Com
o inicio das competições, o calendário é
a pauta.
Os
campeonatos estaduais se iniciaram com apenas
uma
semana após ao término das férias dos jogadores. Uma
“quebra” da pré-temporada, uma vergonha (mais uma delas) que a
“vanguardista CBF” (e suas federações estaduais) propõe,
impõe. A "novidade Bom
Senso FC”,
que luta por, entre outras coisas, por
um
calendário melhor, se
propõe a discutir o
futuro do futebol brasileiro. Os jogadores, maiores
interessados em um calendário mais racional, devem
sim, se organizar, se manifestar, para
que
toda
a cadeia produtiva do futebol seja
beneficiada.
Os
clubes votam nas federações estaduais, que por sua vez, votam nas
eleições na CBF, junto com os clubes da série A do Brasileirão,
que também votam na eleição da confederação. Estes (os clubes)
deveriam aproveitar o momento de instabilidade e construir uma liga,
sua
liga, mesmo
que não haja condição política para tal. Um exemplo recente
é
a
criação
do NBB, uma ruptura.
Se
houver preparação e diálogo, mesmo com pressão, pode-se ao menos
criar condições
para uma transição para
uma liga,
num futuro próximo. “A
liga” organizaria o Campeonato
Brasileiro, principal produto do futebol nacional, deixando a
organização
da Copa
do Brasil para a CBF, que continuaria cuidando da seleção
brasileira, seu
principal
produto. Sonho... Alguns clubes (muitos para meu gosto) estão
satisfeitos com o status
quo, pena.
Acho
que não vale neste post, falar
sobre
direitos de TV, porque é a TV quem paga pelo espetáculo, deve ser
parte ouvida, e também, aproveitar o movimento dos atletas, uma
novidade no Brasil para mudar o calendário. Bom pra ela também, já
que os protagonistas
do futebol brasileiro, os jogadores, se
mostraram mais bem preparados para o debate do que as federações
estaduais e a própria CBF.
Jogadores
de
todos os níveis, deveriam
se preparar para se apoderar de seu lugar, tomando conta
do esporte
e “negócio
futebol”,
se
fazendo representar, ouvir, principalmente ex-atletas, já que não
estão atrelados diretamente ao desempenho em campo. De cara, podem e
devem pressionar
a
seus próprios clubes, que
deveriam se posicionar, neste
momento de vácuo de poder, evidente
desde
a saída de Ricardo Teixeira. Teria
(poderia,
deveria) que
ser
um movimento conjunto, pensado, articulado em prol do futebol, parte
importante
de nossa cultura
nacional, identidade.
Está enraizado.
Com
um calendário racional, clubes de menor investimento teriam a
possibilidade de jogar o ano inteiro, ampliando a geração de
empregos formais e informais no mundo do futebol, no "negócio",
entretenimento, espetáculo. Minha proposta para este momento é
simplificar, e
mesmo
que pareça controversa, é
uma
adequação algo que se propõe “moderno e tradicional”, sem
matar a cultura local e o surgimento de novos atletas.
Nenhum
campeonato pode
ser desinteressante para os clubes grandes e
hoje os estaduais são chatos
(quem lê minhas colunas sabe que sou contra os estaduais como são,
prefiro aos regionais, serei
flexível),
principalmente para seus torcedores, consumidores. Eles
teriam
seu inicio em Fevereiro e seu término na primeira semana (ou data)
de Junho, sendo concomitantemente
à Copa do Brasil e ao Campeonato
Brasileiro,
que se iniciaria em Março. Mais enxuto e objetivo (estadual),
teria uma fase inicial, com os clubes de menor investimento, sendo
disputada no ano anterior. O ideal é que a CBF e as federações
estaduais criassem um padrão para isso. No caso do RJ:
-
16 clubes pequenos, 4 avançam e enfrentam os grandes na fase final
-
Fase final: 8
clubes, 2 grupos de
4 equipes, 12
datas
-
Guanabara: Confrontos dentro do
grupo, 3 rodadas. Os dois primeiros dos grupos se enfrentam em
semifinais, jogo único. Vencedor joga decisão em jogo único.
5 Datas.
-
Taça Rio: Grupos se enfrentam,
4 rodadas. Os dois melhores de cada grupo jogam semifinais em jogo
único e final em jogo único. 6 Datas.
-
Decisão: Ganhou dois turnos, leva direto ou os vencedores dos turnos
fazem a finalíssima em partida única.
Para classificar
para a fase final, 16
clubes de
menor investimento do estado, disputariam um torneio no segundo
semestre do ano anterior,
com 30 ou mais datas. Estaria criado um grande calendário
profissional e resolvido o problema dos clubes que pequenos, que
fazem atualmente
apenas
15 partidas por ano. Os
outros 12 clubes, não classificados, jogariam um torneio de pontos
corridos, valendo taça para o campeão e o rebaixamento para os dois
últimos.
Flamengo,
Fluminense, Vasco e Botafogo ficariam mais “folgados” e manteriam
suas tradições.
