Irmãos
flamengos,
esta
humilde coluna foi inspirada em certos acontecimentos recentes, como a
verdadeira briga política pela aprovação de mudanças no estatuto do clube, bem
como por certas notícias veiculadas num pretenso órgão de imprensa, que em
verdade é instrumento de divulgação panfletário.
Amigos,
nosso amado clube tem lutado em três frentes distintas: a primeira, nas lagoas,
quadras, campos, piscinas, tatames e ginásios; a segunda, nos gabinetes e
escritórios, com o equacionamento das dívidas, a moralização da gestão, o resgate
da credibilidade do Flamengo, o trabalho para o desenvolvimento dos esportes
olímpicos, o aperfeiçoamento da estrutura física do clube, com a modernização
de suas instalações, dentre muitas outras atividades.
Por
fim, quanto à terceira frente, esta tem se desenrolado no seio do próprio
clube, na luta árdua e diária contra uma oposição oportunista e saudosa de
tempos pretéritos, em que se visava não o bem do Flamengo, mas sim dele tirar
proveitos pessoais.
Tracemos
o quadro: imaginem, meus amigos, o clube de maior e melhor torcida do mundo, o
maior do Brasil, com mais de quarenta milhões de torcedores.
Um
clube com capacidade inigualável de captação de recursos, que lidera as vendas
de camisas e produtos licenciados, pay per view, e cujo programa de Sócio
Torcedor, o mais caro do país, saiu de zero para sessenta e cinco mil em apenas
um ano. Ou seja, um clube que pode anunciar a venda de roupa íntima velha e
usada com a certeza de que venderá aos milhões.
Um
clube que atrai investidores e parceiros com muita facilidade, mesmo com toda a
bagunça e falta de transparência que então imperavam até a chegada da atual
diretoria.
Imaginem,
portanto, esse clube, com todo esse potencial, sendo administrado por uma
patotinha, cujo horizonte não enxerga um palmo além dos seus próprios
interesses.
Um
clube que celebrava contratos milionários com vários atletas de eficiência
duvidosa, com as contas sendo pagas até hoje, e cuja base era sucateada e
fatiada entre empresários e investidores de fachada.
Um
clube que, ao assinar cada contrato, seja com atleta, seja com patrocinador,
invariavelmente negociava o pagamento de uma comissãozinha ao sócio, dirigente
ou terceiro que intermediasse o negócio.
Um
clube que, por sua grandeza, sempre permitia, se não a entrada direta de
recursos em contas bancárias, ao menos um empreguinho aqui, outro acolá, além
da barganha traduzida em favorecimentos de ordem não pecuniária, em troca de
votos e apoio nas propostas postas à votação, como se não se tratasse de uma
instituição esportiva centenária e tradicional, mas de uma feira, onde se negociava
de tudo.
Um
clube cuja administração era feita sem transparência alguma, em que contratos
eram celebrados sem nenhum controle substancial, onde valores simplesmente
sumiam no momento da elaboração do balancete e que despesas, muitas vultosas,
eram realizadas sem a devida comprovação da contrapartida ou mesmo de um
simples recibo.
Pois
é, meus amigos, todo esse patrimônio e toda essa magnitude eram utilizados em
benefício de meia dúzia de pessoas interessadas não em viver para o Flamengo,
mas do Flamengo.
Gente
que, acostumada a tratar o clube como instrumento de realização de interesses
privados, entendia, ou melhor, entende, que o Flamengo lhes pertence e que deve
permanecer, ad eternum, como fonte
inesgotável de seu sustento.
Gente
que habituou-se à falta de transparência em tudo que envolve o clube, disso
resultando a facilitação plena de seus empreendimentos nefastos.
Gente
que vê o Flamengo como uma vaca leiteira, cujas tetas devem ser mamadas
vorazmente, ainda que isso implique na inviabilidade administrativa, financeira
e esportiva do clube.
Gente que não admite ver o Flamengo caminhar por si, que não aceita o fim da bocada,
que resiste, com todas as forças, a assistir o trem pagador partir finalmente
da estação a qual, salve São Judas Tadeu, jamais retornará.
Gente
que, no afã de defender seus interesses escusos, utiliza todas as armas de que
dispõe, inclusive a mentira, a perfídia e a violência.
Pois
é esse tipo de gente que todo aquele que deseja o bem do Clube de Regatas do
Flamengo terá de enfrentar. Que o diga o Zico.
E
a resistência oposicionista não se faz mediante a troca de ideias, ou através da
demonstração clara e inequívoca dos desacertos das propostas e atos que têm
sido feitos, mas sim na base da ofensa pessoal, da agressão física, da
intimidação.
Parece,
e aqui voltamos ao início do texto, que a oposição inclusive encontrou um
veículo de comunicação para externar as suas teses escatológicas.
Um
veículo, aliás, que não merece ser referido como órgão de imprensa, mas como um
canal por onde escoam as fezes pútridas e fétidas das viúvas de uma fase em que
o Flamengo, infelizmente, sofria nas mãos daqueles que, em benefício próprio,
praticavam a prodigalidade com os recursos da instituição.
A
coisa vai a tal ponto que tem gerado forte reação na própria imprensa. Muitos
jornalistas têm apontado com firmeza como certo órgão tem atuado mais como
distribuidor de panfletos do que como veículo de comunicação.
A
verdade passa longe dessas bandas.
E
é muito bom verificar que a torcida do Flamengo tem percebido perfeitamente
onde estão os inimigos do clube.
Eu
manifesto, até que me provem o contrário, pleno apoio à atual diretoria do
Clube de Regatas do Flamengo. Vejo que tem sido feito um belíssimo trabalho de
reconstrução do clube.
Sou
muito grato, de coração, a todos aqueles que dispõem de seu tempo e de
seu saber para labutar em prol do bem do Mengo, às vezes intermináveis horas
que poderiam ser destinadas ao lazer, à família e aos amigos.
Erros
existem e existirão sempre. Mas uma coisa é o erro pontual, decorrente de uma
opção legítima que mostrou-se, posteriormente, ruim; outra coisa, bem distinta,
é o erro motivado por má-fé, cuja justificação é mero exercício de retórica
falaciosa para esconder a sua verdadeira motivação.
Mas
que fique o alerta: é preciso atenção e fibra constantes. A luta pela defesa do
Clube de Regatas do Flamengo é eterna.
...
Quanto ao jogo de amanhã, apenas um recado: prefiro o Jayme a qualquer medalhão caríssimo que temos no Brasil.
É
rubro-negro, filho de um Tricampeão, e tem história no clube.
Mas
é preciso fazer esse time jogar. Se continuar como está, a situação em dado
momento poderá ficar insustentável.
Mais
que uma crítica, um apelo: Jayme e jogadores, por favor, tragam essa vitória domingo
para a torcida rubro-negra.
...
Abraços, Saudações Rubro-Negras e bom
fim de semana a todos.
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.