quarta-feira, 19 de março de 2014

A nossa madrasta altitude



O desafio do dia para o Flamengo é jogar e ganhar em La Paz para não entrar desesperado nos dois próximos jogos contra o Emelec, em Guayaquil, e o León, no Maracanã, já que não souber vencer em casa o adversário boliviano, com todas as condições favorecendo uma vitória que​ lhe daria a tranquilidade e a liderança do Grupo 7 da Libertadores;

​O sufoco promovido pelo ar rarefeito nos pulmões dos brasileiros vem​ de longe, desde quando era costumeiro se ouvir falar "Recebo, semanalmente, uma montanha de cartas"​, sendo grande a dificuldade ​para se obter bons resultados na altitude dos países vizinhos, considerando inclusive a longa fase de grande superioridade técnica sobre seus adversários. Época em que o meio de campo era uma​ zona​ por onde transitavam, em cada time, pelo menos dois jogadores talentosos, que cadenciavam o jogo e faziam com precisão o fundamental passe de bola, fatores essenciais para suportarem jogar os 90 minutos de uma partida, nas alturas, mantendo uma boa performance. Com a zona de ​inteligência e categoria povoada por três e, às vezes, quatro volantes que se destacam pelo ferrenho poder de marcação​ e criação próxima do zero, convenhamos que aquilo que já​ ​era difícil ficou pior, fazendo de uma vitória naquelas circunstâncias um ato digno de heroísmo, aplaudido de pé com direito a bis como nas óperas​.

Realizando uma rápida pesquisa* nos últimos 50 anos, de 1960 a 2010, constata-se os seguintes números relativos aos​ clubes brasileiros em partidas jogadas nas montanhas​: 82 jogos, 26 vitórias, 19 empates e 37 derrotas, totalizando um aproveitamento de​ apenas 39% dos pontos disputados.​ Curiosamente, o Flamengo tinha o melhor aproveitamento entre os cinco clubes brasileiros que disputaram a competição de 2010 e mais jogaram​ nas alturas, não superando ao longo do tempo somente o do Grêmio (63%), tendo em 6 jogos​ ​obtido 3 vitórias, 2 derrotas e 1 empate, perfazendo 56% de aproveitamento;

​Ontem, o técnico espanhol, Xabier Azkargortas, afirmou que "para jogar na altitude é simples: quanto mais bola no pé, mais fica fácil de atacar e seu time correr. Ainda mais na Bolívia, onde temos a altitude. Quanto menos você correr é melhor. Acredito que tocar a bola de lado, favorecer os chutes de longa distância e coisas do gênero sejam a maneira mais fácil de jogar", concluiu;

Jayme já deve ter escutado o hermano em outra oportunidade pois, por ainda não sentir firmeza no Mugni, desde o início da semana as informações dão conta de que o time entrará com Carlos Eduardo para fazer a transição da bola e cadenciar o jogo, numa tentativa de evitar a infrutífera posse de bola na defesa do Flamengo ou improducentes bicões/chutões para frente como numa pelada de trabalhadores no fim de semana, num campo de várzea, valendo caixas de cervejas;

Para finalizar, o Bolívar levou para casa um empate conseguido aqui, o Flamengo precisa trazer uma vitória de lá e estamos acordados e conversados.

SRN!

*Fonte:http://futebolemnumeros.ig.com.br/index.php/2010/03/10/quais-as-cidades-com-altitude-mais-temidas-na-libertadores/