Livrando a pele de falar de Flamengo no dia de um jogo do Brasil pela Copa do Mundo, vou falar sobre a própria copa. Estou apaixonado por ela, a copa do Brasil. Mesmo não tendo sido “sorteado” pela Fifa e tendo sido bastante crítico a forma de como foi construída pela “dona” do futebol mundial e pelo governo brasileiro. Quando a bola rola, não adianta ficar protestando e cobrando, passou. Agora, depois da copa e com as eleições vindo é sim a hora de voltar pras ruas e cobrar o tinha sido prometido. Passando por este ponto, vou tentar demonstrar como faria, numa coluna de como seria a organização básica da “minha” copa do mundo. Vou brincar um pouco de Fifa, mas nada muito complexo.
Não tentaria construir o torneio com 8 sedes, seriam muitas partidas num curto espaço, os campos ficariam horríveis com 8 partidas em cada local. O ideal mesmo seriam 10 ou 12. Oparia, como a Fifa e o governo brasileiro pelas 12 sedes, mas não as atuais, escolhidas politicamente sem contar muito o legado e o critério futebolístico. Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Natal e Curitiba seriam minhas sedes, como são atualmente. Juntaria a elas Goiânia, Belém e Florianópolis, seriam escolhidas por mim nos lugares de Brasília, Manaus e Cuiabá, respectivamente.
Para uma copa de 10 sedes, ficariam de fora Natal e Florianópolis, numa copa de nove sedes, Curitiba também ficaria de fora. Brasília fica ria de fora de qualquer jeito, mesmo sendo a capital do país, por critério futebolístico. Seria mais justo com o futebol, pois sabemos que em Brasília, Manaus e Cuiabá o esporte não será fomentado, nem a médio prazo. É sim um absurdo a capital federal com um estádio construído para 72 mil pessoas e um futebol que leva e média menos de mil pessoas por jogo. Esse fator político, normal em escolha de copas atrapalhou Goiânia onde se pratica futebol em ótimo nível. Prefiro Goiânia, que fica a 210 Km de Brasília, que convenhamos, num país como o nosso não é nada.
Em 64 partidas, com 12 sedes, cada cidade poderia sediar a no mínimo 5 jogos, e quatro cidades/sedes específicas teriam a honra de abrigar uma partida a mais. Diferentemente do que há nesta copa, onde existem sedes com 4 jogos (Porto Alegre, Curitiba, Natal e Manaus) e o Rio de Janeiro com 7 jogos, todas fariam ao menos um jogo eliminatório. Vejam:
Tabela de distribuição das partidas pelas cidades |
Natal, Belém, Florianópolis e Curitiba se despediriam da copa nas oitavas de final; Porto Alegre, Fortaleza, Goiânia e Recife se despediriam nas quartas de final; As semifinais seriam disputadas em Belo Horizonte e São Paulo, a decisão do terceiro lugar em Salvador e a finalíssima, grande decisão no Rio de Janeiro, no Maracanã. A meu ver, essa seria uma distribuição mais justa dos jogos e afetaria menos ao campo de jogo. Uma partida a menos faz diferença.
O confuso sistema de vendas da Fifa tem deixado buracos em estádios, mesmo próximo da lotação máxima, uma pena, já que em diversos jogos haveria interessados em lotar o estádio. O sistema dá margem a desvio e cambismo. Eu tentaria a venda por lotes, considerando o público estrangeiro que vem ao país. Com mais ingressos vendidos para estrangeiros, se garante a maior circulação de pessoas aqui. Além disso garantiria uma base mínima de torcedores locais. Com as desistências, tentaria vendas para torcedores locais e torcedores dos países envolvidos nas partidas. Mas sinceramente, não sei se isso resolveria. Enfim:
Fases de vendas
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Fase de Grupos
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0
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20% Para Patrocinadores e parceiros
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1
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35% Estrangeiros antes do sorteio dos grupos
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2
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30% Brasileiros em todos os jogos
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3
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10% Para os países envolvidos após definição com os sorteios
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4
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5% Brasileiros em venda presencial com CPF
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Oitavas de final em diante
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0
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20% Patrocinadores
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1
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25% Estrangeiros antes do sorteio dos grupos
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2
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30% Brasil
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5
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15% Torcidas envolvidas após definição dos confrontos
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6
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10% Brasileiros e torcedores dos confrontos, após definição
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Sobras e Devoluções
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4, 5, 6
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Brasileiros em venda presencial com CPF
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Havendo devolução de ingressos, por qualquer motivo, inclusive por venda não efetuada (concluída) os ingressos restantes seriam vendidos para pessoas de todas as partes, sem restrições específicas de região. Como o executado às vésperas da copa.
Outro aspecto que pensei foi no horário das partidas. Mesmo pensando mundialmente, já que se trata de um evento global, a qualidade dos jogos deve ser o principal fator a ser pensado. A partida entre Portugal x Alemanha, a primeira no Nordeste do país e as 13hs, comprovou um “freio de mão puxado” no segundo tempo. Parece pouco, mas uma ou duas horas a mais ou a menos faz diferença. É muito legal o espaço de 3 horas entre as partidas, mas faria um pouco diferente para atingir a todos os públicos. A diferença pode até ser mantida, mas sem aquele jogo que se inicia às 13hs.
Colocaria as primeiras partidas do dia às 9hs da manha, para adequar ao “calendário mundial, mas o término destas partidas teriam o mesmo efeito do início dos jogos às 13hs. Quando copa do Mundo e Jogos olímpicos são em lugares “alinhados” ao fuso europeu ou extremos (EUA ou Japão, Austrália, China), não pensam em nosso fuso. A copa é aqui, que se adapte ao nosso horário. Os jogos começariam às 14hs, com partidas às 17hs e às 20hs. A partir da terceira rodada da fase de grupos até as quartas de final, horários mais “amenos”, com partidas divididas entre 14hs e 17hs. Das semifinais em diante os jogos seriam disputados apenas às 17hs. Bom para todo o mundo e menos desgastante.
Tabela linha do tempo. Dia/partidas/horários |
Não sei se minha copa seria mais legal, melhor organizada, já que são milhares de detalhes, mas seria um pouquinho diferente. Alguns detalhes. Uma copa com imagens em 4K e 8K, definição espetacular por TV, estádios que ainda podem ficar mais cheios, e uma média de mais de três gols por partida, até o momento, nada visto desde a copa de 58, é algo espetacular nos tempos de defesas sólidas ou tentando... Esta copa tem superado toda e qualquer expectativa que tenha feito dentro e fora de campo. Estou apaixonado por ela. O Brasil é o melhor presente que o evento poderia ter. Não acreditava tanto nisso. Um ambiente incrível. Viva o Futebol!