Irmãos flamengos,
vivemos momentos de dúvidas e de
alteração de paradigma na forma de gestão do Flamengo.
Tradicionalmente, em épocas de crise
aguda, o Flamengo invariavelmente respondia com contratações bombásticas e mudanças
significativas no elenco.
E isso não se limitava a administrações
recentes, podendo mesmo ser considerado um padrão tipicamente flamengo, decorrente
da enorme pressão que contagia a vida do clube, onde a influência da torcida
sempre foi muito sentida.
Na atual crise, vemos situação bastante
diversa.
Diante das atuações e resultados pífios
apresentados pelo time antes da pausa para a Copa do Mundo, praticamente toda a
torcida do Flamengo clamava, e ainda clama, por mudanças no elenco, com a
dispensa de certos atletas descompromissados e a contratação de substitutos
qualificados.
A diretoria, porém, entendeu por bem não
mexer em nada, mantendo no elenco os nomes sugeridos pela Magnética para a
barca de saída e optando por não contratar ninguém, ao menos até o momento da
publicação desta coluna.
Pode-se objetar, por outro lado, que a
mudança existe, mas tem sido direcionada para uma nova mentalidade de trabalho
do departamento de futebol do clube.
É pouco.
E tudo isso tem exigido da torcida do
Flamengo uma paciência angustiante. Todos os dias procuram-se notícias e
novidades, mas a busca é inútil. O que viceja, e muito, são as especulações e
barrigadas de todos os lados.
Mesmo que algum jogador seja contratado,
ficará uma impressão ruim de lentidão, pois, no mínimo, terá sido perdida esta primeira
semana de trabalho, que poderia servir de adaptação.
De todo modo, o quadro é crítico e tenho
sincera ressalva quanto à possibilidade de determinados jogadores conduzirem o
Flamengo a um novo patamar, tanto em termos de qualidade do futebol a ser
apresentado quanto aos resultados de que necessitamos.
...
Se a situação já está muito ruim, sem a
torcida ficará ainda pior. Muito pior.
Por isso, acho importante a diretoria
trazer o torcedor rubro-negro para junto do time, o que só será alcançado se
forem revistos os preços absurdos dos ingressos e for promovida uma nova fase
de relações com o torcedor.
Compreendo a necessidade do clube incrementar
suas receitas, e estou, aliás, todos nós estamos, cientes dos obstáculos
impostos pelas medidas populistas adotadas por vagabundos travestidos de
políticos e afeitos à nefasta atividade de fazer caridade com o bolso alheio.
Tem-se meia-entrada destinada a eventos “culturais”,
gratuidade, descontos por associações que nada contribuem para o futebol, taxas
destinadas e retidas na fonte por Ferj e afins, enfim, um sangramento constante
de tudo que a Nação Rubro-Negra proporciona através do pagamento, proveniente
do seu exclusivo bolso, de ingressos para acompanhar o seu tão amado Flamengo
de pertinho.
Sabemos, também, que atravessaram, de modo
totalmente arbitrário e antidemocrático, um intermediário, na pessoa de um
Consórcio para administrar o maior e mais caro estádio da cidade.
Uma entidade que não tem torcida, não
tem jogadores, não tem história, não tem camisa, não tem tradição. Mas tem
fome. E muita. Uma fome voraz para abocanhar covardemente grande parte da
receita que apenas um clube de futebol pode gerar.
Sem embargo de tudo isso, acho deveras
injusto transferir para a torcida do Flamengo, uma torcida popular na acepção
mais ampla que o termo abarca, o ônus por toda a safadeza de que o clube é vítima.
Além disso, estádio lotado e cheio,
afora servir de estímulo extra ao time e fazer prevalecer o fator campo, sempre
gera um impacto muito forte em todos, contribuindo para trazer uma imagem positiva
ao Flamengo.
O futebol culturalmente é um esporte de
acesso relativamente barato. E tem de ser assim, pois são quatro a oito jogos
por mês, exigindo certo “fluxo de caixa”, que, se for alto, torna-se inviável para
grande parte da torcida.
Acrescente-se a isso o fato de que o
Campeonato Brasileiro por pontos corridos, longo e modorrento, ainda não caiu
no gosto da torcida brasileira. E nem creio que cairá.
Logo, se é impossível jogar a preços
mais adequados no Maracanã, caberia à diretoria procurar alternativas, como
Édson Passos, estádio da Portuguesa ou mesmo a Gávea.
Mas quando o clube passa a captar
sucessivos empréstimos com o Consórcio, fica claro que dificilmente a situação
mudará.
E ficaremos reféns desse ciclo vicioso,
que onera injustamente clube e torcida.
O projeto Embaixadas da Nação também merece mais carinho por parte da direção do clube. Bem trabalhado, e desenvolvido em conjunto com o programa de Sócio Torcedor do Flamengo, o projeto tem tudo para frutificar e ampliar bastante o rol de associados do ST.
Trata-se de projeto com potencial imenso para estreitar os laços que unem clube e torcida, notadamente diante do fato de que a torcida do Flamengo é espalhada por todo o território nacional.
O Roberto Gomes, nosso amigo aqui do Buteco e grande rubro-negro, tem alertado sobre isso diariamente.
A diretoria precisa compreender quão importante é a relação com o torcedor flamengo, mais apaixonado que qualquer outro. Flamengo e torcida são um só. Investir nisso é o primeiro passo para aumentar as receitas do clube e, mais que isso, fazer com que o torcedor rubro-negro se sinta realmente integrado ao clube que ama.
O projeto Embaixadas da Nação também merece mais carinho por parte da direção do clube. Bem trabalhado, e desenvolvido em conjunto com o programa de Sócio Torcedor do Flamengo, o projeto tem tudo para frutificar e ampliar bastante o rol de associados do ST.
Trata-se de projeto com potencial imenso para estreitar os laços que unem clube e torcida, notadamente diante do fato de que a torcida do Flamengo é espalhada por todo o território nacional.
Verifica-se, todavia, que o projeto Embaixadas da Nação encontra-se abandonado, sem qualquer atenção, o que é de se
lamentar profundamente.
O Roberto Gomes, nosso amigo aqui do Buteco e grande rubro-negro, tem alertado sobre isso diariamente.
...
Sou sócio torcedor e assim permanecerei,
independentemente dos resultados em campo. Acho mesmo que o torcedor tem de se
associar em massa nos momentos de dificuldade, pois é na adversidade que o
clube mais precisa de apoio.
Nesse sentido, aproveito a oportunidade
para parabenizar mais uma vez nosso amigo Luiz Filho, que se tornou sócio do
Clube de Regatas do Flamengo a despeito da grave crise vivenciada atualmente.
Estupenda demonstração de amor ao clube, essa do meu xará.
Para finalizar, ante as expectativas da
torcida rubro-negra, é inegável o sentimento de frustração com a ausência de
dispensas, contratações e com a provável continuidade dessa política de
ingressos a preços caros.
Continuo fã fervoroso da atual administração,
capitaneada por Eduardo Bandeira de Mello. Acho que eles representam um marco
formidável para o Flamengo.
Mas é preciso ter humildade e vontade
para reconhecer equívocos e corrigi-los.
Meu apoio eles terão.
...
P.S.: Sabendo agora, pelas mãos da nossa blogueira rubro-negra, Lu Mattos, manifesto meus sinceros parabéns ao Ronel pelo nascimento de sua filha. Mais uma flamenga a engrandecer a Nação Rubro-Negra. Muita saúde, paz e amor à pequena e à toda família. Abração, Ronel!
...
Abraços, Saudações Rubro-Negras e bom
fim de semana a todos.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.