Nesta primeira coluna do
ano, gostaria de falar um pouco das minhas expectativas para mais um ano do
Mais Querido, dentro e fora de campo, e ler também as opiniões dos nossos
amigos nos comentários. Longe de ser um exercício de futurologia, a idéia é
abordar alguns temas que considero importantes tomando como referência a
atuação da diretoria neste último ano e, a partir daí, projetar algumas
expectativas.
Começando de cara com o
que interessa, que é o time de futebol, acredito que saímos em uma boa posição,
especialmente se comparado a maioria dos nossos rivais dentro e fora do Rio de
Janeiro. Temos um time já formado, com um treinador que conhece bem o elenco e
os jovens das categorias de base. A grande diferença em relação a 2013, em que
iniciamos a temporada em situação parecida, é que o Jayme é um treinador já
adequado à filosofia de austeridade da diretoria e com um bom potencial de
evolução e crescimento. Seu time tem uma maneira de jogar consistente e que
agradou a torcida no mata-mata da Copa do Brasil, partindo para cima dos
adversários sem se intimidar e fazendo valer o fator casa, que pode ser
decisivo também na Libertadores.
O time não é nenhum
esquadrão mas é consistente na defesa e no ataque, com rápida transição
ofensiva, especialmente com o Paulinho. Sem entrar na nebulosa seara das
especulações de mercado, os nomes acertados até aqui me deram a impressão de
que o Clube está satisfeito com a forma de o time jogar. Na minha opinião,
temos time para fazer boas campanhas na Libertadores, no Brasileiro e na Copa
do Brasil. Na competição continental, penso que chegar às semifinais seja uma
boa meta – lembrando que o clube terá mais um ano apertado financeiramente - mas
jogando o mata-mata no Maracanã, nada é impossível para o Flamengo.
As contratações até aqui foram
pontuais, para setores carentes e optando por jogadores que não demandem
grandes mudanças no desenho tático da equipe além de manter a política de pés
no chão sem grandes investimentos. Gosto da dinâmica do Everton, jogando como
8, dando boas opções para saída de bola e chegando bem ao ataque, e fico
bastante tranquilo com a chegada de um bom reserva para o Leo Moura. Se
confirmados, o zagueiro equatoriano e Elano trariam mais experiência para o
time nos levando a uma condição melhor para a Libertadores. Ponto para um
departamento que alternou bons e maus momentos no ano passado tendo chegado ao
auge dos dois extremos no final do ano com o título da Copa do Brasil e o
patético – e ainda inexplicado - caso André Santos.
Sobre o departamento de
futebol em geral, acredito que teremos mais um ano com foco total na mudança de
mentalidade, focando na seriedade e na disciplina. A maior parte das
manifestações do diretor e do VP de futebol ao longo do ano abordaram esse tema
e o resultado disso pôde ser visto no comprometimento dos jogadores após a
efetivação do Jayme. Pela primeira vez em muitos anos não tivemos episódios de
atraso dos salários nem os outrora frequentes casos de indisciplina no elenco.
Uma
outra expectativa que tenho para esse ano é que, com o time titular organizado,
o Pelaipe vai voltar a maior parte das suas atenções para a base do Flamengo
que ainda é um exemplo do Flamengo arcaico: jovens mimados, que se acham
estrelas, sem força física e com graves deficiências técnicas. A venda de
jogadores costuma ser uma boa fonte de receitas para clubes como Internacional,
Santos e São Paulo e acredito que o Flamengo, necessitado de recursos como
está, não vai mais deixar essa fonte de receitas no estado de penúria em que se
encontra.
Para o Clube em geral,
espero um ano ainda difícil e que, como ocorreu em 2013, terá mais ou menos paz
dependendo dos resultados em campo. Fora dele, a equipe do financeiro vem
fazendo um grande trabalho e é possível que o clube consiga fechar o ano sem
precisar recorrer a empréstimos ou adiantamentos. Ainda assim, veremos o ano
mais apertado do acordo para o pagamento dos impostos atrasados de forma que
dependeremos bastante ainda das receitas de bilheterias e da capacidade da
diretoria de vender bem os projetos de captação de receitas para os esportes
amadores e estrutura física do clube.
Uma boa campanha na
Libertadores pode aumentar ainda mais a força do programa Nação Rubro-Negra e
gerar ainda mais receita nova para o clube, pavimentando o caminho de um
crescimento sustentável dessa receita no chamado círculo virtuoso em que uma
ação alimenta a outra. Nesse aspecto, o contrato firmado com o Maracanã dará
tranquilidade ao clube que terá uma boa fonte de receitas e ao torcedor que
voltará a se sentir em casa num estádio que se mostrou novamente um aliado
poderoso do Flamengo.
Finalmente, espero que a
diretoria do clube tenha aprendido a importância que deve ser dada ao que chamo
de “batalha da comunicação”. Os setores descontentes com a nova política de
reestruturação do clube usaram todos os recursos que puderam para criar e
potencializar eventuais crises ao longo do último ano. É hora de aprender a
combater isso apesar das eventuais restrições de orçamento e infraestrutura. Penso
que um bom começo seria evitar a todo custo bobeadas como a do placar
eletrônico em Florianópolis, promessas de contratações e todo tipo de
declaração de funcionários e diretores sobre temas fora de suas áreas de
atuação.
abraços a todos e SRN
e um excelente 2014!