mais de informática que o pai... E se a vida não é justa, por que cargas-d’água um esporte, uma diversão, um universo à parte onde aqueles que têm um pouco de grana sobrando se refugiam por algum tempo pra se esquecer dos fracassos e até dos sucessos precisa ser? Quando você vai ao cinema, ó detrator, o final do filme precisa ser equânime? Ou você privilegia a adrenalina, o riso, as lágrimas e a quantidade absurda de pipocas agindo loucamente dentro do seu sistema durante aquelas duas horas mágicas?
De todo modo, caso aceitemos a máxima do “ah, mas o futebol é diferente”, pergunto: as arbitragens nos pontos corridos são mais justas que no mata-mata? E o STJD? Ora, às vezes temos a impressão de que se o jogo fosse jogado novamente, com um árbitro diferente, o resultado seria outro! Cada juiz tem o seu critério, inclusive o de não marcar faltas para que o jogo fique mais fluente e dinâmico...
Mas, vem cá: falta não é falta?
Onde, justiça?
Pegue o exemplo do emocionante NBB. Na hora do vamos ver, é mata-mata. Aliás, no basquete nem é mata-mata. Como são cinco partidas decisivas, é um mata-mata-mata-mata-mata. Só que, pra disfarçar, eles meteram um nome americano bacana, “playoff”, e aí até o mais ortodoxo dos “pontocorristas” passou a achar a fórmula maravilhosa.
Não quero me prolongar no tema porque ainda nem jantei, mas finalizo com uma pitada de audácia, sugerindo que além da Série A, a Série B também seja beneficiada com a adoção do mata-mata, para que seus torcedores também possam ter um pouco de divertimento na vida.
Só que lá no andar de baixo o mata-mata se chamaria morre-morre.
Duplex Toc Zen
1 - Eu? Preocupado com rebaixamento?: No turno, fizemos 25 pontos sabe-se lá como. No returno, basta repetirmos essa campanha pífia.
2 - O Flamengo sairá da lama de ponto em ponto, sem necessidade de tapetão: Até porque na única vez em que precisamos do tapetão pra alguma coisa ele acabou nos roubando o título legítimo de 87.
3 - E já tem gente por aí dizendo que a terceira camisa é pé-fria: Então que seja aposentada, e que faça uma quarta, ora!
4 - E o Alecquasegol agora deu pra tentar bicicleta em todos os jogos: Já tá merecendo uma pedalada na orelha.
5 - O dedo do treinador: O Luxa transformou um grupo desacreditado num grupo inacreditável.
6 - O elenco do Botafogo não deve nada aos outros: Só deve ao Sheik, que pelo menos tem parcelado os empréstimos em 12, 24 e 36 vezes, a uma taxa de juros pra lá de camarada.
7 - Calúnia também é cultura: Já que estamos falando de futebol brasileiro, recomendo fortemente a série italiana “Gomorra” sobre a máfia napolitana. Top de linha, para poucos.
8 - Venho pensando muito numa coisa após a classificação fantástica na Copa do Brasil: O Flamengo e o Maracanã possuem uma química quase tão poderosa quanto o FluminenC e o STJD.
9 - O Maricon, digo, Maicon sempre soube chegar ao fundo com estocadas fortes e precisas: Só foi cortado da Seleção porque começou a embolar com o Elias.
24 - Deu foi sorte: Imaginem a mírdia escrotiva paulicha se o Elias jogasse no São Paulo.
11 - Quando o Mengão tava vencendo por poucos gols de diferença, a galera chiava. Agora, tá perdendo por placares mínimos, e a galera continua reclamando: Vai entender cabeça de torcedor...
12 - Após mais de um ano sóbrio, Joel teve uma recaída: Aceitou o convite pra treinar o Vasco.
13 - Twitter Cassetadas da semana (em tempo real só em @rubionegrao)
"Destaque pro Chicao que botou o Alex em uma cadeira de rodas pra ele nao poder bater penalti." - Gabrielei Luxemburgo, @ButecodoMengo
Everton fazendo muita falta contra o Grêmio.
Zico, então...
Prevaleceu a estratégia do cada vez mais moderno Felipão: muitas faltas, cera, e tentativas de conta-ataques.
Mas o Mengão está muito vivo.
Calma: se o Felipão rebaixou o Palmeiras, pode muito bem rebaixar o Grêmio.
Agora o Grêmio também ficou famoso por causa de racismo, porque antes já era muito conhecido por causa de calotismo.
O Felipão está implantando um futebol moderno no Grêmio, à base do novíssimo rodízio de faltas e da revolucionária cera.
Te cuida, Dunga!
"O Mugni me parece aquele cavalinho quando nasce, que pula, dispara, freia e não vai a lugar nenhum..." - @RFERMO, @ButecodoMengo
E o Vasco já está em 4º no B4, seguido de perto pela Ponte Preta e América-MG.
Bem que eu estranhei quando me falaram que o Maicon tava comendo a bola.
Que bola uma ova.
"Vasco derrota o Luverdense no retorno de Joel."
Tô falando que com Joel não vão cair...
Não sei se com Cáceres em campo o resultado teria sido diferente. Mesmo assim, repilo essa babaquice de "seleções", que só enriquece a FIFA.
Perdemos outra, mas agora temos um time. Apenas regular, admito, mas bom o bastante pra não depender dos STJDs da vida.
Acho o Gabriel um inútil.
Pronto, falei.
E nada mais faço. Não pelo salário que ganho.
(Ás do quinta-colunismo esportivo, Rúbio Negrão, vulgo Rubro-Negão Trolhoso, vulgo RNT, é cria dos juniores do blog da Flamengonet, e aceita doações de camisas oficiais novas do Flamengo no tamanho G.)