quarta-feira, 30 de julho de 2014
Adrenalina, o combustível do Flamengo
Peço licença aos amigos para reproduzir um trecho da coluna da semana passada: "Desde a primeira derrota no atual Brasileirão que parte da torcida, ressabiada na condição de gato escaldado, se refere a um possível rebaixamento. Alguns mais açodados chegam a determinar: "Agora vai cair!" como se estivessem diante de um exato problema de matemática de fácil resolução prevista nos livros do inesquecível professor Ari Quintela. Replico eu: Vai nada. A temperatura subiu e como nas antigas panelas de pressão desde os tempos das nossas avozinhas, a carga subiu proporcionalmente e daí vem a salvação;
Infelizmente funciona assim, no estresse e no limite, cujo ponto se ultrapassado é capaz de derrubar o presidente do clube. Não precisava ser desse modo para que as providências necessárias à realização de uma boa campanha fossem adotadas. Com a eleição dos azuis, cheguei a pensar que essa era uma fase que tinha ficado para trás, mas ainda não ficou e parece que vai demorar a chegar até lá...";
Nenhum embasamento científico para chegar à conclusão acima, apenas anos de rodagem com esse clube que utiliza o estresse como fonte de energia primária para o seu bom funcionamento. Assim, com o botão da grande reatividade acionado pela indignação geral dos rubro-negros, em apenas sete dias, Ney Franco foi demitido, Wanderley Luxemburgo readmitido, o goleiro Felipe barrado, seu reserva Paulo Victor promovido, André Santos afastado, João Paulo assumiu a lateral-esquerda para fazer o ótimo cruzamento para o gol da vitória no domingo, quando o Botafogo foi abatido e o Flamengo abandonou a lanterna do Campeonato Brasileiro para, quem sabe, decolar definitivamente rumo à metade de cima da tabela do Brasileirão;
Por que não entrar sempre, no certame, pilhado positivamente é a pergunta que fica. A cada ano, já é sabido antecipadamente, pela diretoria, que vai dar erro empurrar com a barriga os problemas que levam o time à Zona do Rebaixamento. Por sua vez, os jogadores são PHD no inferno em que se transforma a Gávea se fizerem corpo mole nas partidas ou se "entrarem em campo desmotivados", como os próprios costumam dizer. É pressão por todos os lados, como se fosse a atmosfera a envolvê-los, permitir que o Flamengo seja um passageiro vizinho do rebaixamento à Série B;
Por isso não cai, a reação da torcida é um míssil, dos ex-presidentes ao torcedor mais humilde, sendo dispensável agir com a desnecessária e covarde violência. A manifestação sadia na véspera do sucesso na partida contra o Botafogo foi um recado de que estamos juntos, desde que haja indícios de resposta em termos de luta sem entrega no rumo das vitórias;
Os envolvidos sabem que a austeridade financeira, no momento, é preciso. Que saibam também que é indispensável manter-se do meio da tabela pra cima. Nenhuma novidade para qualquer torcedor de arquibancada, da TV ou do radinho de pilha.
SRN!