Para um time que vinha
mostrando sempre a organização defensiva como uma de suas principais
características, me surpreendeu bastante a bagunça que estava a defesa do
Flamengo no primeiro tempo. Com o time teoricamente posicionado num 4-1-4-1, a linha
defensiva simplesmente não se formava. Com Mugni e Muralha perdidos, o time
ficou com um buraco no meio campo, sendo quase engolido pelo adversário, que
felizmente era muito fraco.
Pelo lado direito, Elano e
Léo Moura não acertavam o posicionamento e foi possível ver diversas vezes o
lateral marcando quase na linha do meio de campo enquanto o meia sofria
correndo atrás do lateral equatoriano. Do outro lado, André Santos não marcava
ninguém, obrigando o Samir a sair na cobertura e deixando Caceres perdido no
meio sem saber se fechava o espaço ou marcava o centro-avante adversário. Foi
realmente assustador, especialmente quando os dois laterais ficaram amarelados
ainda no primeiro tempo.
Quando o time tinha a
bola, a desorganização imperava e o que se viu foram chutões e as isoladas arrancadas
do Éverton, para mim o melhor da partida. Muralha além de não acertar passes,
sempre tentava uma firula ou uma jogada mais difícil e o argentino foi de dar
pena. Achei muito sensato o Jayme ter tirado o garoto ainda no intervalo para
não queimá-lo com mais vaias do que as que recebeu no primeiro tempo.
Felizmente, a entrada do
Gabriel melhorou bastante a dinâmica do time, que voltou com outra atitude no
segundo tempo. A linha defensiva continuava tendo problemas, especialmente do
lado esquerdo onde o André Santos vem marcando pior ainda do que fazia ano
passado. Mas a distribuição do time em campo ajudou o Flamengo a retomar o
controle do meio de campo. A saída de bola melhorou com o Éverton vindo para o
meio, jogando como fazia no Atlético-PR e passamos a ter opções de jogadas com
a grande movimentação do Gabriel que, penso, já mostrou futebol esse ano para
ser titular. Com a torcida vindo junto do time no segundo tempo, pudemos ver
novamente um time vibrante e competitivo como o que venceu a Copa do Brasil ano
passado.
Vale destacar a atuação
sólida dos dois zagueiros rubro-negros, titulares inquestionáveis nesse time. A
cada jogo o garoto Samir mostra segurança e maturidades incomuns para a idade
que tem e Wallace vai demonstrando liderança e tranquilidade a seu lado. Espero
que o Jayme possa usar os jogos do estadual para criar uma dupla reserva –
talvez Chicão e Erazo - e lhes dar ritmo e padrão de jogo para que possam
chegar no Campeonato Brasileiro em um nível próximo ao dos titulares.
Mesmo sendo um pouco chato
abordar mais uma vez esse tema, não consigo não me indignar com a maneira como
o torcedor continua sendo tratado no acesso ao Maracanã. Independente do preço
dos ingressos, é inaceitável que seguranças do estádio, orientadores ou seja
qual for a função que tenham empurrem e botem o dedo na cara de torcedores que
enfrentam filas enormes, apertos e dificuldade para ver um jogo de futebol.
Quando se enfrenta um
problema repetidamente em todos os jogos com um pouco mais de apelo, não dá
para se apegar as justificativas de sempre. Todo mundo sabe que o torcedor
entra em cima da hora, que os espertos com camisas de organizadas tentam furar
fila e que o acesso fica complicado na última hora antes do jogo. De que
adianta ter um estádio belíssimo se na hora de entrar nele continuamos a ser
tratados como gado?
abraços a todos e SRN!