Outra grande mudança
seria a criação de uma “Super Copa do Brasil”. Grande e
nacional. Uma primeira fase regionalizada, com oportunidade de
partidas e prêmios para os times de pequeno investimento, que
somente a partir da segunda fase poderiam enfrentar os grandes.
De
2015 em
diante,
o país seria redividido
em 8 sub-regiões geográficas do país (dois grupos de cada região):
Noroeste
(AC,
AM, RR, RO), Norte
(PA,
TO, AP +
MA), Nordeste
(PI,
CE, RN, PB), Leste
(PE,
AL, SE, BA), Centro
(GO,
MT, MS, DF, ES) Centro-Sul
(MG
+ PR), Sul
(SC,
RS) e Sudeste
(RJ-SP).
No total 118 equipes, com 78 classificadas pelos estaduais e 40 pelas
séries A e B disputariam
a competição.
As 6 equipes da taça libertadores juntariam-se posteriormente.
Fórmula:
Primeira
Fase
78
clubes, triangular, o melhor se classifica > 26 clubes (4
jogos, 6 datas).
Segunda
Fase
26
clubes da 1ª fase + 34 clubes das Séries A e B Brasileirão.
Triangular, passam 20 (60 equipes, 4 jogos, 6 datas).
Terceira
fase
20
clubes em mata-mata, passam 10 (2 datas).
Oitavas
de Final
10
clubes da 3ª fase + 6 clubes da taça Libertadores. 16 clubes (2
datas).
Quartas
de final
8
clubes, passam 4 (2 datas).
Semifinais
4
clubes, passam 2 (2 datas).
Finalíssima
Cidade
previamente escolhida, uma partida.
Isto posto, haveria
um sorteio para o triangular, com os clubes de cada sub-região se
enfrentando, prioritariamente dentro de sua sub-região. Na
primeira fase, a distribuição das vagas se daria de acordo com o
ranqueamento da federação
estadual + classificação por campeonatos estaduais. Todos os
estados teriam no mínimo 2 vagas na Copa do Brasil. A disputa
mais regionalizada possível,
tenta garantir o maior número
de estados na segunda fase, onde entram os grandes clubes.
Este aspecto
demandaria esforço do clube pequeno para disputar jogos com os
grandes clubes, sem descaracterizar o caráter nacional da
competição, jogando inclusive na casa do clube maior. Uma copa
melhor organizada com "etapas mensais". A 2ª fase (com os
maiores clubes) se iniciaria em Março e terminaria em Maio, a 3ª
fase seria disputada em Julho, as Oitavas de final em Agosto, Quartas
em Setembro, Semifinais em Outubro e a Finalíssima no
primeiro domingo de Novembro, sem rodada do Campeonato
Brasileiro.
A decisão em
partida
única, como ocorre na Champions League, faria
da final
itinerante. Para
2015, decisão em Brasília.
De 2016 em diante, o estádio da finalíssima seria decidido por
candidatura, dentro de alguns pré-requisitos, dentre os quais um
estado (federação estadual) não podendo se candidatar nos próximos
4 anos, um
rodízio.
Seria ótimo para o turismo interno.
Dentro dos critérios
técnicos e garantias financeiras da cidade e das condições do
estádio, estaria a obrigatoriedade de se dividir os ingressos
igualmente para os clubes e com parcelas de ingressos específicas
para patrocinadores. Tradições também podem ser criadas e gosto de
pensar a possibilidade de um Flamengo x Grêmio decidindo na Fonte
Nova ou no Mineirão, por exemplo, um “Superbowl” do futebol
brasileiro...
O
principal
de toda
a construção do calendário
é
o número
menor de partidas e um
maior
equilíbrio,
com o alongamento para os clubes de menor investimento. Assim, no
mínimo 49
jogos (7
do estadual, 38 do Brasileiro + 4 da Copa do Brasil) e no máximo 77
partidas (12 do estadual, 38 do Brasileiro + 9 da Copa do Brasil + 16
da Libertadores + 2 Mundial), mas
só se vencer tudo o
que disputar.
Atualmente
são
no mínimo 55 jogos (15 do estadual, 38 do Brasileiro + 2 da Copa do
Brasil) e no máximo 83
(19 do estadual, 38 do Brasileiro + 8
da Copa do Brasil + 16 da Libertadores + 2 Mundial).
Simplificando
(calendário para os grandes):
Janeiro
– Pré-temporada (4 semanas)
Fevereiro/Junho
– Estadual
Março/Outubro
– Nova Copa do Brasil
Março/Novembro
– Brasileirão
Dezembro
– Férias (4 semanas)
Como
pede o Bom Senso FC, com no máximo 7 partidas (datas) por mês para
cada equipe, há descanso e planejamento para que se melhore o
espetáculo. Logicamente também há maleabilidade para equipes que
disputem a Taça Libertadores. A mudança fortaleceria ao campeonato
de maior valor, o Brasileirão, o melhor produto do futebol do nosso
país, preservando ainda as rivalidades regionais, além de garantir
a sobrevivência dos clubes pequenos, que jogariam o ano inteiro (não
apenas 4 meses), sem sacrifício dos grandes, como ocorre hoje, nos
deficitários e penosos campeonatos estaduais.
FLAMENGO HIC ET UBIQUE!