Vanderlei Luxemburgo conta com o meu apoio para treinar o Flamengo nessa fase crítica que o clube vive no Brasileirão por considerá-lo o nome mais adequado para o jogo pesado com os boleiros, pelos predicados do treinador que o momento exige. O planejamento feito para o ano há muito que foi literalmente para o espaço, estamos apagando um fogo recorrente e já fartos de vê-lo, além de executar o que foi planejado com as labaredas lambendo os nossos sapatos nunca acaba bem. O melhor caminho é o da psiquiatria, primeiro acalma-se o paciente, às vezes, com doses cavalares de remédios, depois trata-se de recuperá-lo para levar uma vida normal;
Porém, uma de suas características me incomoda bastante, a das metas por ele estabelecidas. Se por ventura está começando o Campeonato,
espalha aos quatro ventos que o objetivo é ganhar uma vaga na Libertadores. Ora, jamais entrei num jogo para ganhar um prêmio de consolação, nunca fui para uma prova senão com o objetivo de gabaritar a mesma e levar uma nota 10 da banca, embora raras vezes tal evento tenha acontecido, confesso, já que em minha vida ganhei mais notas medianas nos testes e provas a que me submeti do que a nota máxima, mas não nego que sempre entrei no certame tentando acertar tudo de uma ponta a outra, mas então ocorreram os desvios e o meu alvo de perfeição não foi atingido;
No início da semana estive numa concessionária de automóveis e por acaso me deparei com uma placa instalada, no salão principal, com dizeres comuns nessas empresas:
"Meta de satisfação dos clientes para o mês - 100%
Média de satisfação dos clientes no dia - 95%".
Evidentemente que os empresários têm ciência de que a perfeição não será atingida, considerando os desvios previstos e imprevistos do ser humano, da conjuntura econômica e de toda uma série de fatores que influenciam o dia a dia da vida empresarial;
No ato lembrei do Luxa e seu declarado objetivo no momento atual do Flamengo, que é o de ganhar 50% dos pontos a serem disputados e manter-se na elite do futebol brasileiro. Ora, faça-me o favor, quem entra para vencer a metade da disputa, acaba levando menos disso e condiciona os jogadores ao vencerem uma partida raciocinarem involuntariamente que podem perder a outra, exatamente como se encontra o técnico no dia de hoje, com uma vitória e uma derrota nas costas;
Assim, pelo padrão Luxemburgo de expectativas, o Flamengo vencerá o Sport e poderá perder, a seguir, para o Coritiba ou vice versa, sem choro nem velas, pois estará sobre a curva da projeção realizada pelo "professor" atendendo a sua zona de conforto, obviamente;
O Flamengo tem que manter o foco em entrar em campo para ganhar os 75 pontos restantes se quiser levar para a Gávea pelo menos uns 45 ou 50 pontos. O resto é conversa para boi dormir e justificar o possível fracasso da missão.
SRN!
