Uma das coisas mais legais
da copa do mundo é a possibilidade de se assistir o confronto e o intercâmbio
de estilos e conhecimentos entre as diferentes escolas de jogo. Nessa copa,
talvez mais do que nunca estejamos vendo grandes exemplos da mescla de estilos.
A mudança efetiva na forma de jogo parece ter chegado mesmo até a escolas
tradicionais como a italiana que parece ter abandonado o jogo defensivo partindo
para um estilo mais calcado na posse de bola cadenciada sob comando do maestro
Pirlo.
Uma outra grata surpresa
para mim foi ver o time da Suiça, outrora conhecido como “Ferrolho” buscando a
vitória até o final contra o Equador e efetivamente conseguindo vencer aos 48
minutos do segundo tempo. Aliás, essa jogada foi uma das que mais me
impressionou até aqui, pelo fato de o jogador ter sido derrubado –
violentamente até – mas prosseguido na jogada, que terminou no gol da vitória.
Foi um gesto de luta e garra com uma determinação típica das escolas
sul-americanas.
Gostaria de chamar atenção
também para as diversas mudanças que acontecem durante as partidas. A Holanda
vem variando bastante seu estilo de jogo, hora jogando mais compacta atrás como
fez contra a Espanha e durante parte do tempo contra a Austrália, e dominando a
posse de bola e encurralando o adversário em outros momentos. E não se pode
esquecer do técnico preferido da turma do Buteco – e de vários rubro-negros – o
comandante da equipe chilena, Jorge Sampaoli, com seu jogo pragmático, intenso
e objetivo. Ainda que sua equipe tenha tido alguns problemas contra a Austrália
foi possível ver a mesma intensidade daquela La U que trucidou o Flamengo de
Luxemburgo e Ronaldinho há alguns anos atrás.
Parando para um momento
torcedor de copa, não saberia dizer se será mais difícil para a seleção
brasileira enfrentar chilenos ou holandeses nas oitavas de final. Acho o time
do Chile mais fraco, mas seu treinador é muito estudioso e já deve saber exatamente
o que fazer para tornar o desorganizado time brasileiro presa fácil para sua
equipe. Por outro lado, creio que Felipão deva ter calafrios imaginando Robben
avançando pela avenida Daniel Alves...
Voltando ao universo
rubro-negro, o grande inconveniente da copa para aqueles que gostam do Mais
Querido mais até do que do próprio futebol, é o de nos deixar tempo demais sem
ver o time jogar e até mesmo quase sem informações a respeito. É verdade que
esse ano isso tem sido quase um alívio, mas confesso que a cada dia fico mais
tenso pensando no que veremos em campo quando o mundial acabar. Sabemos que
nosso elenco pode funcionar – o Jayme conseguiu fazer isso ano passado – com as
peças que temos, de modo que depende do Ney escolher uma proposta de jogo e
garantir sua execução. Sendo assim, gostaria de perguntar ao amigo do Buteco,
que times, formações ou propostas de jogo vocês recomendariam ao nosso
treinador dentre o que estamos vendo nas seleções mundiais? É claro que o
fundamental na recomendação é ter o bom senso de propor um estilo de jogo que
possa ser executado com as peças que temos, sem pensar em contratações
mirabolantes.
Abraços a todos e SRN!